Capítulo 5 - Larissa

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Muitas coisas horripilantes aconteceram durante as últimas horas no acampamento, mas o Well vomitar em mim pela segunda vez. Muita sacanagem, apesar de ele estar morrendo lá, ainda não consigo ter pena. Ele vomitou em mim, duas fuck vezes.

Meus braços tremem, minha cabeça fica retomando a imagem de Mariana e do motorista mortos na cabana. Como se não bastasse despedaçar a Ana, tinha que pregar os outros na parede.

— Quer ajuda? – pergunta Renan para mim.

— Eu gostaria de uma companhia até a área de banheiros masculinos, pois a área feminina só está morrendo pessoas.

— Posso ser sua companhia, se você quiser! – disse ele.

— Então vamos.

Chegamos na área de banheiros masculinos, que era bem diferente do feminino, pois os chuveiros não tinham divisórias, eram todos abertos. Havia apenas um mictório de conjunto. Eu nunca iria me acostumar com esses banheiros se eu fosse homem. Imagina você tomando banho, enquanto tem uma pessoa do seu lado, nua e até de "pau duro", seria constrangedor.

Entretanto, estava apenas eu e Renan no banheiro, ele ficou no canto ao lado da porta, fiquei de costas para ele, retirei minha blusinha toda molhada de vômito. Fui desabotoar meu sutiã, mas como tenho braços pequenos, é difícil.

— Renan, você poderia desabotoar meu sutiã? Fazendo um imenso favor – perguntei.

— Claro! Ele chegou perto de mim, pôs suas mãos em meu sutiã e desabotoou. Então chegou perto do meu ouvido e sussurrou – Posso pegar seus seios?

— Estão com vômito do Well – respondi, então senti que ele deu alguns passos para trás – Eu sei que você quer chupar a minha bonequinha e eu não quero morrer sem ter transado, assim podemos nos ajudar, o que acha?

— Eu acho ótimo – Renan respondeu, dei uma leve virada com a cabeça e com o canto do olho, vi ele tirando a camiseta e abrindo o botão de sua bermuda. Renan não é um rapaz lindo, mas é muito mais bonito que seu irmão Rodney. Ele tem cabelos castanhos escuros lisos, sempre penteados para o lado, olhos cor de mel, bochechas finas, com queixo triangular. Todas as características de seu rosto forma a aparência de uma pessoa tranquila. Ele é alto, acredito que passa de um metro e oitenta centímetros. Corpo dele não é malhado, mas não é magro, acredito que proporcional. Ele é gente boa.

Comecei a desabotoar minha bermuda, tirei ela vagarosamente. Ainda bem que minha calcinha era de um conjunto de lingerie rosa que eu tenho. Tenho costume de usar calcinha com bichinhos desenhados. Seria broxante, imagina que na minha bunda tivesse o desenho de um panda! Terrível! Sorte que naquele dia, resolvi por essa calcinha excitante. Abaixei minha calcinha vagarosamente. Fiquei esperando ele me abraçar por trás. Nada aconteceu. Virei meu corpo, para questionar a demora e apenas vi a porta (única porta do banheiro) se batendo. Corri até ela, mexi na maçaneta, trancada, comecei a bater na porta e gritar:

— Renan, abre a merda dessa porta! Isso não tem graça! Abre!

Continuei a bater desesperadamente na porta. Eu tenho claustrofobia, não posso ficar em lugares trancados. Desespero começou a passar em minha mente e se Renan fosse o assassino, um psicopata. Afinal ele é calmo, tranquilo, sossegado, ninguém nunca iria desconfiar dele.

— SOCORRO!! Alguém!! SOCORRO!!

Ninguém respondeu, será que nenhum cristo percebeu a ausência minha e do Renan, pensando bem, eu não percebi a ausência de nenhum dos mortos, agora irei morrer. Olhei em torno de todo o local e meus olhos pararam em um antiga janela de alavanca. O espaço era o suficiente para eu passar. Como sou baixinha, não alcançava a janela. Peguei a minha blusinha, amarrei com a bermuda, joguei por cima da alavanca da janela, me pendurei, comecei apoiar meus pés na parede e fui escalando com o máximo de força que tinha no momento.

Algo sinistro surgiu na janela, uma pessoa, eu acho, usando uma máscara de um bode, com dois chifres de cada lado, estranhamente os chifres formavam um alfa (letra grega). A coisa estranha levantou mais a janela, sua mão estava coberta com uma luva de couro. Com a outra mão, ele segurava alguma coisa, ele chegou com a coisa mais perto de meu rosto. Meu Deus, aquilo era um pênis e jogou em minha cara. No momento de pânico, minhas mãos escorregaram e cai, batendo meu joelho com toda força no chão. Não conseguia levantar por causa da dor.

Voltei a gritar e chorar, desesperadamente. Usei todas as últimas forças para dar um último grito. Depois dele fiquei sem voz. Minhas esperanças haviam acabado. Escuto algo bater na porta do banheiro, irei morrer. Comecei a rezar: Deus me perdoe pelos meus pecados, eu sei que errei nessa curta vida, mas me arrependo de todo mau que já fiz e nem foram tantos assim. Escuto mais pancadas na porta, alguém grita:

— Larissa é você?

Eu estava sem voz para responder, só saia alguns murmúrios, me arrastei até a porta, quando percebi que a pessoa havia parado de me chamar. Cheguei na porta e bati com força. Novamente escutei:

— Larissa, se for você bata na porta outra vez!

Que sacanagem, estou morrendo e ainda preciso dar outro sinal para a pessoa me tirar dessa merda! Bati na porta novamente. A pessoa acertou a porta com tanta força que ela abriu de uma vez, acertando minha cara. Quebrei meu dente.

— Carlos, obrigado! – respondi. Nunca fiquei tão feliz em vê-lo.

Ele me pegou no colo e me levou até a cabana, onde Well estava morrendo. Eu só espero que ele não acorde e vomite em mim novamente. Ajudaram a limpar meu joelho, colocaram gases nele. O dente da frente que quebrou não havia o que fazer com ele. Pelo menos no quarto me sentia mais segura, pois tinha o Rafael, Andressa, Thiago, Well morrendo e eu. Assim, se algo acontecesse morreríamos todos juntos.


O SINISTRO (COMPLETO)Where stories live. Discover now