Um novo capítulo

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Elisa lembrou que Dona Gilda havia perguntado se ela queria escrever algo novo na história e por isso a menina decidiu ler novamente. Segundos depois estava caminhando na praia a avistou ao longe o casebre. Chegando ao portão gritou, mas não obteve resposta. Quando estava prestes a desistir, ouviu o latido de Tombo que, correu para recebê-la. Dona Gilda veio logo atrás e saudou a menina:

— Como vai Elisa? Eu a vi na praia e pude perceber que encontrou aquele a quem procurava.

— Não sei ao certo se o encontrei. Sigo perdida em meu mundo e é justamente por isso que estou aqui.

— E o que posso fazer para ajudar a mudar essa história?

— É exatamente isso! Quero reescrevê-la e quem sabe assim ele me encontre.

— Pois bem! O que tem em mente?

— Quando estive aqui da outra vez, a senhora perguntou se eu queria escrever uma nova parte no livro. Será que pode incluir algo para mim?

— Depende! Talvez possamos fazer alguma coisa. Que tal uma pequena mudança de cenário?

— Não, isso não basta! Eu quero deixar escrito o meu nome e endereço para o Guto no final do livro.

— Hum! Sinto não poder lhe atender nesse pedido. Isso é algo impossível de se realizar.

— Mas a senhora me perguntou o que eu queria. — Questionou a menina, lembrando-se da sua oferta anterior.

— De fato! Sigo com a mesma intenção. Mas terás que viver a história para mudá-la. Não posso simplesmente alterar o livro quando bem entender. O que podemos é deixar um sinal para o rapaz, pois assim não iremos confundir os outros leitores. — A moça ficou confusa, mas compreendeu e perguntou o que poderiam deixar.

— Que tal uma ilustração? Podemos deixar na última página, assim quem estiver lendo não se confundirá.

— Eu não sei desenhar! Como faremos? — Indagou aflita.

— Eu conheço alguém que poderá lhe ajudar. Desça a trilha que fica depois do pomar e quando ouvir o canto dos pássaros encontrará um chalé. Chame por Marc, ele saberá o que fazer.

— Quem é Marc?

— O desenhista. Foi ele quem desenhou a praia, a colina e todas as demais coisas deste livro. Eu particularmente acho que sua obra de arte foi a aquarela, digo isto mesmo sabendo que a maioria das pessoas prefere a colina e a praia branca.

Elisa seguiu as orientações e tempos depois se encantou com o que encontrou. Era um chalé de dois andares que ficava as margens de um pequeno lago, era alimentado por um córrego que cortava a montanha. O espelho d'água era perfeito, refletia as cores daquele magnifico lugar. Havia muitas árvores frutíferas onde os mais variados tipos de pássaros revezavam em uma dança constante para desfrutar dos seus frutos.

Elisa percebeu que não havia ponte para atravessar o lago, porém, observou um pequeno barco atracado aos pés de uma escada que seguia até o chalé. Ela se preparava para gritar por Marc, quando percebeu ao lado do barco uma linda garça azul que estava a observar tudo e como uma guardiã daquele lugar, voou para o topo do chalé e começou a gritar. Era um som estridente, que mais parecia um alerta.

Não demorou muito para um senhor de barbas abrir a porta e perguntar quem estava ali. Ele não olhou na direção de Elisa, procurava por todos os lados e somente após colocar os seus óculos é que finalmente notou a presença da moça.

— Olá menina, desculpe os modos. Estava tirando um cochilo e não enxergo bem sem esses óculos. Você quer entrar?

— Gostaria, mas eu não sei nadar. — Respondeu sorrindo.

A Menina que se apaixonou por um livroWhere stories live. Discover now