part. 6

638 45 16
                                    







Me senti contente em estar buscando aquela garota ali, pelo segundo dia consecutivo.

Naquele sábado, Juliet tinha seus clássicos All-Stars nos pés, vestia shorts jeans, obviamente um preto, uma regata azul escura que combinava com seus cabelos, soltos e graciosamente desorganizados, onde um óculos de sol preto, e divertidamente parecido com os que eu estava usando descansava.

Era uma roupa completamente verão, o que não deveria combinar com sua pose pesada e obscura, mas na verdade a completava perfeitamente. 

–Você devia usar shorts mais vezes, suas pernas são ótimas.

– E você deveria ficar calado mais vezes. Seus comentários são péssimos. – um sorriso divertido brincou em seu rosto, e eu sabia que ela sorria também com os olhos, por baixo dos óculos que havia colocado ao entrar no carro.

– O que nós vamos fazer? – ela se virou na minha direção, e só ali percebi a curiosidade que morava em seu tom.

Juliet ansiava pelo desconhecido. Ela desejava o novo, mesmo sem ter controle sobre ele, ela precisava de mudança, do movimento.

–Partindo da ideia que tudo o que você me contou até hoje foi completamente extraordinário, resolvi te apresentar um pouco da vida comum. – expliquei e senti um ar de dúvida. –Se você confiar, vai perceber que pode ser legal também. – defendi.

–Então fale menos, prove mais. – Juliet de os ombros, como se mostrasse que estava aberta a tentar, ainda que tivesse uma opinião quase formada.

–Nós vamos ao meu restaurante favorito. – sorri começando a dirigir em direção ao centro da cidade. – e eu garanto que você vai adorar.

Juliet abriu sua janela, colocando o rosto no rumo do vento forte que entrava no carro.

Eu sempre me estressava quando alguém mexia em algo no meu carro, sem minha permissão. Abrir as janelas então, seria pedir para criar confusão. Mas a expressão da garota era tão serena ao sentir o vento no rosto, que eu tive uma estranha necessidade de provar aquilo também.

Por isso aumentei o som, assim ainda poderíamos ouvir a música mesmo com todo o barulho e abri meu vidro. Testando aquela sensação nova, e diferente até que começasse a diminuir a velocidade para estacionar próximo ao restaurante, minutos depois.

Não era um lugar luxuoso. Nunca tive paciência para toda aquela frescura de etiqueta. Era apenas uma lanchonete moderninha. Um ambiente muito amplo, varias mesas dentro e fora do local, a decoração era verde água, e tinha desenhos em preto de coisas do mar, por ficar próximo á costa.

A música era sempre de qualidade, raramente haviam muitas pessoas ali, e a comida era divina. Por isso era meu favorito.

–Nada mal. – Juliet brincou, indo na direção de uma mesa nos fundos.

A segui, e logo estávamos sentados frente a frente.

Eu não podia deixar de observar seu rosto. Seus olhos azuis, agora que ela havia descansado os óculos pretos no topo da cabeça.

Como a combinação da cor de seus olhos e cabelos era perfeita, as pequenas manchinhas que ela tinha envolta do nariz, provavelmente por causa do sol, já que sua pele era muito clara. Eu observava cada detalhe.

–Quero fazer uma pergunta. – avisei.

–Vá em frente. – Juliet sorriu. Era tão agradável vê-la de tão bom humor, como se tivesse abaixado alguns centímetros de sua guarda.

–Que cor é o seu cabelo?

–Azul. – ela respondeu séria. – Minha pergunta é: você é daltônico?

Social Casualty - Luke HemmingsWhere stories live. Discover now