Jantar

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O silêncio da sala é quase palpável. É a primeira vez que falo sobre o dia do acidente dessa forma.

- Essa é a melhor solução que pude encontrar S/N. - o delegado fala enquanto ainda choro.

- Não, não é. Você poderia me deixar com o Jin. - respondo. - Mas tudo bem. Eu vou pra casa dos meus avós.

- Que bom que você acatou a decisão. Não cause mais problemas do que já tem S/N. - ele fala.

- Vamos? - pergunto simplesmente.

O oficial Yi-jung se levanta, seguido por TaeTae e Sumi.

- O senhor Taehyung irá levá-la até a casa de seus avós e depois levaremos suas coisas. - Yi-jung afirma.

- Tá. - digo fria.

O policial sai da sala e nós o seguimos, deixando o doutor Wang sozinho. Vamos até o estacionamento e Yi-jung entrega o endereço de meus avós para Taehyung.

- Leve-a para os avós e depois leve os pertences. Não esqueça de nos informar sobre tudo. - o oficial instrui.

- Sim, senhor. - meu ex-namorado diz fazendo uma reverência.

Sem muito mais o que dizer entramos no carro. Taehyung e Soomin se despedem do policial, mas eu sequer me dou ao trabalho de olhar em seu rosto. Eu com certeza não estou de bom humor ou com vontade alguma de ser educada.

- S/N...

- Não estou com paciência pra conversar. - interrompo Tae e ele me encara pelo retrovisor.

- Você não gosta dos seus avós tanto assim? - pergunta ligando o carro.

- Vai entender quando conhecê-los.

*•...•*•...•*•...•*•...•*•...•*•...•*

Curtos trinta minutos de pré-tortura se passam até infelizmente chegarmos à casa de meus avós.

Não que eles sejam monstros ou que eu os odeie. O problema é que a família Kyung é movida a status e poder aquisitivo. Para eles essas duas coisas são o mais importante.

Por isso deserdaram meu pai quando ele decidiu se casar com uma descendente de americanos pobre, minha mãe.

Obviamente eu acabei me tornando a neta menos amada deles já que o irmão do meu pai se casou com uma mulher rica e influente, exatamente como queriam e como meu pai não fez. Os meus primos eram os netos amados e de família enquanto eu era só a americanazinha.

Mesmo que eu tenha nascido na Coreia foi assim que todos passaram a me chamar, pelo menos quando meu pai não estava perto. Não entendo porque meu pai decidiu continuar convivendo com eles mesmo depois de humilharem minha mãe no dia do casamento e ainda tirarem seu direito de herança. 

Admiro meu pai por isso. Ele passou por cima de tudo e todos pelo amor à minha mãe e ainda não guardou rancor algum de sua família mesquinha.

Desci do carro da forma mais lenta que consegui, mas mesmo assim logo fiquei sem escolha a não ser entrar na mansão de meus avós.

- Nossa, eu não sabia que sua família era tão rica. - Soomin cometa maravilhada com o tamanho da casa.

- Gostaria que eles não fossem da minha família. - a porta da frente abre assim que termino de falar.

- Olá querida, bem vinda! - minha avó sorri falsamente.

- Oi vovó. - digo um pouco envergonhada e faço uma pequena reverência.

My Fake Brother - Kim Seokjin Where stories live. Discover now