-Eu não quero que você entre aqui se não estiver preparado. -disse em voz firme.
A porta pendeu um pouco das dobradiças quando você a abriu. O interior do galpão estava escuro e parecia vazio. Consegui distinguir algumas formas, e nada mais. De repente, eu já não queria entrar ali. Meu corpo se imobilizou e minha respiração acelerou.
Imaginei você me matando naquele lugar, naquele lugar escuro... e deixando meu corpo apodrecer. E você estava com um sorriso estranho estampado no rosto, como se quisesse mesmo fazer isto.
-Eu não sei... - comecei a dizer, mas você me abraçou por trás e me empurrou para dentro.
-Você vai gostar -você disse.
Comecei a gritar. Você me segurou com força, me apertando com seus braços poderosos. Eu lutei contra você, tentei me soltar. Mas seus braços se mantiveram firmes: era o aperto de uma píton.
Você me arrastou para o interior do galpão. Estava muito escuro.
-Não se mexa - você gritou. - Fique parado. Senão vai destruir tudo.
Mordi seu braço e cuspi em você. Você afrouxou um pouco o aperto. Eu caí e bati com o joelho no chão. Você agarrou meus ombros e me empurrou para baixo, usando sua força para me manter preso.
-Eu disse para não se mexer!
Você estava histérico, com a voz esganiçada. Eu arranhava o chão, tentando encontrar algum apoio para me arrastar.
-Não me machuque - gritei, dando alguns socos no ar.
Meu punho bateu em alguma coisa. Você soltou um grito engasgado e me largou. Eu me levantei e corri para onde achei que a porta estava.
-Pare... pare.
Tropecei e caí novamente. Senti algo úmido e pegajoso nas palmas das mãos. Comecei a me arrastar por cima daquilo. A substância parecia não ter fim. O chão inteiro estava molhado. E havia outras coisas... coisas duras, coisas afiadas, coisas que me arranhavam as pernas. Pedaços de um material macio. Pareciam roupas, roupas dos garotos que você devia ter matado ali.
A substância viscosa grudou nos meus cotovelos. Parecia sangue. Será que você tinha me golpeado sem eu notar? Toquei minha testa.
-PARE! Por favor, Louis, pare onde está!
Eu estava chorando e gritando, tentando me afastar.
Você também estava gritando. Eu ouvia seus passos ecoando no galpão, vindo na minha direção. A qualquer momento sentiria uma faca entrando em meu ombro ou um machado cortando minha cabeça.
Para verificar se já fora golpeado, apalpei o corpo. Passei a mão na garganta. Não sabia onde estava a porta. Tateando desesperadamente ao redor, procurando algo que pudesse usar como escudo, fui deslizando pelo chão. Meus sapatos escorregavam na umidade. Então você abriu as cortinas. E eu vi tudo.
Não havia nenhum corpo. Nenhuma pessoa morta. Só estávamos nós dentro do galpão. E as cores.
Eu estava sentado no meio de tudo.
Havia terra e poeira, plantas e pedras, tudo espalhado no chão à minha volta. Meus braços estavam cobertos de sangue. Pelo menos foi o que pensei no início. Estava tudo vermelho, minhas roupas estavam manchadas de vermelho. Toquei meu antebraço.
Não doeu, nada doía. Toquei o nariz. Senti cheiro de terra.
-É tinta -você disse. -Feita com as pedras.
Eu me virei rapidamente e vi você, entre mim e a porta. Seu rosto estava transtornado, com a boca retorcida numa carranca de fúria.
Seus olhos tinham uma expressão sombria. Comecei a tremer e me arrastei para trás, tentando encontrar algo sólido para colocar entre nós. Mas tudo o que consegui encontrar foram ramos de flores e espinhos de triódias.
ΔΙΑΒΑΖΕΙΣ
Stolen (L.S Version)
FanfictionLouis é um adolescente normal esperando para pegar um voo no aeroporto de Bangkok com seus pais. Ao se afastar, conhece o charmoso e envolvente Harry e nem imagina quais são suas reais intenções. Ele lhe oferece um café em que coloca algum tipo de d...