Capítulo 31 "Estou a ter uma conversa com o Dr.Styles"

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Só tive dois dias de aulas e já estou K.O. Espero que gostem e que esperem pelo próximo ansiosamente, eu estou sempre ansiosa para escrever um pouco mais, no metro estou sempre a pensar na história. Pergunta: Em que local costumam ler a história?

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A questão com o William é que de cada vez que ficávamos sozinhos o ar entre nós se tornava mais e mais denso. Haviam sorrisinhos, toques infantis e não tão infantis, era um cocktail explosivo. E para além disso tornava-se ainda mais explosivo quando ele tinha que ser um idiota e eu tinha que responder como uma víbora, por isso quando comecei a levar as coisas longe demais ele gritou comigo pela primeira vez à frente de toda a gente.

-Se está mal corrige. - Ele disse sentado na mesa enquanto eu olhava para a porcaria da tabela.

-Não está mal.- Olhei para a ultima barra cheia de números.

Sam e Samuel estavam a começar a temer pelas suas vidas porque se foram afastando para o corredor sem eu me aperceber.

-Se eu der isto a alguém para ver...

-Vão ver que está errado, corrige isso, não é possível ter dado uma margem de lucro tão pequena.

-Mas deu! Foi um mês parado!

-Não pode ter sido um mês parado!- Ele grita e eu arregalo os olhos.- Estamos na primeira semana de novembro, sabes o que isso significa? Que as vendas de livros, revistas, ebooks, o que quiseres, duplicam, ou pelo menos deviam, tem que estar mal.

A minha cara ficou vermelha, talvez pelo embaraço de ele nunca ter gritado comigo à frente de ninguém, ou sem ser à frente de ninguém, e ele ter escolhido fazer isso com uma plateia deixou-me zonza. De repente todos aqueles momentos engraçados no meu sofá, no carro dele, num restaurante meio vazio à meia noite pareceram-me detestáveis.E sei que talvez eu estivesse a levar as coisas muito a peito, mas eu nunca soube separar bem as águas, e no fim de contas era isso o que eu mais temia. Ergui a cabeça e agarrei na tabela.

-Tudo bem.- Murmuro e viro-me para o elevador. Devo estar a ter um ataque para me estar a dirigir para o elevador.

-Não me vire as costas, onde é que vai?

Sam e Samuel estão a assistir ao jogo de pingue pong da vida deles.

Vou ter com o meu matemático preferido.

Claro que não disse isto.

-Vou corrigir.

Quando as portas se abriram no piso do Harry e eu saltei la para dentro e pelo menos oito pessoas ficaram a olhar para mim, incluindo o Harry que parecia surpreendido. Não ouve qualquer tipo de comunicação desde que eu lhe disse que tinha alguém, o que era mentira na época, e talvez também seja agora. Quando chego à secretária dele não há um sorriso, uma piada ou um cumprimento agradável, gostava de dizer que o meu não-coração não sentiu nada mas na verdade estava a sangrar sangue invisível.

-Posso ajudar?- Uma das suas sobrancelhas sobe.

-Sim na verdade...peço desculpa de incomodar mas podes ver se os números estão corretos ?

Bom agora que digo isto em voz alta e tendo em conta o estado em que ele saiu do meu apartamento pareço uma cabra fria. Para minha surpresa ele agarra no papel e olha para ele. Os seus dedos batem com a lapiseira de uma maneira ritmada no papel e eu fico à espera. Finalmente ele circula um pequeno numero a meio do mês.

-Este está mal de certeza, é teu?- Não sei me magoa mais estar uma coisa mal ou ele falar-me como se fossemos colegas de trabalho.

-Sim, antes de vos mandarmos as contas do departamento fazemos um balanço...

Two ways to lie *Concluida*Onde histórias criam vida. Descubra agora