f o u r

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Sabe, Evan, você realmente me fez sentir azarada naquele momento. Até que você me contou a verdade.

—Bom, primeiramente você é uma garota que cumpre promessas, certo? E você aceitou o lance com a moeda. —Você me disse, com a expressão de culpa e ao mesmo tempo graça no rosto.

Eu acenei com a cabeça, embora eu não quisesse tanto assim ir ao encontro com você naquela noite. Ou queria. Naquele ponto, eu realmente não sabia como me sentia sobre você. Você me despertava curiosidade, o te querer e o não te querer andavam de mãos dadas. Eu também te achava um babaca eventualmente. Eu realmente me encontrava em uma linha tênue sobre como se sentia sobre você.

—Já que você está de acordo, meu bem. Eu posso te dizer que essa moeda tem os dois lados cara. —Você continuou, diante da minha concordância.

—O que você quer dizer com isso? —Eu perguntei basicamente gritando.

Então você me mostrou a moeda (enquanto sorria descaradamente para mim), ela tinha as duas superfícies de lados opostos como cara. Ao invés de um lado de ser coroa e o outro cara, como normalmente.

—EU NÃO VOU, ISSO É TRAPAÇA! —Respondi, agora REALMENTE gritando com você.

—Ah meu bem, que eu me lembre, eu disse que se saísse cara, você sairia comigo. E caiu cara, de uma forma ou de outra. E como você é uma garota que cumpre promessas, você vai, certo? —Ele respondeu. Eu só consegui pensar "o desgraçado é mesmo convincente".

Eu pensei por um bom tempo sobre aquilo, de qualquer forma, eu não perderia nada naquela festa e considerando que era apenas dez horas da noite, aquilo estava longe de acabar.

—Que seja. —Respondi com indiferença, enquanto me levantava da cama e calçava o meu tênis, enfim cedendo.

—Foi mais fácil do que eu imaginava. Eu sou realmente convincente. Nossa senhora, eu vou sair com ela. —Você falou sorrindo abobado, mas não aparentava estar falando comigo, e sim com você mesmo.

—Para de falar com você mesmo como um lunático e adianta, antes que eu desista. Eu vou descer logo, não quero ser vista com você. Embuste. —Eu disse rindo da situação, mas por dentro nervosa.

Eu desci as escadas e dei uma última olhada para trás quando cheguei ao último degrau. Eu não sei se você se lembra daquela noite com clareza, ou sequer se pensa em mim, mas eu me recordo perfeitamente bem. Você estava encostado no batente da porta olhando diretamente para mim, você estava vestido com a mesma blusa branca e calça jeans escura desde o começo da festa, acrescentando apenas a sua habitual jaqueta de couro escura. O seu cabelo estava extremamente bagunçado, e o seu rosto, vermelho por conta das bebidas alcoólicas ingeridas. Mas mesmo descuidado, você estava lindo.

Eu me lembro muito bem daquele dia em especial.

Eu terminei de descer o último degrau da escada e me fui até o seu carro (que era extremamente reconhecível, graças a sua tamanha luxuosidade) e lhe esperei. Depois de alguns segundos, você me alcançou e destravou as portas do carro. E eu estava prestes a entrar, quando você falou:

—Calma meu bem, sua mãe não te deu educação? Primeiro as daminhas educadas.

—E quem seria a daminha educada? —Eu lhe respondi, achando graça.

—Obviamente, eu. —Você me respondeu e entrou no carro, não parando de sorrir em nenhum momento.

—Engraçadinho. —Respondi enquanto ria descontroladamente. Você realmente me fazia rir.

Logo em seguida, eu entrei no seu carro e lhe perguntei pra onde iriamos, mas você me recusou a dizer. Fomos calados a maior parte do tempo, enquanto você parecia achar graça de algo invisível de tantos sorrisos que dava. Então chegamos, no Pizza Hut.

Quem é você, Evan? Where stories live. Discover now