Capítulo 3 - EVA

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Olá, amados.

O capítulo está dividido em duas partes, uma pequena de Eva e uma bem maior de Theo.

A primeira música, CARVÃO, de Ana Carolina, foi sugestão da minha anjinha Fabiana Miyagui. Vejam se não é perfeita para a Eva! Adorei!

A segunda música é linda, NOTHING ELSE MATTERS, do Metallica. Foi indicação de duas amadas: Minha amiga Maria Cachucha e a querida Alessandra Corte.

Meninas, muito obrigada! Beijos.

CAPÍTULO 3

EVA

Surgiu como um clarão
Um raio me cortando a escuridão
E veio me puxando pela mão
Por onde não imaginei seguir
Me fez sentir tão bem, como ninguém
E eu fui me enganando sem sentir
E fui abrindo portas sem sair
Sonhando às cegas, sem dormir
Não sei quem é você

Eu esperei que Theo me procurasse logo, mas isso não aconteceu. A cada dia que acordei foi com a sensação de ansiedade, de pressão no peito e expectativa de encontrá-lo novamente. Mantinha-me alerta o tempo todo, para não ser pega de surpresa. Era a maneira que encontrei para não deixar que aquele homem me abalasse. Eu tinha que estar preparada para ele, antecipar seus atos.

A semana transcorreu até quarta-feira e não tive notícias dele. Trabalhei, falei com minha mãe pelo telefone e ela me incentivou a forçar um novo encontro, mas não o fiz. Simplesmente aguardei.

Foi difícil. Por mais que eu tentasse ser fria e racional, Theo Falcão parecia minar minhas forças. Era impossível pensar em outra coisa que não fosse ele. Em seu olhar, sua presença marcante e dominadora, como se ainda permanecesse em minha casa, em cada canto que eu olhava. Em alguns momentos eu sentia um ódio mortal dentro de mim por saber que, apesar de tudo, estava atraída por ele. O que mais me preocupava era isso, pois havia um medo grande de perder o controle, de não conseguir ser racional e fria por estar com outros sentidos despertos, com meu corpo reagindo sem controle.

Ao mesmo tempo, lembrava quem ele era, meu objetivo e meu plano, todas as diferenças e como nossa vida foi miserável graças ao pai dele. Recordava do que Theo era capaz. Aí então minhas forças se renovavam. Eu ia explorar aquela atração que não vinha só de mim, ia me manter firme, mesmo que o desejasse. Não adiantava negar que tinha consciência dele como homem. Mas isso não me impediria de ir até o final nos planos que tínhamos feito.

Antes de dormir, ficava horas deitada, lembrando-me dele, sentindo o nervosismo me dominar, tendo pensamentos que fugiam ao meu controle. Havia uma ânsia dentro de mim, algo que me fazia desejar que tudo começasse logo, pois a expectativa estava me deixando doente. Ao mesmo tempo revia tudo que devia fazer, imaginava meios de conseguir e dava graças àquela atração física natural que ocorreu entre nós e que facilitaria meus planos.

O que mais me preocupava, além dos meus próprios sentimentos, era o fato de Theo não ter explorado isso. Quando se levantou, pensei que seria para me tomar. Seu corpo denunciava a tensão que o dominava, seu olhar era de um macho querendo ter seus desejos satisfeitos, ele não era homem de recuar. Mas simplesmente me ignorou, saiu, foi até frio no final. E eu me questionava: por quê?

A diferença de idade? O fato de ter sido eu quem o tinha ajudado? Se fosse um outro homem, com uma consciência, poderia jurar que sentiu-se culpado, talvez achando que abusaria de mim. Mas eu sabia que ele era capaz de tudo, até de matar. Uma pessoa assim não tinha limites nem se importava com ninguém. Então, por que foi embora? Por que não fez nada perante o que eu oferecia silenciosamente a ele?

FERIDA - Livro 2 da Série Segredos.Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt