Reencontro

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Sumi

*•...•*•… Há três semanas ...•*•...•*

Não consigo acreditar nas palavras de Tae, como a S/N pode estar viva? Todos nós soubemos que o acidente havia sido muito grave e toda a família dela havia morrido naquele dia.

Olho para Tae e rio debochada.

— Tae, para de brincadeira. A S/N não pode estar viva. — falo.

— Sumi, ela está viva. Eu acabei de vir da casa dela... Bom, não da casa dela, mas da casa onde ela está morando. — ele fala sério e eu fico sem reação.

Fico olhando-o por um instante, tentando encontrar algo em sua expressão que indique que ele está mentindo, mas não consigo encontrar nada.

— Eu estou falando a verdade, Sumi.

— Ela... Ela está bem? — pergunto com um misto de sentimentos.

Antes eu sentia muita raiva de S/N, eu a culpava por ter tudo que eu havia perdido, mas já não é assim.

Ela era uma daquelas pessoas com família perfeita, a mãe atenciosa, o pai carinhoso e um irmão super fofo que a amava. Na escola e em casa todos a amavam e ela nunca ficava sozinha, a menos que quisesse.

S/N sempre me tratou super bem, era carinhosa e sempre tentava fazer com que falasse dos meus problemas quando achava que eu não estava bem. Mas tudo que eu conseguia sentir era inveja de tantas qualidades e coisas boas que ela tinha.

A vida e a presença constante da S/N era uma lembrança insistente de tudo que eu passei. Lembrava das inúmeras vezes em que as crianças da escola apontavam o dedo rindo e falando que eu era a órfã estranha. Algumas até diziam que eu era uma bruxa e que matei os meus pais propositalmente.

Aos seis anos de idade eu fui obrigada a descobrir que até mesmo uma criança pode ser incrivelmente cruel e insensível com as palavras. Aos oito, eu apanhei de um grupo de garotas no banheiro da escola porque elas acreditavam que eu havia feito o pai de uma delas sofrer um acidente com os meus — poderes de bruxa.

Foram tantas coisas ruins que aconteceram comigo que, com o passar dos anos, eu já não conseguia mais me aproximar de ninguém, de sentir afeto pelas outras pessoas. Eu não queria isso, mas eu não conseguia mais confiar em quem quer que fosse, sempre esperava o momento em que os outros se virariam contra mim.

Com a S/N não foi assim. Eu esperei o ano todo que ela fosse mudar, que de alguma forma meu passado viesse à tona e mudasse tudo de novo. Mas isso não aconteceu e no fim eu só era uma garota amarga, infiel e idiota que nutria um ódio gratuito por uma garota incrível.

O pior de tudo é que só fui descobrir isso quando me vi grávida de um garoto que eu não amava, sem família e sem a única amiga que consegui. Eu não poderia ter aquele filho, eu havia feito com que Taehyung acreditasse que era impossível eu estar grávida dele e já não tinha mais o amor do único homem por quem me apaixonei de verdade. Então abortei e foi como se estivesse matando mais uma parte de mim.

— Tae, você acha que se eu pedir a S/N fala comigo? — pergunto pensando na possibilidade de pedir perdão a S/N.

Eu sinto tanto por ter feito tudo que fiz. Mesmo que agora ela não saiba disso eu preciso pedir perdão, preciso dizer o quanto estou arrependida.

— Não Sumi. A S/N sabe do que aconteceu entre a gente. Ela me expulsou da casa dela... Ela está muito magoada. — meu amigo fala com pesar.

*•...•*•... Atualmente ...•*•...•*

My Fake Brother - Kim Seokjin Where stories live. Discover now