part. 14

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Uma sensação estranha queimava meu rosto, tornando impossível pra mim continuar com os olhos fechados. Mesmo assim levei uns segundos para entender o que eu via quando os abri, um teto escuro e uma claridade insuportável. Minha cabeça estava latejando, a sensação na minha cara era sol, e eu não estava deitado sozinho.

Aí tudo fez sentido. Tínhamos amanhecido no banco de trás do meu carro, ainda em frente a casa de praia em Palm Beach. O corpo por cima do meu era Juliet, com seus cabelos azuis emaranhados cobrindo o rosto.

Deixei meus dedos afagarem suas bochechas sem a menor pressa, nós podíamos ficar daquele jeito para todo o sempre se dependesse de mim. Mas não durou a eternidade que eu queria, ela logo acordou.

– Bom dia. – sorri, diante de sua expressão confusa.

– Caralho, que horas são? – ela ficou alerta de repente.

Procurei pelo meu celular no chão do carro, e logo o encontrei.

– Seis e quarenta.

– Que susto, Luke. Pensei que tivéssemos perdido a hora.

– Isso seria ótimo. – comentei puxando seu corpo um pouco mais pra cima, para deixar nossos rostos mais próximos.

– Você sabe que não pode acontecer, espertinho.

– Um garoto pode sonhar. – dei risada, e deixei um beijo em seus lábios macios. – Queria poder ficar aqui com você pra sempre.

– Quando o sol esquentasse, garanto que você iria mudar de ideia. – ela ri, mas depois me dá mais um beijo.

Ficamos algum minutos naquela bolha silenciosa. Se alguém passasse pela calçada, seria uma situação bastante constrangedora para todas as partes, mas não dávamos a mínima.

O que perturbou o meu paraíso pessoal foi o toque do meu celular, atendi mesmo se tratando de um numero desconhecido.

– Alo?

– Hemmings? – ouvi a última voz que esperaria em um milhão de anos do outro lado da linha.

Eu fiquei confuso, no mínimo. 

– Michael? –perguntei.

– Preciso falar com a Juliet. – ele disse, e seu desprezo está lá como sempre.

– Ah, isso explica muita coisa.

– Achou o que eu ia querer falar com você, idiota? Passa o telefone pra ela logo.

Revirei os olhos e entreguei o telefone para July, ela estava ouvido a nossa conversa, já que não havia praticamente nenhum espaço entre nós.

– Bom dia Mike. – ela falou.

– Oi Juliet! Liguei pra te avisar que está tudo pronto pra mais tarde.

– Você conseguiu a senha? Isso é ótimo.

– Onde você quer que eu deixe a parada?

– Pode colocar no meu armário, pego assim que chegar. Minha senha é 1-9-7-2.

– Não é uma informação que eu sairia dando pras pessoas assim – o garoto brincou.

– Não é como se eu fosse precisar mais dele.

– Então esse é o seu último dia real, hum? Vai terminar em grande estilo.

– É pra dar sorte. – Juliet riu. – Nos vemos mais tarde, Mike.

– Até lá.

Ela desligou e não falou nada, mas a minha curiosidade nunca me deixaria ficar quieto.

Social Casualty - Luke Hemmingsحيث تعيش القصص. اكتشف الآن