Capítulo 5 - EVA

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Olá, amados.

O capítulo 5 é bônus de domingo e adiantei para hoje. Terça-feira tem mais.

A Música que toca na parte do Theo foi indicação da querida Ariany Nascimento: Lady Antebellum, Need you now. Obrigada, linda!

Beijos a todos!

CAPÍTULO 5

EVA

Eu não tinha muitas coisas, só o básico. Não foi difícil juntar em bolsas e sacos as minhas coisas, até por que eu não consegui dormir bem naquela noite. Assim, quando o caminhão chegou de manhã, tudo já estava organizado.

Os três rapazes levaram minhas coisas velhas para dentro do caminhão e nem sei como o guarda-roupa não desmontou no processo, mas ao final estava tudo lá dentro. Eu me despedi dos vizinhos, acertei tudo com o dono da casa e ao final peguei uma carona no caminhão, ao lado do motorista, enquanto os outros dois rapazes iam atrás. Era simpático e falava sem parar. Eu sorria, comentava alguma coisa, mas continuava preocupada, ansiosa, sem conseguir me concentrar muito na conversa.

Olhava a paisagem que passava pela janela, o vento sacudindo meu cabelo, a manhã esplendorosa me dando bom dia com toda sua luz e beleza. Mas eu me sentia sem condições de apreciar tudo, ainda perturbada demais para relaxar, preocupações, medos e esperanças me dominando.

Não conseguia parar de pensar em Theo por um segundo sequer. Era como e ele tivesse sido tatuado em minha mente. Revia infinitamente tudo que tínhamos falado na noite anterior, o que fizemos e o que não foi dito nem feito. A cada segundo eu tinha novas impressões e questionamentos, até que finalmente me dei por vencida e resolvi parar de lutar e tentar entender tudo aquilo. Eu seguiria em frente, com meu objetivo inicial. E no processo observaria tudo à minha volta.

Respirei fundo e deixei o vento bater em meu rosto enquanto o caminhão passava pela porteira branca com a placa FAZENDA FALCÃO VERMELHO, que tinha sido aberta automaticamente pelos seguranças. Senti um misto de apreensão e vitória por estar naquelas terras, convidada, com a oportunidade de tentar reaver uma parte que era da minha família por direito. Lembrei-me daquilo e me foquei, pois aquele devia ser meu objetivo principal. Era por isso que eu estava ali.

Passei meus olhos pelos campos a se perderem de vista, tanto verde parecendo um tapete gramado, as árvores com suas folhas lustrosas balançando, o caminho que percorríamos bem tratado com guias laterais pintadas de branco, o casarão bem mais à frente, enorme e lindo, com um belo pátio na frente. Mais adiante se avistavam as primeiras construções, que por pesquisas e informações eu conhecia. Eram os estábulos, o conjunto de residências que parecia uma mini cidade com escola, posto médico, centro esportivo, refeitório. Logo depois um prédio com o laboratório e escritórios. Além disso, vinham os 40 mini retiros onde o gado ficava, cada um contendo tudo que necessitavam, desde medicamentos a rações e vitaminas, com pessoas encarregadas de tratar deles. E então vinham os pastos infinitos, as terras que deviam somar uns 4 mil hectares de um verdadeiro império. Eu só queria uma pequena parte dessa terra, que pertencia à minha família e tinha sido roubada.

De onde eu estava, podia ver o primeiro pasto com a infinidade de gado branco bem tratado e só esse devia ter mais de trinta mil cabeças. Era impressionante a quantidade de terra e gado, como também a qualidade de tudo. Não era à toa que a Fazenda Falcão Vermelho era uma das mais lucrativas do país e exportava carne para o mundo todo, sem contar os investimentos em avanços genéticos e venda de touros premiados e sêmen.

FERIDA - Livro 2 da Série Segredos.Where stories live. Discover now