Capítulo 28 - Eu Ganhei um Aliado

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LEANDRO

Sexta feira (madrugada da social)

Pois é, aqui estou dentro do carro com o Zeca e indo para a casa dele. Sim, acabou que como a casa dele ficava mais próxima e meu primo não iria voltar para casa, o Zeca me sugeriu ficar na casa dele aquela noite.

Eu pensei em relutar, mas acabei concordando. Seria melhor não dar de cara com meus tios no café da manhã querendo saber onde meu primo tinha se metido.

A casa de Zeca é um apartamento num bairro de classe média, o apartamento fica na cobertura, e é todo arrumado, mas nada muito exagerado como a casa da minha tia.

_ Seus pais não vão se incomodar comigo aqui?

_ Meus pais são tradutores, então no momento estão na capital fechando um contrato, os dois se conheceram na faculdade e estão juntos desde então.

Que massa, tradutores!

Entramos em silêncio e o Zeca me leva até o seu quarto, lá ele puxa um colchão e o coloca do lado da sua cama.

_ O man, você dorme aí, blz?

_ Se você quiser, durmo na sala, se você quiser ter sua privacidade e tal.

Zeca rir do que eu falo.

_ Ah para né? Não sou seu primo, ele que tem essas cismas de não dormir com outro cara no quarto. Algo que sempre achei muito viado.

Sempre que ele diz essas coisas, me sinto mal. O Zeca parece um cara legal, mas deixa claro o que ele pensa de pessoas como eu.

Ele forra o colchão e depois começa a retirar a roupa. Ele tira a blusa e a calça, ficando apenas de cueca box e cueca.

O Zeca é aquele cara que tem tudo no lugar, até aquela entrada que desce da barriga e chega na virilha.

_ Ou, pode ficar à vontade, sério.

Eu realmente quero ficar à vontade, mas se eu tirar a blusa e a calça, algumas marcas que o Paulo deixou, vão aparecer.

_ Anda tira logo, viado. Vai ficar de frescura? Tu acha que vou zoar seu corpo ou algo do tipo? Claro que não, né!

Resolvo retirar e torcer para ele não notar.

Retiro a blusa e a calça em silêncio e de costas para o Zeca, quanto termino ele está parado, sério.

_ Cara essas marcas aí na sua barrica, nas suas costas é coisa do Paulo?

Fico sem graça, e não respondo.

_ Eu sempre soube que seu primo é meio louco, mas se ele está batendo em você, cara, porque não contou para alguém?

Se eu falar o porque ele vai saber e provavelmente eu não terei onde ficar agora.

Não consigo falar e Pauli continua me olhando, meus olhos começam a lacrimejar eu sei que vou chorar.

_ Você é gay, é isso né? Seu primo estava certo quando dizia para mim e para os outros. Ele descobriu e agora está te batendo.

Não consigo segurar e choro, as lágrimas caem sem parar.

_ Anda fala!!!!

_ Sim, é isso. E ele não está só me batendo ele força que eu transe com ele sempre. E sim, eu sou gay! Eu sou isso que você diz que não gosta, e já vou me vestir e ir embora.

Zeca fica me olhando e eu começo a vestir a blusa.

_ Para moleque. Pode parar. Se eu te ofendi com o que eu disse esses dias me desculpa. É que eu nunca precisei lidar com uma pessoa assim próxima a mim.

Eu termino de vestir a blusa e fico parado.

_ Primeiro, você fica aqui, segundo, eu vou ter uma conversa com seu primo. Terceiro, porque você não contou isso para alguém?

_ Porque ninguém sabe! O Paulo descobriu porque eu estava contando para a minha amiga sobre o Matheus e ....

Eu disse. Eu disse o nome dele. Fico calado depois e o Zeca apenas segura o riso.

_ Ou seja, ele confirmou que você é gay porque você comentou que está afim de alguém. Isso?

Acho legal ele não dizer o nome de novo.

_ Sim.

_ Cara, vou ser sincero com você. Eu nunca lidei com um amigo que seja gay, mas tudo se tem a primeira vez. E eu vou conversa com seu primo, se isso rolar de novo, você pode vim pra cá se ele contar pra sua família.

Ele me chamou de amigo, mesmo
sem notar.

_Mas...

_ So relaxa.

Retiro a blusa novamente e Zeca me joga um tipo de pomada, eu arrumei um amigo.

O Garoto do Carro (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora