The Cure

Trust

O silêncio do mais novo durou alguns segundos. Ele precisava processar o que o outro havia dito.

- Desculpe?

- Você parece querer algo dele que não vai conseguir. – a voz de Stan soava fria. Harry abriu a boca para falar, mas o outro foi mais rápido. – Ele não vai cantar com quem quer que seja. Se eu fosse você, desistia.

Harry se sentiu ofendido com o “conselho”. Aquele cara achava que ele só era amigo de Louis por causa da voz dele? Aquilo era absurdo!

- Você tá pensando errado... – ele começou, porém foi prontamente interrompido.

- Ok. Eu não te conheço direito, certo. Mas eu sei da história toda, Louis comentou embora tenha sido eu quem sondou para saber de tudo. O que é estranho é porque você ainda se deu ao trabalho de convidar ele para um passeio hoje ou de sequer de falar com ele se você já tem o Zayn.

Harry franziu o cenho. Onde Zayn se encaixava naquela conversa incomoda?

- Não faço ideia do que você tá falando. – defendeu-se.

- Tô falando que você não precisa insistir nessa amizade interesseira para com o meumelhor amigo. Você pode fazer seus duetos com Zayn. Bom, claro que ele não vai ficar aqui pra sempre, mas se a carreira de vocês decolar talvez ele fique ham?

- Olha, Stan... – Harry sentia-se mal. Ele era péssimo em discussões, péssimo em se defender. Não gostava de ser rude com os outros, mesmo que estes estivessem lhe dando motivos para. Ele preferia conversar, no entanto, Stan claramente soava zombeteiro e em modo de ataque no nível máximo para que conseguisse transformar aquilo em uma conversa descente.

- Sem contar, - Stan se aproximou dele e falou em um tom mais baixo como se quisesse que só Harry ouvisse – que o Zayn não vai te dar trabalho. Com o Louis você só vai se desgastar. Para que desperdiçar o seu tempo com alguém problemático?

Ele finalizou com um dar de ombros e um meio sorriso.

Harry não podia acreditar em tudo que estava ouvindo. Quem aquele cara pensava que era? Quem ele pensava que Harry era? Ele sabia de nada! Como ele podia falar de Louis daquele jeito? Não era só por si mesmo que Harry se sentia indignado. Louis era uma ótima pessoa, uma ótima companhia independentemente de qualquer coisa! E que tipo de pessoa Stan era falando daquele jeito?

- Não acredito que você tá falando isso. – ele sentia-se ultrajado.

- Mas o Louis é mesmo problemático!

- Louis é meu amigo! Eu iria querer a amizade dele mesmo que ele fosse mudo!

Stan ergueu a sobrancelha. Olhou para além da praça com cara de quem estava pensando na afirmação. Voltou seu olhar para o mais novo, descrente.

- Agora que você tem o Zayn não precisa ficar mentindo sabe?

- Não tô mentindo! Eu quero cantar com o Louis. Zayn é ótimo, mas ele não tem a voz que o Louis tem. – Stan fez menção de dizer algo, mas essa foi a vez de Harry o interromper. – E se ele não quiser cantar comigo, não me importo. Gosto do Louis por quem ele é, não pela voz que ele tem. Ele é divertido, sarcástico. Ele se preocupa com as pessoas, ele é atencioso com as irmãs e eu gosto de conversar com ele. É disso tudo que eu gosto. Louis é muito mais do que uma voz bonita. Louis é meu amigo e só vou deixar de ser amigo dele se ele quiser e não pelo que alguém disse!

O silêncio se instaurou mais uma vez entre ambos. Harry cerrava os punhos de nervoso. O ar em seus pulmões parecia pesado. Ele não deixaria alguém pensar aquilo dele e muito menos falar daquele jeito de Louis. Especialmente um cara que era supostamente um amigo de infância. Mui amigo...