Capítulo 17 - Thiago e alguém aí!

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Depois de ter recebido um beijo do Well, fomos espancados e separados, carregaram meu corpo para uma sala, a qual uma senhora realizou cuidou do meu rosto, colocando curativos. Após terminar, fui levado para uma área escura e tenebrosa daqueles túneis subterrâneos. O local foi montado com celas, todas tinham seres humanos, umas mais lotadas que outras. Um dos mascarados parou em frente a uma cela que tinha apenas uma pessoa, abriu ela e jogou-me lá dentro. (Não entendo o motivo das máscaras). Encostei meu corpo num canto da cela, agachei e fiquei pensando em tudo que aconteceu e como certas coisas bizarras se encaixam agora. Acredito que nunca vi o morto falar, talvez nunca existisse o morto, podia ser apenas uma ilusão projetada em minha mente. O que mais eles podem ter feito? Well e a bomba, ele sobreviveu? Será que tudo aquilo foi real? O que eles fizeram com todos nós, a que custo o ser humano é capaz de ir para ter aquilo que deseja. Quanto egoísmo!

Enquanto me perdia nos pensamentos, a pessoa que estava na cela se aproximou dizendo:

— Bem-vindo ao inferno na Terra!

— Obrigado – sorrio para ele – Sou Thiago e você é?

— Robert, Thomas, Alfredo; o que você preferir – ele se agacha em minha frente.

— Prazer senhor X! – os dois sorriem.

— Você também caiu numa armadilha?

— Sim, eu cai! Mas porque eles fazem isso? – indaguei.

— Você sabia que existem cargos aqui dentro? – eu balancei a cabeça dizendo que não – Então, você pode ser amostra, serviçal, súdito e até chefe, basta ter bom comportamento e pensar como um neandertal igual a eles e você será abençoado – ele riu com deboche.

— O que aconteceu com você? – perguntei curioso.

— Eu estou aqui a vários anos, perdi as contas, mas tentei aproveitar da situação e misturei-me com esse repulsivo laboratório. Os dias iam passando e de cargo eu ia subindo, quando achei que era a hora certa, tentei fugir – ele começou olhar para teto, se levantou, abriu suas calças e disse – eles me capturaram e fizeram isso – apontando para região da virilha, fiquei abismado com o que via nitidamente, afinal não é todo dia que vemos isso.

O rapaz não tinha o pênis, o órgão ejaculador que endurece entre outras coisas, apenas uma massa de pele descia até um pequeno tubo, aparentemente uma mangueira saia daquele espaço. Eu estava perplexo, então levantou a camiseta e mostrou algo similar a uma torneira e disse:

— Quando eu estou com vontade de urinar, eu giro essa torneira e a urina sai pela mangueira que colocaram em mim e isso foi bondade comparado com o que eles faziam na época.

— Época? – indaguei – Quantos anos você têm?

— Tenho trinta e dois anos – respondeu, fiquei chocado, pois o rapaz tinha aparência de ter vinte e quatro anos no máximo. Ele percebeu que eu estava divagando em pensamentos com a cena chocante que acabará de ver e continuou – Como você veio até aqui? No salão dos exilados e virou amostra?

— Eu sempre fui uma amostra – respondi com amargura e continuei – sou o projeto A-L-P-H-A.

— No entanto se você veio para cá, algo me diz que eles já tem os dados que precisam e você será descartado ou você fez algo muito ruim – ele falou me olhando de modo questionador.

— Eu matei Patrícia Insk – respondi, ele fez uma cara de incrédulo e diz:

— Ela era noiva do filho da Tamara Oliver, ouvi boatos que ela e Well Oliver se casariam no próximo mês – comentou abismado.

— Quê? Quê? Quê?

— Algo do tipo ligar as alianças entre os Insk's e os Oliver's, tornando a empresa mais forte e influente e se não me engano Tamara irá casar com Aldumar Ahalazar, o qual tem um domínio poderoso nos exércitos clandestinos da Ásia!

— Irão nos tirar desse lugar, tenho certeza! – afirmei com toda convicção que tinha e o resto de fé que ainda possuía no Well.

— Quem? Deus? Anjinho da guarda? Ninguém vai nos tirar daqui! – afirmou ele.

Um mascarado apareceu em frente a nossa cela, ficou andando de um lado para outro, parou analisou o corredor, eu já estava me preparando psicologicamente para mais tortura. Então ele tirou a máscara, revelando uma mulher de cabelos loiros longos e olhos castanhos claros, que ergueu uma arma para nós e disse:

— Alfa tem que morrer! – algo atingiu o pescoço da moça, sangue espirrou para todo lado, o corpo dela bateu contra o chão, Well aparece na frente de nossa cela e diz:

— Precisamos ser rápidos! – com uma pequena chave abre a cela, eu e o X nos retiramos, eu abraço Well tão apertado, fiquei tão feliz em vê-lo, mas ele corta o meu barato – Precisamos correr!

Seguimos Well por vários corredores, até ele parar em uma bifurcação e nos diz:

— Sigam para a direita! Irei voltar!

— Voltar? – pergunto surpreso, ele ficou louco?

— Alguém precisa tentar detê-los ou matar Ângela, quero uma vez ser herói – ele ri ironicamente. Eu corro até ele, abraço e digo:

— Não irei lhe deixar! Se for para ir ao inferno iremos juntos!

— Não posso perder mais ninguém! – diz afastando meu corpo do dele – Além disso, preciso ajudar duas pessoas que ainda estão no prédio!

— Quem?

— Caio e Larissa! Sim, ela está viva!

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Espero que estejam gostando e ansiosos para o final! hehehe

CAP 18 - Larissa!


O SINISTRO (COMPLETO)Where stories live. Discover now