Capítulo 7 - Meu Tio

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LEANDRO

Tomo meu banho e desço para o café. Meu tio já está a mesa lendo o jornal, quando entro ele me olha e sorrir.

_ E aí Leandro já arrumou tudo ontem? Animado para seu primeiro dia?

Sorrio para ele, tio André já deve estar com seus 50 anos, seu cabelo já tem alguns fios brancos, mas seu sorriso o faz parecer tão novo.

_ Estou sim, ontem mesmo arrumei tudo. E até que estou animado sim. Só é estranho ser o aluno novo no último ano.

Meu tio sorrir e nesse mesmo instante a porta se abre. Uma moça que eu já a tinha visto algumas vezes chega.

_ Bom dia, senhor André. Desculpa o atraso, é que fui comprar um pão fresquinho para meu filho. Hoje é o primeiro dia de aula dele.

A moça está meio nervosa ao falar. Ela deve ser a empregada da casa. Mas, não parecia. Não, a que meu primo pinta para seus amigos.

A mulher é um pouco baixa, seus olhos são claros e sua pele morena, a deixa mais linda ainda.

_ Não tem problema, Aurora. Você nunca se atrasa e sei bem como é querer fazer um agradinho para o filho. E como ele está?

_ Ele está bem, está animado com o último ano.

_ Fico feliz. Esse aqui, é o meu sobrinho. Ele vai morar aqui esse ano por conta da escola. Ele se chama Leandro. Você deve se lembrar dele.

A moça me olha e eu sorrio para ela.

_ Lembro sim. Vou passar um café para os senhores.

_ O dona Aurora, não precisa me chamar de senhor não. Pode me chamar de Leandro mesmo. Muito prazer.

Termino de dizer e me levanto para cumprimentá-lá. Ela me olha por um segundo e dar um sorrio e vai para perto da pia.

Dona Aurora faz um café maravilhoso, e eu o tomo.

_ Leandro, acho que meu filho não deve ir para a aula hoje. Ontem ele chegou de madrugada, não sei como você não acordou. Eu já tentei por limites nele, mas sua tia não deixa. Ontem mesmo, ela foi lá cuidar dele. Então, se já terminou aí. Podemos ir?

Aviso que só preciso escovar os dentes antes. Saio da cozinha e subo as escadas até a porta do banheiro. Para passar para o banheiro, antes, tem o quarto do meu primo. Eu passo e lá está ele. Desmaiado, apenas de cueca box Branca. De fato, ele não vai levantar tão cedo.

Escovo meus dentes e desço, meu tio já está tirando o carro da garagem, passo pela cozinha e me despeço da dona Aurora. Ela parece surpresa, mas me responde "tenha um bom primeiro dia".

Entro no carro e meu tio começa a explicar que o colégio é incrível que tem tradição.

_ Sabe, eu estudei lá e foi a melhor experiência. Espero que você também goste.

_ O filho daquela dona que trabalha na casa de você, estuda lá?

_ Estuda sim, dona Aurora é trabalhadora. Ela se dobra para dar uma boa oportunidade para o filho. E ele é um dos melhores do ano dele. Quem sabe, vocês não conversam? Meu filho não teve muito contato com ele, mas você sabe como é seu primo.

Concordo com a cabeça.

_ Bom, só quero que você estude e aproveite é o último ano de escola. Não vou falar para que você cole em seu primo, pois sei que vocês não se suportam. Então.

_ Sim tio, o senhor sabe. Infelizmente não consigo me aproximar do Paulo sem discutir. O senhor sabe que eu já tento. Sei que ele é seu filho, mas não dá.

_ Tudo bem, eu sei disso, eu conheço o meu filho. Eu o amo, mas espero que ele mude um pouco o seu gênio.

Olho para o meu tio, sei que isso não vai acontecer, mas não digo nada.

Desço na porta do colégio e vou saindo, quando meu tio me chama.

_ Mais uma coisa, seja você mesmo. As pessoas e sua família vão te amar, só seja você mesmo.

Eu fico parado, será que ele sabe? Não tem como. Sorrio e me viro e entro na minha nova escola.

O Garoto do Carro (Romance Gay)Where stories live. Discover now