Lembranças

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- Oppa! - chamo quando vejo Jin se levantar mas ele simplesmente me ignora e vai para a sala.

- Deixa ele princesa. - Mark fala.

- Por que ficou falando essas coisas Mark? Ele deve ter ficado super bravo agora! - reclamo com medo de que tenha acontecido isso mesmo.

- Desculpa... Foi só uma brincadeira. - ele faz bico.

- Ah, Markie não faz essa carinha, é golpe baixo!

- Mas eu não gosto quando minha princesa briga comigo... - ele diz imitando voz de criança e eu rio.

- Tá bom, meu bebê lindo. - falo e dessa vez é ele quem ri.

- E aí, meu amor, como estão as coisas desde o acidente? - sua pergunta me deixa incomodada.

- Não sei. - falo baixo sem encará-lo - De um lado está sendo terrível, doloroso e insuportável... Mas do outro acho que poderia dizer que bem. Graças ao Jinnie eu não me sinto tão sozinha... Ele me deu uma chance pra reconstruir minha vida, não é? - dou um sorriso fraco.

- Você se sente bem morando com ele? - meu primo mais velho pergunta.

- Sim. O Jin é uma pessoa muito boa. Ele é sempre atencioso, demonstra bastante carinho por mim, é cuidadoso, sempre tenta me agradar ou me deixar mais feliz...

- Ah, que bom. - ele sorri - Fico mais tranquilo que você esteja feliz morando aqui.

Mark levanta da cadeira e me dá um abraço apertado.

- Estava morrendo de saudades prima. Não sabe o quanto eu chorei quando soube do acidente. - ele me aperta contra seu peito e sinto sua voz embargada por conta de sua tentativa de não chorar.

- Mark, não chora... Ou vou acabar chorando também. - falo já sentindo as lágrimas se formando.

- Eu fiquei tão desesperado, achei que você também tinha morrido... Eu não conseguia mais viver direito. Não comia e passava o dia todo trancado no quarto... - ele conta, deixando-me surpresa.

- Mark... - sussurro com pesar.

- Obrigado por estar bem minha princesa. - fala se afastando.

- Mas... Como vocês souberem que eu estava viva? - pergunto curiosa.

- Nós só soubemos do acidente há três semanas. Minha mãe tentou ligar para todo mundo daqui e não conseguiu falar com ninguém. Aí ela me pediu pra entrar nas redes sociais da tia e lá acabei encontrando as mensagens de luto dos amigos... Pensei que todos tinham morrido até que decidi entrar no seu e vi que tinha algumas mudanças.

- É... Eu usei aquela conta por alguns dias depois de acordar do coma, mas depois preferi não usá-la mais. - explico.

- S/N... - ele me observa por um instante antes de continuar - Por que você está morando com esse homem? Por que não foi morar com alguém da família do seu pai?

- Ah Mark, eles também devem achar que eu morri no acidente. Quando acordei os médicos disseram que ninguém havia me procurado... E você sabe que a família do papai nunca aceitou que ele tivesse se casado com a mamãe devido ela ter descendência estrangeira e não ser do mesmo nível social que ele.

- É... Você contava isso quando ia visitar a gente. Isso antes da briga entre meu pai e o seu. - ele fala.

- Sim. - fico pensando no dia da briga - - Mark, você sabe o motivo da briga? Eu não entendi nada na época e o papai nunca me explicou direito o porquê de não irmos mais pra lá.

My Fake Brother - Kim Seokjin Where stories live. Discover now