part. 12

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Dualidade é uma coisa real e muito estranha. Também foi o que regeu a minha vida desde que Juliet decidiu ir embora.

Fiquei feliz por ela, triste por ficar sozinho. Me senti completo em tê-la nos meus braços, incompleto em saber que isso não ia durar. Revoltado em perde-la, grato por ter conhecido alguém tão especial.

Juliet é confusão, e tudo que ela trouxe para minha vida foi mais confusão. Eu nem sabia o quanto precisava desse caos para crescer, ainda não sei como vou ficar quando essa tempestade se acalmar no meu peito, se é que um dia ela vai.

Sua viagem seria segunda, dois dias depois de seu aniversário. Ou seja, daqui há dois dias.

Nossa última semana juntos acabou, como se em um piscar dos olhos azuis de Juliet. Eu queria chorar só em pensar nisso, mas ao menos sei que aproveitamos ao máximo, não desgrudei dela por nenhum segundo se quer.

Nós checamos suas passagens e passaporte, o lugar onde ela vai ficar quando chegar nos Estados Unidos. Também juntamos suas coisas, o que foi um sacrifício porque ela decidiu deixar para trás tudo o que ultrapassou o limite de uma mala grande e uma mochila, o que eu acredito ser pouca coisa demais para recomeçar uma vida, mas July garantiu ser o necessário. Por fim, ela ainda escreveu um bilhete adorável para o seu pai, deixado em seu guarda-roupas junto com as coisas que ela deixou.

Aproveitamos nosso tempo ao máximo, desde o dia em que a consegui de volta. E agora acabou.

Duas noites juntos, e é tudo o que temos.

A ideia de deixa-la ir me dá calafrios.

– Nós precisamos ir. – ela cutucou minha bochecha, apoiada sobre meu peito enquanto minhas mãos corriam pelos seus cabelos azuis.

Estávamos ali desde que tínhamos acordado, fechados no meu quarto com todas as luzes apagadas, cortinas fechadas, e o som no volume máximo. 

– Já? – estranhei, o tempo não tinha passado na minha cabeça. Não passaria nunca com ela ali.

– São duas e quarenta, e ainda precisamos atravessar a cidade – ela explicou, se levantando.

Não queria sair, muito menos que ela saísse, mas sabia que precisávamos. Afinal, também conseguia estar um pouco animado para o ensaio, já que eu finalmente encontrei uma banda.

– Tudo bem, só mais uma coisa. – fiquei sentado na minha cama, e ganhei sua atenção.

– O que é? – ela cruzou os braços, e arqueou as sobrancelhas.

– Seu presente de aniversário. – eu disse, e pulei da cama, abrindo minha gaveta.

– Que merda, Luke. – ela revirou os olhos, como eu já imaginava. – O que eu disse sobre presentes?

– Você nem viu o que é ainda. – respondi, me mantendo frio.

– Você comprou um baixo ontem, garoto. E eu não quero nada que venha do dinheiro sujo da sua família.

– Abra o presente, Juliet. – resmunguei, segurando a caixinha em sua frente.

Ela revirou os olhos, mas obedeceu quando eu não recuei nenhum centímetro. 

– Não significa que eu aceito. – ela deixou claro, ainda sem ver o que tinha dentro.

– Você pode joga-lo na minha cara se não gostar.

Sua expressão mudou assim que ela colocou os olhos nos dois objetos.

O primeiro que lhe chamou a atenção foi a pedra azul e arredondada, depois de examina-la de perto ela pegou a outra coisa, um pendrive.

Social Casualty - Luke Hemmingsजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें