part. 13

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Calum me ligou no domingo, disse que os meninos e ele queriam se despedir apropriadamente de Juliet, e então sugeriu que fossemos comer pizza e dar uma volta pela cidade. Decidi não contar a Juliet que os meninos estariam lá, para fazer uma pequena surpresa pra ela.

É claro, parte de mim queria ela só pra mim mas eu concordei na hora. Quando ela fosse embora, eu não teria mais esse elo fixo com eles, então precisava mostrar que podemos ser amigos. Eu não podia correr o risco de voltar para o meu grupo estúpido de amigos.

Passamos o dia todo no meu quarto. Luzes apagadas, música alta. Era um quase o nosso ritual.

– Vamos dar uma volta? – perguntei, quando percebi que a hora combinada com os garotos estava chegando.

– Aonde?

– Não sei. – menti – Comer alguma coisa.

– Tudo bem. – ela se levantou, e foi para perto de suas malas, que estavam escondidas no canto do meu quarto.

– Pode pegar alguma coisa no meu closet, se quiser. Pra não gastar suas roupas limpas, acho que você vai precisar delas.

– Você tem razão. – ela assentiu e foi para o meu closet.

Vestiu uma camiseta do The OffSpring que cobriu seus shorts escuros. Tirou o  ar dos meus pulmões vestida daquele jeito.

– Para de me encarar, garoto. Perdeu alguma coisa aqui? – implicou, chacoalhando os cabelos azuis.

– Perdi. – respondi enquanto me aproximada. – Perdi meu coração. – empurrei suas costas contra a parede e lhe dei um beijo demorado.

– Podemos procura-lo depois. – ela brincou, depois que nos afastamos minimamente. – Por agora, vamos andando.

– Seu pedido é uma ordem. – impliquei. – Pela porta, Juleit. Não tem ninguém em casa.

Ela tinha essa mania de sempre sair pela minha janela, porque não queria que minha família a visse aqui, mesmo depois de todas as vezes que eu repeti que eles não se importam com isso. Nunca consegui convence-la.

– Você tem certeza?

– Prometo.

Dirigi com o som alto até o lugar escolhido por Calum, uma pizzaria no subúrbio que tinha uma fachada bem desarrumada.

– Como você conhece esse lugar? – ela perguntou enquanto saíamos do carro.

– Você já vai ver. – respondi e passei minhas mãos pela cintura dela, a puxando para perto enquanto entravamos.

Os três garotos já estavam nos esperando, sentados em uma mesa no centro do estabelecimento. Juliet os viu no primeiro segundo, e sorriu abertamente.

– Surpresa. – sorri pra ela. 

– Sabia que esse lugar era bom demais pra ter sido ideia sua.

– Hey! – resmunguei, ela só riu e me puxou pela mão na direção da mesa deles.

Eles se cumprimentaram calorosamente, e aí os garotos explicaram que precisavam passar pelo menos um pouco mais de tempo juntos antes de a deixarem ir. Ela disse que tinha sido uma ótima ideia.

Michael não falou comigo e nem olho para a minha cara, mas em compensação Calum e Ashton agiram como se fossemos amigos há muito tempo. Nós ocupamos os dois lugares vagos na mesa, e falamos sobre a viagem de Juliet.

Mesmo concentrado em me manter dentro da conversa deles não deixei de reparar o lugar, muito novo pra mim. A maioria das pessoas ali parecia levemente mais velha que nós, praticamente todas as mesas tinham várias garrafas de cerveja barata vazias, e no fundo do estabelecimento, tinha um palco. Dava a impressão que ele poderia cair a qualquer momento, já que as tábuas do meio estavam totalmente envergadas, mas mesmo assim tinha um microfone e alguns instrumentos. Fiquei me perguntando se a placa de música ao vivo pendurada na entrada era mesmo verdade, ou se aquilo estava abandonado.

Social Casualty - Luke HemmingsWhere stories live. Discover now