O Garoto do Carro (Romance Gay)

Capítulo 62 - A Formatura

Fabrício

A viagem foi incrível, nem acredito que estamos voltando para a nossa cidade e ainda por cima sabendo que a formatura é no fim de semana.

Aqueles dias foram especiais, finalmente o Matheus e o Leandro se acertaram, o engraçado é que nem deu pra mexer com meu amigo, já que desde que ele e o Leandro se beijaram, eles não se separaram mais, apenas para dormir.

Agora sentado ao lado do Matheus, eu quero conversar com ele, mas sei que ele está cansado.

Me levanto devagar e vou até onde a Jamily está, ela volta sozinha, já que a Julia está ficando com o André no fundo do ônibus.

Pensei durante a semana toda se devia ou não fazer o que irei fazer, mas se eu não arriscar, nunca saberei. O Matheus demorou para arriscar e quando não teve como fugir, acabou que deu certo.

_ Jamily, posso sentar?

Parece clichê a pergunta, mas é a única que eu consigo fazer. Ela concorda e eu me sento.

_ Jamily, eu vou direto ao ponto. Eu sempre gostei de você desde a primeira vez que te vi, eu nunca fui de falar. Sempre fui tímido, mas criei coragem e bem, eu gosto de você, eu quero te fazer feliz e bem, você quer ir ao baile comigo?

Ela me olha e eu não sei o que farei, eu treinei isso por dias, mas, agora, não sei.

Começo a me levantar e ela segura a minha mão.

_ Sim, eu aceito ir com você, e bem, você é uma gracinha.

Quando ela diz gracinha eu não acredito.

_ E sabe o que mais, desde aquele dia no auditório, bem, eu me encantei por você. Você foi o único que tentou parar tudo aquilo, e sabe, minha mãe sempre me disse para escolher um homem que não importasse de se opor a algo, se isso for para ajudar um amigo. Além disso, você viu que eu mesma mudei, e ainda ficou em olhando da mesma forma, você sempre sorria para mim e continua, eu já fui alguém muito mesquinha e você mesmo assim me olhava com um olhar de ternura. Sabe, Fabrício, eu gosto de você, mas da pra você me beijar logo, não sei mais o que falar.

A Jamily me deixou sem palavras, gente, eu me aproximo e nos beijamos. Claramente alguns começam a gritar e eu fico vermelho. Olho para trás e vejo que Matheus acordou com os gritos e sorri. Aceno pra ele e volto a olhar para Jamily...

LEANDRO

Nem acredito, finalmente a formatura, finalmente o diploma e o fim da escola. Estou pronto já, a Thamires chegou mais cedo e também já está linda, ela está ansiosa, pois quer conhecer pessoalmente o Zeca e também o Matheus.

Meu tio está todo agitado, ele queria levar o Matheus e a dona Aurora para a escola, mas como o Matheus disse que ia se arrumar no Fabrício e sua mãe tinha ganhado de presente dos pais do Fabrício um dia de beleza, eles iriam de lá.

É nítido que meu tio está sentindo algo pela dona Aurora, mas não serei eu a dizer algo.

Meus pais não conseguiram vim, nesse tempo morando com o tio André, eu percebi que meus pais me entendiam, mas que não queriam muito me ver. Fiquei um pouco triste, mas sei que com o tempo tudo irá melhorar.

Assim que saímos do carro de tio André, Zeca já aparece saindo do auditório, ele me cumprimenta e para perto da Thamires.

Minha amiga fica vermelha quando ele segura a sua mão e lhe dar um beijo no rosto, ela do jeito dela acaba virando o rosto e vejo quando ela rouba- lhe um selinho.

Deixo os dois conversando e meus olhos encontram quem eu quero. Matheus vem vindo ao lado do Fabrício e seus pais atrás. Ele está tão lindo.

O meu pai cumprimenta a mãe do Matheus e os pais de Fabrício. Matheus me olha e eu vou até ele, seguro suas mãos e o beijo...

MATHEUS

O dia está uma correria, minha mãe está com a mãe do Fabrício no salão, e eu estou aqui deitado ainda, mesmo sabendo que já está quase na hora de descermos para a escola.

É engraçado, quantas vezes vim nesse apartamento, quantas noites ficamos acordados até tarde apenas conversando e sonhando com esse dia. Agora, ele é tão real.

Fabrício volta do banheiro e o odor de perfume me faz tossir.

_ Poxa cara, pra que isso tudo?

_ Ahhh cara, a Jamily vai está maravilhosa, não posso ficar atrás.

Sorrio para ele, desde o beijo no ônibus, o Fabrício está mais feliz.

_ Relaxa. Sério!

Fabrício se arruma e eu vou tomar banho, quando volto, ele já está todo pronto. Me arrumo logo, e quando estamos pronto, começo a segurar o choro.

_ Qual foi, Matheus? Já está chorando?

A verdade que o choro é um misto de alegria e tristeza. O ensino médio está acabando, nunca mais iremos voltar para aquele lugar, nunca mais vou passar e acordar o idiota do meu amigo,

_ Saudades de mim né? Pode falar Matheus.

Confirmo e ele me abraça, eu encosto em seu peito e fico quieto. A verdade que mesmo não sabendo para onde eu e o Leandro vamos, não saber se tudo irá mudar, a coisa que mais sei que irei sentir falta é de estar sempre com meu melhor amigo.

_ Fabrício, cara, eu te amo.

Fabrício sorrir e diz que também me ama.

_ Ah, já estava esquecendo.

Olho para ele sem entender e ele me joga um pacote de camisinha.

_ Oi?

_ Ué, você e o Leandro, então....

Fico vermelho e digo que não tinha pensado porque nem lugar teríamos. Fabrício tira do bolso as chaves da casa dele e me dá.

_ Toma, meus pais já avisaram que não vão voltar para casa hoje, eles não curtem muito baile de adolescente, como eles falaram, então assim que acabar a colação, eles irão nos deixar no clube e vão para uma festa de caridade. Vem pra cá com o Leandro, vocês dormem aqui, de qualquer forma, eu vou para casa da Jamily, nós combinamos.

_ Você está cedendo seu quarto para o Leandro e eu?

_ Para o que serve os irmãos?

Ele sorrir e seu pai bate na porta, saio e vejo minha mãe, ela está incrível. Está tão maravilhosa.

Descemos e assim que entramos no colégio avisto Leandro, ele está tão lindo de terno. Me aproximo dele, vejo que minha mãe parou com o tio dele e os pais de Fabrício. Meu amigo me acompanha e para quando Leandro se aproxima de mim. Ele me beija e eu retribuo, quando nos separamos, noto que minha mãe me olha e o tio dele também.

Seguro nas mãos dele e me viro para a minha mãe.

_ Mãe, eu acho que a senhora já conhece bem meu namorado.

Leandro sorrir quando digo meu namorado.

_ Uai, se conheço, vem cá então e me dá um abraço meu genro.

Sorrimos e minha mãe abraça Leandro.

Os pais de Fabrício, não se espantam e eu percebo que meu amigo deve ter contato para eles, ou eles simplesmente não ligam.

Tomamos nossos lugares na fila e a música toca, entramos. Na minha frente o Fabrício, atrás o Leandro, Zeca e Jamily.

E assim, eu sei o ensino médio acabou, mas as nossas vidas estão apenas começando...