O início

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Eu podia escutar o barulho de uma televisão ligada e isso me fazia jurar que estava em casa e que tudo não passara de um pesadelo, mas quando finalmente abri meus olhos, aquela luz branca entrou por eles quase que me deixando cega, olhei pros lados tentando reconhecer o lugar e definitivamente eu estava em um hospital.

Depois de fazer todas essas observações percebi que tinha algo faltando, minha perna esquerda, eu não a sentia mais da coxa pra baixo e num ato de desespero tirei as cobertas me deparando com aquilo, ela havia sido amputada. As lágrimas desceram pelo meu rosto quase que instantaneamente, eu estava tão desesperada com tudo que nem tinha percebido que havia uma moça, bem no canto do quarto me observando.

— Quem é você? Onde estão minha mãe e meu pai? — perguntei assustada, ela se levantou de seu lugar e caminhou até a mim com um semblante de tristeza e preocupação.

— Meu nome é Ana, sou sua assistente social, ficarei aqui até que sua mãe acorde e consiga te levar pra casa.

— Eu quero vê-la e quero ver meu papai também.

— Receio que não será possível visitar seu pai agora, mas posso te levar até sua mãe depois do café da manhã. — ela disse isso com um sorriso no rosto pra tentar amenizar a situação.

Lembro que já no carro papai não apresentava uma situação boa, será que ele morreu? Não, ele não pode ter morrido. Eu me recuso a aceitar, me recuso perdê-lo.

Ele é meu super herói, assim como minha mamãe é minha super heroína e junto formamos uma família de super heróis. O que seria de mim sem eles?
Eu os amo. Por favor, Deus. Não os tire de mim.

 Não os tire de mim

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— Chegamos. — disse Ana enquanto ainda estava com as mãos em minha cadeira de rodas, eu estava tentando não pensar que havia perdido uma perna, estava tentando não encará-la mais, pois tudo que me importava era saber dos meus pais. Mamãe parecia bem, estava dormindo.
Me aproximei mais da sua cama e peguei em sua mão.

— Eu te amo, mamãe. Acorda logo, por favor, quero ir pra casa. — e encostei minha cabeça em seu colchão, pra poder ficar mais perto dela.
Ela estava com um tubo estranho em sua garganta, perguntei a assistente social para que servia e ela disse que era para respirar melhor.

— Acho que mamãe não vai acordar nem tão cedo. — resmunguei chateada.

— Sinto muito. — Ana lamentou e pediu para que voltássemos pro meu quarto e eu concordei, mas antes pedi para que ela me ajudasse a abraçar minha mãe, pra eu pudesse sentir seu coração e ter certeza de que a mesma voltaria pra mim sã e salva, para sermos a família feliz que sempre fomos.

Assim que sentei na cadeira de novo, comecei a ouvir uns barulhos esquisitos vindo dos aparelhos ligados à ela e logo entraram médicos e enfermeiros.

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