Quem é você, Evan?

t h i r t e e n

A interminável saga dos "eu te amo" para remediação de todos os nossos problemas sempre foi um dom seu, algo que andava de mãos dadas com o sexo como solução de todas as brigas.

Quando você me dizia eu te amo, parecia querer reafirmar pra si próprio também, como um mantra que se repetia até entrar de vez em sua mente. Um dia você sequer me amou de verdade ou você apenas se esforçava pra que isso fosse verdade? Essa é uma das minhas maiores incógnitas sobre você, em conjunto com muitas outras incógnitas sem respostas.

Você me dizia que eu não te conhecia, mas mal sabia que o quanto me esforça enquanto tentava ler nas entrelinhas um pouco sobre você mesmo.

Sabe, talvez eu nunca tenha descoberto quem você era de verdade porque você talvez fosse superficial demais pra ter algo, mas naquele dia, bêbado e desaparecido, com notícias sobre você correndo como Usain Bolt em suas corridas, e com as notícias sobre você me destroçando tão rápido quanto a nave de Han Solo correndo na velocidade da luz sob o universo, eu descobri um pouco sobre você de verdade.

***
Quando eu abri meus olhos no meio da noite, mesmo irada com você, fiquei mais calma ao saber que você estava ali, dormindo ao meu lado. Adormeci novamente. Mas quando acordei algumas horas depois quando a claridade batia na minha janela, você não estava mais deitado ao meu lado. Desci as escadas e fui até a sala de estar, me arrependendo no momento em que vi: estremeci ao ver você beber o que aparentava ser vodka.

Maldito alcoólatra!

—eu não consigo acreditar em você. porra, você sabe que horas são? —eu cuspi as palavras na sua cara, tomando a garrafa.

—hora de você parar de agir como minha vovózinha, é apenas álcool. mano, a briga não tinha acabado? —você falou de forma agressiva. eu odiava quando você bebia álcool como água.

—você sempre acha isso. sexo não remedia corações, Evan.

por sua expressão, tinha te acertado bem em cheio.

—remediar coração? mas seu coração tá bem, nosso relacionamento anda bem. —você falou como um sussurro, confuso.

—você mal me entende. acha que me comer resolve todas as porras dos problemas da humanidade. eu tô cansada, Evan, cansada de tudo. —rebati nervosa.

—cansada de nós? —você me perguntou, com tanta amargura e dor que me afetou de forma inexplicável.

a minha resposta não veio.

eu suplicava aos céus e a você para me comunicar, conversar. mas quando a oportunidade bateu em cheio, me encolhi como uma covarde. talvez falar a verdade não fosse tão fácil quanto gostaríamos que fosse.

—ok. eu só quero que saiba que, que... que eu curto você pra caralho.

—isso não vai resolver os problemas. não mais.

—eu sei disso. —você me respondeu tristonho, com seu sorrisinho de canto.

você falou tão simplesmente, tão aparentemente sincero, que realmente não parecia uma mentira.  nunca pareceu
até a merda bater no ventilador.

********

você sumiu durante o dia inteiro, e puta merda, eu realmente me preocupei com você. não com sua vida, eu sempre soube que você estaria bem fisicamente.
afinal, você sempre foi durão.

eu me preocupei com que merda você poderia fazer, bêbado e irritado pelas ruas da cidade.
afinal, você sempre foi um louco.

tentei me ocupar durante o tempo em que você sumiu, tentei, mas em todos os momentos minha mente me levava até você. pensei sobre nossos relacionamento e o como era cheio de falhas e porradas de erros, mas também pensei em como poderíamos arrumar toda essa bagunça dos nossos corações, em como tínhamos essa capacidade. eu tive fé em nós dois, até porque, no final, quem se ama sempre fica junto, não é?

mas você sempre teve talento em destruir meus ideais, nas coisas que costumava acreditar.

eu esperava o amanhecer quando meu celular vibrou, trazendo com ele uma mensagem no meu visor,
uma mensagem inesquecível.

[04:55] Brooke: eu fiquei com ele.

*

GENTE DESCULPA O SUMIÇO, A EXPLICAÇÃO TA EM DUAS PALAVRINHAS:
bloqueio criativo

com fé eu vou finalizar o livro ainda esse ano, tenham paciência em nome do menino ney