part. 7

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No dia seguinte, eu estava ansioso.

Quer dizer, eu praticamente entrei em pânico depois que Juliet foi embora, por volta das onze da noite. Tentei dormir, mas minha agitação não colaborava. E pela manhã quando pensei que fosse estar exausto pela minha insônia, estava ainda mais pilhado.

Tomei café da manhã com minha família, e a cada segundo alguém pedia para que eu sossegasse com os pés embaixo da mesa, ou de batucar na minha xícara, mas eu simplesmente não podia impedir.

Voei para o colégio assim que levantei da mesa, mas não sabia bem se era isso que eu queria. Apenas precisava encontrar Juliet, eu tinha medo que ela voltasse a me ignorar. Enquanto, ao mesmo tempo a ideia de tudo estar finalmente bem entre nós me deixava animado. Estava ótimo enquanto estávamos entre quatro paredes na sala de cinema da minha casa, sozinhos, mas eu não podia dizer se ela iria levar isso em consideração no colégio, ou se ia apenas me ignorar como vinha fazendo antes.

Sua instabilidade me deixava louco.

Para ajudar, a primeira aula seria justamente educação física, e toda a turma tinha essa aula junto.

Juliet deve ter chegado uns quinze minutos atrasada, já causando o desagrado do professor, como ela geralmente fazia.

Não preciso comentar que ela vestia suas tradicionais roupas escuras, e não o uniforme do colégio, quanto menos o esportivo. Se sentou no canto das arquibancadas da quadra de esportes e ficou lá isolada como havia feito nas outras aulas que tivemos ali.

Mas por algum motivo, o professor não a deixou quieta naquele dia.

–Van Harris! –ele gritou firme, fazendo com que os olhos azuis dela queimassem na sua direção. –Você mesmo, mocinha.

–Meu nome é Juliet. – ela respondeu dura.

Agora que eu entendia o motivo daquilo, fazia bem mais sentido toda aquela raiva pelo nome da família.

–Porque não está de uniforme, Juliet? – ele resolveu dar continuidade a conversa.

–Eu não vou usar isso. – ela repudiou–E acho bastante sensato que você não insista nisso, professor.

–E porque eu não insistiria? – o homem, relativamente jovem, questionou intrigado. 

–Se eu vestir, não vai me fazer tirar depois. – ela sorriu diabolicamente, e se levantou, caminhando até o vestiário.

Todos nos entreolhamos, inclusive o professor, não compreendendo o que ela queria dizer.

Não compreendi até ela voltar do vestiário.

E ela tinha razão, seria melhor ter continuado com sua camiseta larga. Para minha própria sanidade mental e física. Assim que bati meus olhos nela, eu queria tira-la dali, joga-la no vestiário, e ter o prazer de tirar cada uma daquelas peças do uniforme.

Uniforme que devia ser no mínimo dois números menores que o comum para as garotas. Seu short estava curto, e a camiseta colada. Ela ficava gostosa pra cacete naquilo, e de all-stars, como sempre.

Todos se calaram quando ela voltou, eu sabia que os garotos apreciavam, e mediam tudo (o que atacava parte dos ciúmes em mim) enquanto as garotas morriam por dentro com toda a atenção que ela recebia.

O professor limpou a garganta, de forma falsa, e muito alta, ganhando a atenção de parte de turma outra vez.

–Você podia ter evitado esse constrangimento para nós dois. – ela murmurou. Eu sabia que se vangloriava por ter a razão.

Social Casualty - Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora