Olhe pra mim, sou eu quem você tanto procura

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— Chegamos. — ela disse enquanto abria a porta. — assim que entramos fomos recebidos por uma mulher.

— Vejo que trouxe visita, como foi na faculdade?

— Foi legal, conheci pessoas novas. — Nick pausou para colocar sua mochila no sofá. — Maria, esse é o Bryan, meu colega de classe e Bryan, essa é a Maria, minha mãe.

— Muito prazer. — sorri.

— Imagina, o prazer é todo meu, é sempre bom receber amigos da Nicole, embora ela só traga a Mel pra cá. Você vai ficar pra jantar, não é?

— Eu não sei. 

— Vamos, não faça desfeita. A comida sai em uma hora, você é nosso convidado especial. — disse a senhorinha bastante empolgada.

— Se é assim, será uma honra jantar com vocês. — comida não se rejeita, certo? Sem contar que o cheiro fazia com que eu ficasse com mais fome ainda de tão bom que estava.

— Muito bem, então nós vamos esperar no meu quarto. — Maria assentiu e Nicole me puxou, se Aurora souber disso, ela me mata, pois ciumenta do jeito que é, tenho certeza que não sobra um fio de cabelo meu para contar história. 

— Bom, é aqui que eu durmo. — ela sorriu enquanto eu reparava no quão maneiro era aquele lugar, era bem organizado e bem bonito também.

Haviam alguns desenhos em sua parede, sem contar os diversos livros em uma prateleira que parecia ter sido enfeitada por ela.

Passei o olho rápido e vi nomes como: Harry Potter, Percy Jackson e os instrumentos mortais.

Era como se eu estivesse olhando para a minha versão feminina. Aurora odiava ler coisas que não fossem referente às suas revistas de moda.

Sua gatinha estava toda esparramada em sua cama, não pude deixar de ir em direção à mesma e pega-la no colo, fazendo com que Nicole risse.

— Por que está rindo? — questionei.

— É porque algo me dizia que você ia em direção à Mia assim que entrássemos aqui.

— Entendi.

— O que você gosta de fazer? — era novidade ela tentar puxar assunto.

— Gosto de ler e você tem diversos dos meus livros preferidos. — sorri.

— Então acho que seremos bons amigos de leitura, venha cá, vou te mostrar um dos meus xodós. — cheguei um pouquinho mais perto e ela abriu a gaveta que ficava na mesinha de seu computador, tirando de lá as vantagens de ser invisível e a playlist de Hayden.

Ficamos algum tempo conversando sobre leitura e depois decidimos ver algumas coisas na internet para que o tempo pudesse passar mais rápido.

Não pude deixar de reparar em algo bastante interessante, perto de um dos porta-retratos havia uma caixinha feita de madeira dos lados e de vidro na frente, tipo aquelas onde você só deve quebrar a tampa em caso de emergência e lá dentro tinha um coração, aquilo me deixou muito intrigado porque não havia nada escrito nele e o mesmo estava velho.

— Hey, o que é isto? — eu estava mesmo bastante curioso.

— Ah, não é nada demais, é só algo que eu guardei na esperança de reencontrar uma pessoa da minha infância, porém já tem tanto tempo que desisti, nem sei porque ainda tenho. — ela deu de ombros.

— Se importa se eu olhar?

— Vai nessa. — fui em direção ao objeto antes que ela mudasse de ideia, quando consegui por minhas mãos nele e trazê-lo para a cama, Maria nos chamou para o jantar.

— Droga. — resmunguei.

— Parece que você vai ter que deixar isso pra outra hora. — ela sorriu. — Depois do jantar eu deixo você voltar aqui e abrir, ok?

— Ok. — e fomos para a mesa.

— Você sabia que a Nicole já foi apaixonada por um menino com o mesmo nome que o seu? — perguntou Maria enquanto comíamos deixando a Nick completamente constrangida.

— Mãe! — ela repreendeu como se a mesma tivesse falado algo errado. — Desculpa por ela.

— Tá tudo bem, eu também já conheci alguém com o seu nome. É mais normal do que parece. — sorri.

— É mesmo. — Nick concordou e voltamos a comer, porém durante todo o jantar fiquei pensando no tamanho da coincidência que havia aqui, afinal, qual é a probabilidade de eu conhecer uma Nicole que já foi amiga de um Bryan?

— A comida estava ótima. — elogiei satisfeito.

— Fico feliz que tenha gostado. — Maria se pronunciou enquanto retirava os pratos da mesa. — Espero tê-lo aqui mais vezes.

— Com essa comida maravilhosa? Com certeza eu volto. — gargalhamos.

— Parece que você conseguiu um novo bajulador. — Nicole brincou.

— Diga a Mel que se ela bobear, vai acabar perdendo o posto dela.

— Quem é Mel? — perguntei.

— Minha melhor amiga. Enfim, você ainda tem mais uma coisa pra ver antes de ir embora. Promessa é divida. — eu assenti e fomos em direção ao seu quarto, mas ainda tinha algo na minha cabeça pedindo pra eu conversar com ela sobre o assunto que rolou na mesa.

— Então quer dizer que você já se apaixonou por um xará meu? — brinquei.

— É, mas isso foi há muito tempo, eu era uma criança, minha ingenuidade fez eu achar que estávamos apaixonados, mas ele foi embora e tudo acabou.

— Embora? Como assim? Ele morreu?

— Talvez tenha, não sei pra onde ele foi. Lembro que o mesmo prometeu que voltaria pra me encontrar, mas depois que ele foi adotado, eu nunca mais ouvi falar dele.

— Meu Deus, Nicole. Eu preciso me sentar. — essa é uma história parecida demais pra ser coincidência, não é possível.

— Está tudo bem? — ela perguntou confusa e ao mesmo tempo preocupada, eu não sei o que fazer.

— Es-está. — gaguejei.

— Você está pálido e gaguejou, parece até que viu um fantasma. — ela pausou e eu a encarei. — Eu disse algo errado?

— Não, não disse. Eu só... — e deixei as palavras pairando no ar fazendo com que o silêncio tomasse conta do local.

— Você só? Não estou entendendo.

— Eu só não pensei que isso aconteceria um dia.

— Isso o que?

— Você não me reconhece mesmo, não é? — perguntei chateado.

— Eu deveria?

— Nicole, sou eu. Foi pra mim que você deu aquele coração, é a nossa foto que você me deu e está em algum lugar lá em casa e fui eu que prometi te buscar.

— Não é possível, você só pode estar brincando comigo. — ela se afastou de mim e eu instantaneamente me aproximei de novo.

— Não estou, como eu te falaria essas coisas se não fosse ele?

— Eu não sei. — ela começou a se retrair como sempre faz e olhar pra baixo.

— Nick, — cheguei mais perto. — olha pra mim. — minhas mãos foram de encontro ao seu queixo, levantando-o e deixando seus olhos de encontro aos meus.

Eu não podia acreditar, era minha Nicole e então por um impulso, eu a beijei.

Ligados pelo destinoWhere stories live. Discover now