Take Me Home

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Olá! Eu percebi q este cap é muito pequeno, me desculpem! Por isso vou postar dois hj. Então não esqueçam de clicar em "próximo" para continuar lendo! Obrigado pelos comentários e espero q gostem!

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Jay não havia notado a saída do filho do restaurante de imediato. Quando notou, dispensou a sobremesa alegando estar mais que satisfeita.  Saiu apressada e deixou as meninas e Mark discutindo que sobremesa era melhor para aquela noite quente.

Chegando em casa, encontrou Louis trancado no quarto. Bateu duas vezes até ouvi-lo responder, sua voz soando cansada, desanimada:

- Não tô bem. Acho que foi a comida. Vou tentar dormir, mãe.

Jay ainda ofereceu um remédio que ele recusou e reforçou a decisão de que só precisava dormir. Isso não a tranquilizou. Ele era seu filho, ela sabia que havia algo errado e não estava se referindo ao mal estar dele.

Louis realmente se sentia mal. Sua dor não era física, no entanto. Ele sentia como se algo estivesse lhe escapando, como quando se tenta pegar água com as mãos e esta rapidamente escorre pelos dedos. Era angustiante e ele sabia, mas não queria pensar no motivo daquilo. Louis só queria dormir como se isso resolvesse o problema... pelo menos por enquanto.

Ele eventualmente caiu no sono, mas acordou menos de uma hora depois com batidas em sua porta.

- Louis? – era sua mãe. Poucos segundos de silêncio depois, ela continuou. – Acho que ele dormiu.

Louis franziu o cenho se perguntando com quem ela estaria falando.

- Ah, puxa... – O que Harry estava fazendo ali? – Será que a gente pode acordá-lo?

Louis engoliu seco. Seus olhos estavam fixos no teto branco. Talvez ele devesse abrir a porta...

- Mas ele tava passando mal, cara. Melhor ele descansar.

Louis fechou o semblante ao reconhecer a voz de Zayn. Um silêncio se seguiu por alguns segundos, antes da voz de Harry soar novamente.

- É verdade...

- Amanhã ele estará melhor e vocês poderão sair. – disse Jay. Louis percebeu que enquanto ela falava sua voz ficava mais distante, indicando que estavam se afastando.

Louis colocou o travesseiro e o pressionou sobre o próprio rosto, querendo gritar. Tinha raiva de si por ser patético ao ponto de se importar e tinha raiva de toda aquela nova vida em Cheshire. Ele pensava que as coisas melhorariam quando se mudassem de Doncaster e agora tudo parecia desconfortável, fora do lugar.

Retirou o travesseiro do rosto, se lembrando de algo. Um sorriso se formou em seus lábios, esperançoso. Tudo pareceria normal novamente amanhã. Ele quase se esquecera do porque queria falar com Harry após o show. Bom, pelo menos até as coisas chegarem aquele ponto... Mas agora não importava. Harry que fizesse o que quisesse. Amanhã iria ser um novo e maravilhoso dia.

Louis acordou cedo no dia seguinte – bom, considerando que ele dormira direto desde às 21:00 horas, era de se esperar que levantasse cedo.

- Vou com você. – ele avisou Mark assim que se sentou com ele na mesa do café da manhã.

Mark iria até Doncaster naquela quinta-feira resolver um assunto e se espantou com a declaração do enteado.

- Você vai? – ele questionou olhando para o garoto rapidamente e depois lançando um olhar a Jay, sentada de frente para ele.

O trio estava em casa, na mesa da cozinha. O café da manhã era a única refeição que não faziam no restaurante.

- Lou, você não estava se sentindo bem ontem e agora quer fazer uma viagem de duas horas até Doncaster? – a mãe o encarou desconfiada.

- Já tô bem, mãe. Eu te disse que eu só precisava dormir. – ele deu um sorriso forçado e arqueou as costas como se isso valesse como atestado de boa saúde.

- Mas...

- Deixe o garoto, Jay. Talvez o ar de Doncaster faça bem a ele. – Louis sorriu genuinamente para Mark. – Mas não sei quando tempo posso demorar, eu lhe falei que provavelmente chegaríamos no fim da tarde...

- Sem problemas.

Mark e Louis olharam para Jay, indicando que a palavra final era dela. Ela trocou olhares com os dois antes de suspirar derrotada.

- Ok. Porém, quero que você leve remédios caso se sinta mal novamente.

Jay sabia que o filho não precisava de remédio algum. No dia anterior, quando se deitou para dormir, analisou o motivo de ela ter a sensação de que ele estava bem fisicamente. Desde que Louis aceitara a companhia de Harry, ficara mais animado. Passara a agir como o garoto engraçado, sarcástico e simpático que era – mesmo que ainda de certa forma contida, a amizade era nova. Ela podia ver que, aos poucos, Harry havia conseguido penetrar na barreira de insegurança do filho e havia feito isso de uma maneira natural. Então Jay achou estranho que Louis houvesse simplesmente saído do restaurante e se trancado no quarto em poucos segundos, exatamente no momento em que Harry – e ela acreditava que, em certa medida, Louis também – havia feito uma amizade nova.

Claro que mal estar não tinha hora para acontecer, mas Louis jamais sairia de onde quer que fosse sem avisá-la primeiro, não importa o quão ruim ele pudesse estar se sentindo e ela não acreditava na possibilidade de ele ter se esquecido ou sentido a urgência de sair correndo. A não ser que não fosse algo físico. Foi exatamente nesse momento que ela tivera certeza que Louis não precisava de remédio algum. Talvez se distrair na cidade natal o fizesse esquecer do que quer que fosse e foi com esse pensamento que ela deu um beijo no marido e em Louis antes dos dois partirem.

Louis e Mark passaram a viagem conversando sobre banalidades como música – os dois tinham o mesmo gosto musical, embora Mark não gostasse de Black Sabbath, pois achava a voz de Ozzy enjoativa enquanto Louis chamava a voz do vocalista de “um clássico” – séries de tv, algum vídeo legal da internet etc. Mesmo não sendo parentes de sangue, se davam muito bem. Mark havia o criado, feito sua mãe feliz quando ela estava desacreditada quanto ao amor e, o grande feito dele na opinião de Louis, havia lhe dado quatro irmãs que ele amava. Ainda passara por todo o tratamento psicológico do enteado, apoiando e incentivando. Ele agia como um pai deveria agir e era com este status que Louis o tratava. Mark merecia nada menos do que isso.

Ao chegarem em Doncaster, Mark deixou Louis no velho bairro da família, em frente a um sobrado branco. Ele avisou que ligaria quando resolvesse o que havia de ser resolvido e os dois voltariam para Cheshire.

Louis nem esperou o carro dobrar a esquina para se dirigir com pressa a porta do sobrado que se abriu assim que ele deu uma batida.

Pela porta saiu um garoto de sua idade, moreno de cabelos arrepiados, um sorriso nos lábios e braços abertos.

- Louis Tomlinson!

Louis riu antes de abrir os braços também.

-Stanley Lucas!

Os velhos amigos se abraçaram. Louis sabia que depois daquela noite desagradável, aquele dia o revigoraria. 

The CureOnde as histórias ganham vida. Descobre agora