Cães assassinos

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A ideia é apenas mostrar o desespero de um grupo de jovens acuados numa casa e obrigados a lutar por suas vidas contra cães assassinos!

Os cães são os animais que o cinema de horror mais gosta de explorar em suas histórias, transformando-os em monstros assassinos. Existe uma infinidade de filmes com cachorros de variadas raças, e na maioria das vezes eles são apresentados como uma ameaça mortal para os seres humanos, ou seja, criaturas longe de serem dóceis, e ao contrário, ávidas por cravar seus dentes afiados nas carnes macias de pessoas que acreditavam que eles eram seus melhores amigos (um ditado popular que o cinema faz questão de desmentir).

E essa ideia ainda persiste, pois os cães continuam despertando o interesse dos roteiristas, aparecendo em filmes como vilões predadores. É o caso de Cães Assassinos (The Breed, 2006), uma co-produção entre Estados Unidos e África do Sul, lançada em DVD no Brasil em dezembro de 2006 pela Europa. O filme faz questão de evidenciar o nome de Wes Cravenentre os produtores executivos, mas sinceramente, esse fato já não significa grande coisa, pois o criador das franquias populares A Hora do Pesadelo e Pânico está demonstrando uma decadência significativa em sua carreira nos últimos anos.

Com direção de Nicholas Mastandrea (é seu primeiro filme, porém ele já é veterano como assistente de direção de alguns filmes de Wes Craven e George Romero) e roteiro de Peter Wortmann e Robert Conte, a história apresenta um grupo de cinco jovens amigos desde a infância que vão passear numa ilha. Formado pelos irmãos Mat (Eric Lively) e John(Oliver Hudson), pelas belas Nicki(Michelle Rodriguez), namorada de Matt, e Sara (Taryn Manning), e ainda por Noah (Hill Harper), o grupo hospeda-se numa casa isolada herdada pelos irmãos. Porém, o que deveria ser um agradável e divertido final de semana, transformou-se numa desesperada luta pela sobrevivência quando surge uma imensa matilha de cães raivosos e modificados geneticamente, vindos de um centro de treinamento para cães de ataque, misteriosamente abandonado no outro lado da ilha. Os animais não desejam companhia e querem experimentar o sabor da carne e o gosto do sangue dos jovens invasores de seu território.

O filme é curto (85 minutos) e a história é bem simples, com poucos personagens. Além do grupo de cinco amigos, temos ainda um casal de namorados, Luke (Nick Boraine) e Jenny (Lisa-Marie Schneider), que chega de barco na ilha, e também descobre a fúria dos cães. A ideia é apenas mostrar o desespero de um grupo de jovens acuados dentro de uma casa, impossibilitados de fugir (o hidro avião utilizado na viagem perdeu-se no mar), e obrigados a lutar por suas vidas ao serem atacados ferozmente por cães assassinos que aparecem de todos os lados. Não há interesse do roteiro em investir energia em explicações. A origem dos cães é tratada de forma superficial, assim como o mistério do centro de treinamento abandonado. Os personagens são pouco desenvolvidos e existem mesmo apenas para servir de vítimas para os animais. Porém, existem boas cenas de tensão e perseguições nos ataques violentos dos cães e nos confrontos dos jovens contra seus algozes (se bem que seriam melhores se fossem noturnas), além das tentativas fracassadas de fuga. E o desfecho também tenta fugir da previsibilidade, com uma solução mais pessimista. Enfim, trata-se de mais uma diversão rápida e passageira.

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