CAPÍTULO 11 - Ruan Lopes

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Ao adentrar à porta automática do San Martín Débora fica paralisada, ao fundo do saguão uma imensa janela envidraçada com uma visão perfeita do Lago Nahuel Huapi projeta-se como um quadro, um verdadeiro Acrilic on Canvas, ficou ali, observando a imensidão de águas de beleza ainda mais sedutora com as montanhas das cordilheiras Chilenas ao fundo.

O San Martín possuía uma incrível decoração com muita madeira e vidros temperados, o que lhe proporciona um ar ainda mais requintado, seus hóspedes podiam fazer uso de vários serviços inclusos, dentre eles possíveis excursões ou mapas disponibilizados na recepção, piscinas aquecidas, serviços 24 horas e quartos com lareiras, varandas projetadas com vista para as montanhas nevadas, tudo pensado para proporcionar aos clientes uma experiência de luxo, e de fato isso realmente era alcançado.

— Boa tarde — cumprimenta um senhor de cabelos brancos, assim como a tonalidade extrema de mesma cor a sua pele e barba, aparada com precisão a lhe dar um ar ainda mais imponente — seja bem-vinda ao San Martín — finaliza em um sorriso.

— Obrigada — responde surpresa Débora, acreditando que seja um dos funcionários do Resort, provavelmente um dos gerentes.

— Vejo que está encantada com a vista para o lago — completa virando-se para onde Debby dirige seu olhar, ainda atenta contemplando as diversas montanhas ao fundo do Nahuel Huapi. — Acredito que esteja ansiosa para esquiar pelas montanhas congeladas nas diversas pistas de esqui — Débora volta seu olhar para o homem e este prossegue — possuímos diversos funcionários multilíngues que poderão lhe auxiliar, caso seja de seu desejo — Débora analisou o homem de meia idade, de corpo atlético e caucasiano. Dentro do San Martín a temperatura estava agradável, mantida por potentes aquecedores, tanto que o homem apenas vestia uma camisa social azul muito clara, uma gravata vermelha de seda, apenas neste momento que próximo ao bolso lateral direito Débora se deu conta de quem se tratava, em um bordado com caligrafia dourada lia-se "Ruan Lopes".

— Ruan Lopes!!! — exclama de forma automática, uma sensação de taquicardia e uma leve tontura demonstrava que as reações hormonais dispuseram naquele exato momento grandes concentrações de adrenalina em suas veias, um sentimento de ódio percorre todo seu corpo, mas precisa manter-se firme e serena para que nada saia do que planejara.

— Sim, Ruan Lopes, — responde de forma serena, o rosto quase não apresenta nenhuma marca de expressão, mesmo possuindo seus 55 anos de idade — parece espantada, senhorita, sente-se bem? — questiona.

Débora esperava encontrar Ruan, apenas não supunha que seria de forma tão rápida, ao menos imaginava que poderia dar-lhe tempo de descansar ou que mesmo o proprietário não estaria pelo saguão do Resort, pensando bem, conclui consigo mesma Débora, um homem solitário, aparentemente sem herdeiros, não teria muito o que fazer em seus dias.

— Está tudo bem, Senhor Ruan Lopes, ­— pronuncia-se enfim — apenas estou exausta da longa viagem, e a proposito não me apresentei, chamo-me May. May Watson — finaliza, enquanto se recompõe após o espanto.

— Espero que aproveite sua estadia — sorri Ruan — estamos à sua disposição, deixar-lhe-ei para que se dirija à recepção, um ótimo início de noite e esperamos que possa usufruir logo mais do nosso Pub no térreo, — despede-se com um leve meneio de cabeça. Débora segue em direção à recepção ainda atordoada.

— Não acredito, de cara o encontro — sibila — não espere piedade de mim Ruan, não espere! — finaliza para si mesma antes de chegar ao grande balcão de madeira talhado com pequenos desenhos de montanhas numa perfeita reprodução do San Martín com uma vista privilegiada para o lago.

— Malynda Watson — informa ao funcionário, — tenho reserva, poderia por gentileza verificar. Após alguns instantes o jovem lhe estende o cartão para acesso as portas eletrônicas dos aposentos, previamente suas malas foram encaminhas, de modo que apenas possuía em sua mão uma pequena valise e o casaco que retirara devido a climatização no interior do Resort. — Obrigada, solicite que me seja servida uma garrafa de Absinto dentro de no máximo quinze minutos. — Dirigindo-se para os elevadores que a levariam para o sexto andar no quarto 66. E não, definitivamente não era uma coincidência.


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Olá,

Seguimos conhecendo  Bariloche e nos próximos capítulos um pouco mais do misterioso Ruan.

Em Blackout nada é o que parece...

Em Blackout nada é o que parece

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