Capítulo 4 - THEO

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Olá, queridos.

A música de hoje foi sugestão da linda Maria Oliveira Gonçalves e só aparece no final da parte de EVa, mas vou deixar o vídeo aqui nas duas partes. Chama-se Bring me to life, do Evanescence

Amei, Maria!

Espero que gostem. A coisa começa a fugir ao controle rsrsrs

Domingo tem bônus. Beijos!

Nana.

CAPÍTULO 4

THEO

Eu tive que me conter na quinta-feira para não procurar Eva. Nada me distraía do fato de saber que ela estava naquele bar sendo cantada, ouvindo piadinhas de homens, talvez tendo que aturar até ser assediada ocasionalmente. E que ao final de tudo sairia tarde da noite ou de madrugada para se dirigir ao seu barraco na favela, correndo todo tipo de risco.

Fiquei perturbado o dia todo no trabalho e a noite quando estava em casa e fui jantar com a minha família. Mais sério e calado que o habitual, eu comia em silêncio, sabendo que não podia fazer nada. Ela já era maior de idade e não podia me forçar a fazer suas vontades. O nome daquilo era chantagem. Ou eu lhe dava trabalho em Florada ou nada feito, continuava a correr riscos. Que assim fosse. Não era responsabilidade minha.

- Theo, o carnaval se aproxima. Está fechado o baile de máscara no Clube dos Produtores de Gado, em Pedrosa, desse ano? – Indagou Pedro, tirando-me dos pensamentos que me enchiam de preocupações.

- Sim, no sábado seguinte. Os convites estão no escritório. – Fitei-o. – Você vai?

- E eu perco algum ano? – Pedro sorriu, animado. – Nunca vi tanta mulher linda junta por metro quadrado. Vai com a gente, Heitor?

- Não sou urbano como vocês. – Heitor fitou-nos de maneira maliciosa, cortando sua carne. – Eu e Joaquim somos mais povão, carnaval pra gente é ver a banda no centro de Florada tocando marchinhas e comer milho cozido nas barraquinhas. Não é, Tourinho?

- É muito mais divertido. – Joaquim acenou com a cabeça, animado. – Todo mundo aparece na cidade, com as mesmas fantasias de todos os anos.

- Pior que é. – Gabi concordou com um sorriso. Estava ainda mais linda grávida, a pele e o cabelo reluzindo, a felicidade explícita em seu rosto. Ela e Joaquim viviam uma eterna lua-de-mel. – Prefiro assim também. Esse clube é muito pomposo. Só vai gente rica ou os empregados acima de certo nível.

- Vocês não sabem o que estão perdendo. Champanhe, gente bonita, máscaras, sedução ... – Pedro piscou. – Tudo que eu gosto. Eu vou, Theo. Quem mais da Falcão vai com a gente?

- Só Valentina e Bruno Rios. – Expliquei.

Valentina ia acompanhada do noivo. Eu e Pedro íamos sozinhos, ele por que já ia com a intenção de arrumar uma paquera por lá e eu por que mesmo sendo um baile e tal, para mim era uma questão de negócios, talvez até para fechar um novo contrato. Como um dos maiores produtores de Gado Nelore Puro, eu com certeza receberia propostas de outros criadores que poderiam ser lucrativas para nós.

Além de nós, ia também nosso Mestre em Genética e Melhoramento Animal, Bruno Rios, que também era Doutor em Zootecnia e o responsável pela qualidade de cruzamento de nosso gado. Era disputado no meio, mas eu o mantinha conosco garantindo-lhe um salário excelente e ótimas condições para efetuá-lo. Tinha sido uma grande contratação, que garantiu à Falcão vencer diversos prêmios e ter vacas e touros avaliados em até um milhão de Reais.

FERIDA - Livro 2 da Série Segredos.Onde histórias criam vida. Descubra agora