t h r e e

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Eu estive em luta interna comigo mesma em ir ou não para aquela festa. Eu pensei em colocar um vestido curto ou algo derivado a isso, mas depois de algum tempo, eu me toquei de que não estava ali para agradar ninguém. Eu coloquei uma calça e uma blusa listrada consideravelmente apertada.

E aquilo não foi para você.

Na realidade Evan, eu sabia que os seus objetivos comigo eram claramente e unicamente sexuais em relação a mim. E eu realmente não queria satisfazer os seus desejos e objetivos. Mas em determinado ponto eu cedi mesmo que de forma mínima no começo. Não porque estava apaixonada por você ou algo do gênero, e sim porque eu queria saber a que ponto aquilo chegaria.

Você me despertou curiosidade, Evan Allen.

Você se lembra desse dia em especial, Evan? Do dia em que você me convenceu a um encontro (um encontro que mudaria minha vida). Eu tinha as piores expectativas sobre aquele dia, mas sabe, aquele dia não foi tão ruim assim.

Eu ainda consigo lembrar o cheiro da mistura de bebidas e cigarros daquele dia, mas eu também consigo me recordar perfeitamente do cheiro de pizza.

*****

Eu estava me arrumando de contragosto para a sua festa enquanto ouvia arctic monkeys, vesti uma calça e uma blusa listrada, acompanhadas de um all star preto que era confortável pra aguentar o inferno da festa. Bom, digamos que eu não estava muito animada com a ideia de ir para a minha primeira festa quando poderia ler mais algum livro na biblioteca.

O telefone tocou, era a Eva.

-Eu estou na porta da sua casa GRITANDO que nem uma louca com o resto das garotas, será que você poderia abrir essa merda? -Disse ela, com um tom animado na voz (e irritado também, porque será, não é mesmo?)

-Desculpa, eu não ouvi vocês gritarem, tô indo. Vou só pegar meu livro, rapidinho. - Eu respondi enquanto descia as escadas.

-QUE? VOCE VAI LEVAR UM LIVRO PRA FESTA, GAROTA? - Falaram todas as meninas em conjunto desesperadas.

E então eu abri a porta da minha casa para elas, e respondi à pergunta delas cara a cara.

-É brincadeira, calma cara. Vamos logo antes que eu desista de ir. -respondi, e provavelmente elas se chocaram comigo fazendo alguma piada.

Mas eu não estava brincando. Vai que eu iria odiar a festa e não teria nada de interessante para fazer? Pelo menos eu teria um livro para ler, e como era uma casa, eu teria espaço para ler em algum canto.

Brooke nos deu a carona até a festa, ela tinha bem mais dinheiro do que qualquer uma dentro daquele carro graças aos pais ricos. O resto de nós andávamos em grande maioria de bicicleta. O meu primeiro carro foi quando esse ano, o mais confuso da minha vida, terminou. E sabe, aquele carro chegou no momento certo, mas isso não é conversa para agora.

O caminho inteiro fomos ouvindo sobre o como a Brooke tinha certeza de que ficaria com você naquela noite.

Eu esperava que não, embora não admitisse isso.

Assim que chegamos, eu realmente pensei na possibilidade de voltar correndo pra minha casa, possivelmente fiquei travada por alguns segundos enquanto olhava para a vista a minha frente.

Era uma grande casa, parecida com aquelas casas de república universitária. Obviamente você sabe disso, você mora lá. Mas ela estava muito diferente do normal.

Com placas decorativas neons em formato de maconha, meninas seminuas e meninos pintados de tintas neons com os mais diversos estranhos desenhos. Pessoas bêbadas, drogadas, dançando ao som de músicas eletrônicas em alto volume e basicamente se esfregando umas nas outras.

Quem é você, Evan? Where stories live. Discover now