10.1 - Ecos do passado e do futuro

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A Espaçonave de Manobras Curtas Spacestorm decolou a partir da Akimura já com pigmentação de camuflagem reflexiva ativa. Daniele deu a ordem para o salto dos fuzileiros assim que despressurizou o convés e abriu a porta lateral da espaçonave.

Yuri a muitos anos não participava de operações de combate, mas esse tipo de coisa não se esquecia, principalmente quando as sensações de terror voltavam a aflorar como no passado. Respirou fundo antes de saltar.

"[Mensagem de Daniele Hunter] Volte inteiro Doutor estarei no ponto de resgate".

Yuri sorriu ao ler a mensagem que pairava em sua visão.

– Ativem a camuflagem antes do salto – Ordenou Krisp – Ativem as câmeras!

Todos ficaram invisíveis com um comando no console do braço da armadura. Com a camuflagem ativa os consoles com visores não poderiam mais ser acessados já que estariam invisíveis até mesmo para quem utilizava, sobrando apenas os assistentes pessoais e comandos de voz. Em seguida ativaram as câmeras de ação, pequenas câmeras sobre os capacetes de todos que transmitiriam tudo ao vivo para a Akimura.

"Sistema de navegação ativado". – Linhas de navegação surgiram em sua visão, impregou um pequeno impulso e lançou-se em direção ao solo. O coração de Yuri estava acelerado, a adrenalina do salto espacial era intensa, a gravidade do planeta desértico cada vez mais próximo puxava seu traje, o silêncio do espaço em segundos foi rompido pelo ruído de partículas de gases atmosféricos em colisão com o escudo cinético da armadura.

– Direcione a energia para o escudo. – Yuri ordenou, o seu escudo brilhava em azul afastando labaredas formadas pelas altas temperaturas do atrito com a atmosfera planetária.

Ao seu lado ele podia ver bolas de fogo rasgando o céu noturno do planeta. O líder Krisp identificado por seus assistente pessoal caia à frente do grupo envolvido em chamas, lançou 25 projéteis para confundir os inimigos, misseis sem carga explosiva que entravam na atmosfera formando rastros de fogo. Qualquer alienígena que olhasse para o céu não saberia distinguir a invasão de uma chuva de meteoros.

Os sistemas de resfriamento da armadura logo não seriam suficientes para amenizar o calor da entrada atmosférica, Yuri já derretia em suor. Num baque seco os sistemas de propulsão ativaram-se freando a aterrissagem, Yuri movimentou rápido os braços estabilizando a descida até caírem numa planície onde poderiam ver explosões no horizonte.

Em poucos minutos os assistentes pessoais e sistemas da armadura auxiliaram os soldados para reagruparem após a aterrissagem. Seria uma corrida de 25 km até o local da batalha, os fuzileiros executavam saltos por grandes distâncias, corriam e saltavam novamente, queimando combustível dos propulsores chegaram em pouco menos de 10 minutos.

Yuri notara que a superfície daquele planeta não era tão deserta quanto imaginavam, pequenas vegetações cresciam entre as formações rochosas, e animais parecidos com cobras gigantes saiam de tocas enterradas no solo. A vegetação tinha um tom azulado provavelmente para absorver melhor a radiação da gigante vermelha Antares.

O campo de batalha logo a frente. Uma gigante edificação de paredes vermelhas estranhamente atacava disparando blaster da ponta de tentáculos que emergiam em seu teto. Mais parecia um animal em carne viva. Soldados que gritavam em uma língua desconhecida estavam emboscados aparentemente em retirada.

"[Krisp] Atenção utilizem apenas comunicação via assistentes, não denunciem sua posição".

A mensagem foi transmitida para os visores dos soldados. Todos acentiram. Krisp fazia sinal para que avançassem flanqueando o monstro.

Órfãos de Olimpus [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora