Nem tudo é o que parece ser - parte 2

208 38 40
                                    

Apertei o passo e andei o mais rápido que podia pra sair dali e me afastar daqueles dois, ainda não acredito que isso aconteceu

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Apertei o passo e andei o mais rápido que podia pra sair dali e me afastar daqueles dois, ainda não acredito que isso aconteceu.

Eu estava tão distraída que nem percebi que Arthur estava vindo, o resultado disso foi que acabei esbarrando nele.

— Me desculpe, eu estava distraída. — nós só nos falamos uma vez que foi quando ele me mostrou o caminho da sala no primeiro dia.

— Por que será que eu sempre te encontro quando você parece perdida? — ele sorriu.

— Não é bem assim, — sorri de volta — conheço esse lugar com a palma da minha mão, eu só estava distraída mesmo.

— Entendo, mas o que faz aqui sozinha? — ele perguntou curioso.

— Ah, eu só estou andando por aí, sem rumo. — ele não precisava saber que meu encontro acabara de ser arruinado.

— Posso andar sem rumo com você então? — fiquei um pouco surpresa com isso, mas acabei concordando.

Sabe, Arthur é uma pessoa legal, nós conversamos bastante e temos muitas coisas em comum.

Fico feliz por tê-lo encontrado de repente, pois o que tinha tudo pra acabar em choro, acabou em sorrisos.

— Como se imagina daqui trinta anos? — perguntei enquanto terminava de tomar o sorvete.

— Essa é uma boa pergunta. — ele parou, pensou, ficou em silêncio por alguns segundos e logo respondeu. — Acho que me imagino casado, com dois filhos e com a carreira estável. Quero morar em um casarão e você?

— Também me vejo com um futuro assim. — sorri.

— Que ótimo, então talvez devêssemos dividir o nosso. — é impressão minha ou ele deu em cima de mim?

— Mas então, o que você gosta de fazer nos tempos livres? — desconversei e depois disso não vieram tantas investidas.

O que foi bom já que eu não gosto que fiquem insistindo muito.

E por falar de insistir demais, o Bryan está fazendo isso agora, ele não para de me ligar, decidi até desligar o celular, pois preciso de um tempo para esquecer tudo isso, será que ele não entende?

As horas foram se passando, era incrível como os minutos passavam rápido quando eu e Arthur conversávamos, eu estava encantada.

Ele é alto, moreno e sua barba é cerrada, como se ele cuidasse mais dela do que tudo.
Seu corpo é um pouco definido, é daqueles que você olha e diz "perfeito, nem muito e nem pouco musculoso", seus cabelos são castanhos escuros e seus olhos também.

Arthur é mais velho que eu três anos, ou seja, eu tenho 19 e ele 23, ele tem uma cara séria, parece tá exercendo direito o tempo todo, mas quando você para pra conversar com ele percebe que não é nada disso, ele é engraçado, atencioso e fofo.

— Já está ficando tarde, é melhor eu ir embora. — disse depois de olhar o relógio da sorveteria que paramos.

— Não se preocupe com isso, eu te levo no meu carro. — será que eu sou a única dessa cidade que anda de ônibus?

— Não precisa, não vou te incomodar com isso, eu posso ir sozinha.

— Nicole, eu te convidei pra passear comigo quando você já estava indo pra casa, então nada mais justo te dar uma carona e te deixar sã e salva em sua porta. — apenas concordei e peguei minhas coisas, ele pagou a conta e fomos em direção ao estacionamento, a essa altura eu já tinha ligado o celular e por incrível que pareça, ele não tocava mais.

Acho que Bryan finalmente desistiu.

A volta pra casa foi tão divertida quanto o passeio de fim de tarde, eu e Arthur cantamos que nem loucos no carro como se fôssemos super íntimos.
Nunca consegui me sentir confortável com alguém tão rápido.

— Você pode parar aqui mesmo, meu prédio é logo ali. — falei mostrando a direção a ele.

— Tudo bem. — ele estacionou e começou a tirar o cinto para sair junto comigo.

— Por que está fazendo isso?

— Que tipo de cavaleiro não leva sua dama até sua porta de verdade? Vou te acompanhar até lá. — ele sorriu fazendo com que eu sorrisse também.

Pegamos o elevador e subimos, ele agradeceu pelo passeio e disse que foi bastante divertido.

Quando finalmente chegamos me despedi dele com um abraço e me virei para andar os últimos seis passos que faltava para chegar a minha porta, mas aí acabei sendo surpreendida...

Só lembro de Arthur falando "espere" e me puxando de volta para si, quando meu corpo chegou perto do seu por causa do puxão no braço, ele me beijou e antes que eu pudesse pará-lo e dizer que não era o que eu queria, Bryan apareceu...

Quais são as chances disso acontecer? Pois é, sou bem azarada.

— Nicole? — senti um tom de surpresa e ao mesmo tempo desapontamento em sua voz.

— Bryan? — olhei surpresa, não era para ele estar ali. — Eu juro que eu posso explicar.

— Não precisa, eu já entendi tudo. — eu vi raiva em seu olhar.

— Não é o que parece... – insisti.

— Tanto faz, eu não devia ter vindo. Que idiota eu sou, jogue as flores que comprei fora, vai pegar mal já que agora você tem outro. — ele me olhou nos olhos e eu vi que não tinha mais volta. — Tenha uma boa noite e uma ótima vida, parabéns ao novo casal. — ele saiu esbarrando em Arthur e foi embora para o elevador.

Eu fui atrás, pois precisava explicar.

— Bryan! — gritei e andei o mais rápido que podia para alcançá-lo, por sorte consegui entrar junto com ele e apertei o botão de emergência que faz com que ele pare onde quer que esteja.

— O que você quer, Nicole? Quer me machucar mais? — eu não acredito, ele estava com os olhos marejados...

— Bryan, eu não tive culpa, foi ele quem me roubou um beijo.

— Não teve culpa? Você não ignorou minhas ligações por que estava acompanhada? Você não desligou o celular por que estava ocupada demais dando atenção a outro?

— Eu estava chateada...

— Então parabéns, você empatou o jogo. — ele olhou pro lado, não conseguia nem me encarar mais..

— Bryan... — cheguei mais perto e toquei em seu braço.

— Não me toque! — ele recuou — Eu não quero mais nada que venha de você, tudo que aconteceu entre nós dois só serviu pra me machucar, você fez com que eu corresse atrás de ti feito um cachorro. Eu tenho sentimentos, Nicole e você não soube dar valor a eles. — ele limpou a lágrima que descia pelo seu rosto.

– O que quer que eu faça? Eu juro que posso mudar. — insisti.

— Não há nada que você possa fazer, seja lá o que nós tínhamos acabou aqui, por favor, vá embora e não me procure mais. — o olhei por uns instantes sem acreditar no que eu tinha acabado de ouvir, tentei abrir a boca para contestar, mas ele me expulsou de novo e então apenas assenti.

Coloquei o elevador para andar novamente e voltei para o meu andar, não acredito na burrada que eu fiz...

Ligados pelo destinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora