Capítulo 61 - O beijo ao Entardecer

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MATHEUS

Eu vou matar o Fabrício, ele saiu andando com o Zeca. Nunca pensei que o Zeca iria ser tão direto. É até engraçado, pensar que se alguém me dissesse isso em fevereiro eu nunca iria acreditar.

Vejo Fabrício longe, ele realmente está jogando vôlei com Zeca. Ele está feliz. O exercício na academia o ajudou, de fato, ele vai ser uma sensação na faculdade. Pensar na faculdade é pensar que não sei se vou tá com ele no próximo ano.

Volto o olhar para o garoto que está com uma blusa enorme que quase tampa o short dele, é até engraçado. O Leandro não chegou em mim por conta que ele pensou que eu estava com o Fabrício, como assim?

Me aproximo dele e ele acaba sorrindo. Estendo a minha mão e ele a segura.

Uma eletricidade passa pelo meu corpo quando ele me toca. Andamos de mãos dadas, a mão de Leandro é quente e o calor do seu braço me deixa levemente excitado.

Vamos até o final da praia, que não é muito longe de onde estávamos, quero conversar com ele, mas quero que seja algo legal.

LEANDRO

Eu irei matar o Zeca, isso é claro, mas, quando seguro nas mãos de Matheus, sinto uma eletricidade passar por meu corpo, ele está apenas de short e eu olho aquele corpo, não que ele seja forte, o Matheus é até meio gordinho, mas, a segurança dele me faz sentir tão bem.

Caminhando ao lado dele, eu percebo que ele quer ir até o fim da praia e eu apenas o deixo me levar. Ele está sorrindo, mas não falamos nada. Não sei o que falar, só quero ficar assim, perto dele. Imaginar que eu podia ter chegado antes, mas, sempre pensei que ele tivesse algo com o Fabrício.

Chegamos ao local e eu me sento numa das pedras, ele fica em pé bem na minha frente.

_ Matheus, eu...

_ Leandro, eu...

Rimos, pois começamos a falar ao mesmo tempo.

_ Fala você primeiro, Matheus.

Ele balança a cabeça e começa a falar...

MATHEUS

Olhar para Leandro ali sentado me faz desejá-lo mais do que antes. Ele tem um olhar tão triste, um olhar que precisa de cuidados. E eu quero cuidar dele, eu quero estar com ele, mas, antes de algo, eu resolvo contar a história do garoto que eu espero, é melhor ele saber do que um dia esse garoto aparecer e eu não saber o que fazer.

_ Leandro, eu senti algo por você desde a primeira vez que te vi, seus olhos, seus olhos me lembraram uma pessoa, uma pessoa que eu até hoje não sei quem é. Eu vi essa pessoa quando eu estava numa ponte, esperando a minha mãe, ele passou dentro do carro e eu me perdi naquele olhar, naquele olhar verde e triste, então...

Leandro se levanta e me beija, o beijo é calmo, mas ao mesmo tempo intenso, desço minhas mãos por suas costas e ele não se afasta, ele corresponde a cada momento. O beijo e só paro quando fico sem ar.

Me afasto para recuperar o fôlego e vejo que ele está rindo e chorando.

LEANDRO

Quando começo a escutar a história de Matheus, eu não acredito, é muita coincidência o garoto que me atraiu quando o olhei pela primeira vez é de fato o garoto que eu vi há anos. O garoto que me encantou apenas com aquele olhar escuro.

_ " ...
Eu vi essa pessoa quando eu estava numa ponte, esperando a minha mãe, ele passou dentro do carro e eu me perdi naquele olhar, naquele olhar verde e triste, então..."

Não consigo me segurar, eu levanto e o beijo, o beijo com toda a vontade, e o beijo encaixa. Não paro, eu sei que preciso explicar para ele tudo, mas não quero parar. Minhas mãos passam por suas costas e eu seguro para não gemer, quero beija-lo por completo, quero ele todo. O garoto que eu sempre sonhei estava na minha frente durante o ano todo.

Matheus se afasta e me olha.

_ Matheus, você não deve está entendendo, mas eu também vi um garoto, um garoto parado na ponte com olhar escuro e um jeito protetor, eu acompanhei aquele olhar, pois aquele garoto me fez sentir seguro pela primeira vez.

Os olhos deles se iluminam e eu me jogo em seus braços. Voltamos a nos beijar e quando paramos olho e vejo que o dia está virando noite e naquele lugar, eu sinto que a felicidade existe sim...

MATHEUS

É ele, eu sabia, eu sentia isso, agora eu tenho certeza. Ouvir as palavras dele. O beijo de volta, o dia está terminando e à noite começando, mas eu só quero que esse momento dure.

Voltamos depois de um tempo, juntos, dessa vez não apenas de mãos dadas, mas totalmente juntos.

Chegamos perto do Zeca e do Fabrício que estão sentados curtindo o fim do dia, quando eles nos olham, eles sorriem e nos sentamos entre eles.

Não dizemos nada, mas sei que naquele momento eu sinto toda a felicidade...

O Garoto do Carro (Romance Gay)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora