Capítulo 1 - THEO

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CAPÍTULO 1

AINDA EM FEVEREIRO DE 2014

THEO

A noite tinha sido boa.

Não ótima ou especialmente excitante, mas boa.

Ainda era madrugada, talvez quatro da manhã. Mas eu já estava um tanto entediado. Mesmo com a belíssima mulher nua na banheira, que tinha me satisfeito a noite toda e continuava lá, obedientemente esperando minhas ordens. Sentado na beira da banheira de mármore luxuosa, eu a observava. Ela nua, eu completamente vestido. Só faltava meu paletó, pendurado em uma cadeira ali perto.

Era linda. Alta, esguia, corpo escultural, seios firmes e pequenos, cabelos escuros que se espalhavam pela borda fora da água, perto da minha perna, em belo contraste com a pele muito branca e o batom vermelho escuro, que especialmente eu gostava. Ela o retocara a noite toda para me agradar, mesmo depois de me chupar incansavelmente. E ali, nua, o batom a enfeitava.

Poderia desfrutar dela por mais algumas horas. Mas por algum motivo, eu não queria mais e estava pronto para partir.

Ela ergueu os olhos castanhos para mim, submissa, quase implorante. Queria me servir mais, estava claro em sua expressão de súplica. Mesmo possivelmente dolorida por tudo que fiz com ela no decorrer das horas, ainda assim desejava mais, como uma viciada. Estremeceu quando agarrei um punhado de seu cabelo no alto da cabeça e na mesma hora baixou o olhar, demonstrando seu respeito, sua aceitação de tudo mais que eu desejasse ou determinasse.

Por um momento, pesei minhas opções. Mas meu corpo não reagiu. Apesar dela ser uma das frequentadoras novas da casa, linda e obediente, já não me interessava mais agora. Larguei seu cabelo e me ergui. Na mesma hora ajoelhou-se na banheira, a água escorrendo por seu corpo perfeito, os olhos baixos, mas a voz suplicante:

- Senhor ...

Era um último pedido desesperado para que eu ficasse. Ela tinha me olhado e desejado por semanas, antes que finalmente eu a escolhesse. E agora queria me agradar ao máximo, ser uma das minhas preferidas tradicionais a partir daquele dia. Mas naquele jogo não era ela que decidia aquilo.

Fui calmamente até a cadeira e vesti meu paletó, observando-a friamente. Não ergueu o olhar nem se moveu, mas era óbvia sua expectativa, seu pedido mudo por mais. Não deixava de ser certa humilhação para ela deixá-la antes do amanhecer do dia, quando eu geralmente só saía do clube pela manhã. Mas não dei satisfações. Naquele jogo, cada um sabia sua posição. A dela era obedecer. A minha era a de dominar e decidir.

Não disse uma palavra ao caminhar para o quarto da suíte. Não sei se me olhou, quase esperei que suplicasse só para quebrar uma regra e tentar me fazer voltar para castigá-la. No entanto, acabou se contendo. E eu a deixei para trás.

Peguei minha carteira, as chaves do carro e meu celular sobre a mesinha de cabeceira. Quando saí do quarto e alcancei o corredor acarpetado, eu já a havia esquecido. Desci ao nível inferior do Clube, onde havia vários salões, ainda com movimento agitado naquela madrugada de sábado. Cumprimentei alguns conhecidos com um gesto de cabeça, mas não parei. Passei pelas pesadas e altas portas duplas da entrada guardada por seguranças armados e segui até meu carro quase em frente.

Era um dos que eu tinha à minha disposição, um Mazda Mx-5 Miata prata conversível, de apenas dois lugares. Daquela vez tinha preterido meu 4x4 com tração nas 4 rodas por aquele modelo mais luxuoso, simplesmente pelo fato de sentir vontade de correr mais na estrada e sentir o vento sobre mim.

FERIDA - Livro 2 da Série Segredos.Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum