Capítulo 23 - A Social - Parte 2

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MATHEUS

Eu não devia ter vindo, eu não devia ter vindo. Deixo aquela garota na pista e só quero sumir.

Ela queria me beijar e isso não ia rolar, eu sei que Fabrício é meu amigo, mas, quando tem menina no meio, ficou provado que ele é como os outros homens, apenas pensam com a cabeça debaixo.

Tudo bem, posso estar exagerando. Mas, estou sem graça. Quero ir embora apenas isso.

Passo pela sala e vou para a saída, ninguém me nota e isso é ótimo. Só quero sair daqui.

Do nada eu trombo em alguma coisa e caio. Não devo ter visto alguma porta.

Um garoto se abaixa, e aquele rosto, é um rosto conhecido.

_ Oi Matheus, desculpa, você acabou que não deve ter me visto e trombamos.

É ele, e ele está mais bonito do que há dois anos. Ele me ajuda a levantar. O que ele está fazendo aqui.

_ Oi, Otávio. Pois é, não vi você aqui parado. Aliás, você aqui?

Otávio sorrir, daquela forma que me fez ficar com ele da primeira vez.

_ Ah, então, me mudei para esse condomínio e como vou morar aqui agora, a menina aqui me convidou.

_ Você vai morar aqui?

Como ele vai morar aqui na cidade. Ele não pode, e como ele conhece já conhece a Jamily.

_ Foi o que eu disse. Vou fazer cursinho no São Marcos. Não rolou deu passar no vestibular ano passado, então meus pais me mandaram morar com minha avó. E que surpresa te encontrar.

Otávio não solta a minha mão. E eu não a retiro também. Depois do que aconteceu, eu realmente quero um beijo, mas um beijo de um garoto.

Otávio está lindo, ele tem aquela barba para fazer, um jeans e uma camiseta branca que realça seus braços e seu peitoral.

_ Matheus, você está saindo? Se sim, posso te acompanhar.

Apenas concordo e Otávio caminha ao meu lado de mãos dadas. Eu sei que alguém pode ver, mas, naquela altura da festa, ninguém vai reparar em nada.

Cruzamos o portão e eu sinto o frio da rua. Eu devia ter pego a blusa. A blusa, eu vou para casa do Fabrício, como vou sair daqui sem ele?

_ O que foi? Está com frio, não é? Vem comigo, eu moro na casa no fim dessa rua.

_ Mas, Otávio, eu não estou sozinho.

Otávio me olha e vejo seu olhar de tristeza.

_Ah, você veio com um namorado?

_ Não, está doido? Vim com um amigo.

O sorriso que reaparece no rosto de Otávio é muito transparente.

_ Vamos comigo, depois você volta então.

_ Tudo bem.

Durante a pequena caminhada eu me lembro de Otávio há dois anos, ele foi o primeiro menino e único que beijei, mesmo ele tendo sido babaca no fim das contas, ele sempre será lembrado como o primeiro que me beijou.

_ O Matheus, tenho que te falar uma coisa. Sabe, depois da ultima vez que nos vimos, eu me senti mal pelo o que fiz. Eu não devia, nunca, ter te pressionado daquela forma. É que era a minha última noite na cidade e eu queria você por completo.

_ Tudo bem, passou. Relaxa.

Otávio pede que eu espere e entra na sua casa. Meu celular apita é uma mensagem de Fabrício, querendo saber onde estou.

Respondo avisando que já volto e que quero ir embora. Ele quer saber onde estou e aviso que vim só no fim da rua com um conhecido.

Recebo um ok de resposta e ele avisa que vai estar me esperando na porta do condomínio.

Não sinto muita vontade de conversar com ele, eu sei que ele não fez por mal, mas tudo podia ter sido evitado.

_ E aí tá aqui.

Otávio volta com um moletom e me entrega.

_ Veste, vai te aquecer. Depois você me devolve.

O visto, o moletom tem um perfume incrível, um cheiro dele.

_ Obrigado, mas tenho que ir, meu amigo tá me esperando para irmos embora.

_ Então vamos, vou te acompanhar até lá.

_ Sério?

_ Claro. Você sabe eu sou protetor.

Sorrio e ele se aproxima de mim. Meu corpo todo treme.

_ Matheus, eu posso...

Ele termina de se aproximar e eu o beijo. Nossa, o beijo é como o de antes leve, devagar, com cuidado.

Me separo dele e ele segura as minhas mãos.

_ Senti sua falta, Matheus. Senti muita a sua falta.

Não sei o que dizer apenas começo a caminhar com ele. Nossas mãos estão entrelaçadas e passamos pela festa da Jamily. Sinto que alguém está nos olhando e viro para olhar, não tem ninguém.

Devagar, apenas o silêncio entre nós e o barulho diminuindo da festa.

_ Poxa, fiquei preocupado com seu sumiço, fui atrás e você já tinha desaparecido.

_ Sério? Achei que você estava ocupado.

Fabrício fica sem graça e me olha, seu olhar cai para as mãos dadas com Otávio.

_ Poxa cara, foi mal mesmo. Mas, você também se arrumou né?

Minha cara eu sei que esta vermelha, sorte que está de noite.
Otávio sorrir alto.

_ Oi, meu nome é Otávio.

Ao ouvir o nome, Fabrício me encara. E sei que ele deve estar pensando. Eu disse que Otávio tinha sido um escroto e agora eu apareço com ele. Realmente nem eu me entendo, mas Otávio tem algo.

_ Bom, tchau Otávio, até mais. Vou indo com Fabrício.

Otávio me puxa e me beija novamente e dessa vez na frente de Fabrício.

Depois ele se vira e volta pela rua.

_ Matheus o que aconteceu?

O Garoto do Carro (Romance Gay)Where stories live. Discover now