part. 0

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Ah, Juliet...

Eu sempre me perguntava como a gente acabou se falando, em primeiro lugar.

É uma memória da qual eu amo lembrar... espero que você também se lembre disso às vezes.

Eu estava em uma festa qualquer em Palm Beach. É a praia com a maior atividade noturna da cidade, então não é surpreendente que eu tenha acabado em uma casa com música muito alta, bebida a vontade, e vários desconhecidos se amarotando na sala espaçosa.

Você sempre conheceu aquele lugar muito bem, não é?!

Quando estava lá, resolvi relaxar. Misturei várias coisas em meu copo, e achei um lugar no primeiro sofá desocupado que encontrei. Fitando o pequeno palco improvisado que haviam criado ali, com a base clássica de instrumentos, uma bateria, baixo, guitarra e um microfone no centro. Eu me perguntava quem possivelmente se arriscaria a tocar ali mais tarde. Então minha atenção foi tomada por uma silhueta na porta, chegando ao local.

Uma garota.

A garota mais atraente na qual eu já havia colocado os olhos, pra ser mais exato.

Era você.

Toda vestida de preto, você sabia que estava de matar. Com seus cabelos e olhos azuis, era impossível não te encarar e querer saber absolutamente tudo sobre você.

Quando entrou todos queriam saber seu nome, tudo que você fez foi sorrir a poucos metros de mim, e responder: problema.

Minha cabeça girou. Como se tivesse pressionada contra uma parede, apenas assistindo cada movimento que você fazia. Não conseguia pensar direito.

Você era legal demais para estar andando na minha direção daquele jeito. Então você sorriu dizendo que havia gostado de minha camiseta do Kurt Cobain. Depois atravessou a sala, como se nunca tivesse parado para falar comigo. Você foi buscar bebida antes antes que eu pudesse tomar qualquer atitude, bolar qualquer resposta boa.

Mas eu ainda ia dar meu jeito naquilo...

  A festa continuou, todos estavam cada vez mais bêbados quando alguém chamou a atenção tomando o microfone depois de subir ao pequeno palco.

–Desculpa por interromper a música. – ele começou a falar com a língua enrolada, bem bêbado. – Eu só queria avisar que o microfone está liberado. Na verdade, queria pedir para a garota mais linda da festa cantar pra gente.

Todos bateram palmas e abriram espaço para alguém ir até o palco, enquanto isso o garoto que estava falando assumiu seu lugar na bateria.

Sorri, quando vi os reflexos azuis do seu cabelo. Você pegou o contra baixo com atitude, e se aproximou do microfone. O garoto chapado tinha razão, a garota mais bonita da festa iria cantar.

–Boa noite, galera! É bom estar de volta – você sorriu ao dizer, e eu derreti ao tom aveludado da sua voz. –Mas antes de começar eu preciso de uma coisa importante.

–O que você quiser, amor! – uma voz masculina gritou em meio as pessoas da festa.

–Um guitarrista. – você anunciou. – Preciso de um bom guitarrista.

E aí foi como se eu tivesse sido possuído por algo maior que eu. Levantei-me do sofá em um sobressalto, já com o braço para cima, declarando que eu poderia tocar. Eu queria muito tocar contigo. Eu precisava.

–Oh, você dá conta do recado? – você arqueou as sobrancelhas, me desafiando.

–Sem dúvidas. – joguei em resposta, resolvendo arriscar.

Social Casualty - Luke HemmingsWhere stories live. Discover now