Alma Perdida - O Mistério Após Amá-lo

Four

Harry ⚓

— Ele veio aqui! — Ian disse olhando para os corpos pendurados de Mike e Josh, estavam sem os membros e os olhos. 

Aquilo era obra do próprio demônio — Infelizmente que estava no corpo do meu namorado —, mas tenho certeza de que o Louis em si, não seria capaz de fazer tamanhas coisas bizarras, aquele não era ele e disso eu poderia afirmar. No momento está sendo controlado por um ser maligno das trevas. 

Diziam que eu era filho do próprio demônio, engraçado é que eu sempre senti que sim. 

— Eram da morada, por que Louis iria querer matá-los? — Indaguei, passando pela poça de sangue e indo de encontro ao porão. 

— Eu não sei o motivo, mas sabemos que esses dois o humilharam na morada. Talvez o demônio que está dentro dele, pegou esse rancor e ele quis se vingar. — Ian deduziu. 

Mas eu não conseguia acreditar e engolir aquela história tão fácil assim, sei que tem um motivo a mais e talvez ele esteja em um dos seus diários. Contudo preferi não comentar nada. 

Olho para a escuridão ao meu lado e sentir um cheiro familiar, que fez as minhas entranhas se remexerem e embrulharem. Enrijeci meu corpo e olhei para Ian que continuava falando. O deixei assim, seguindo meus instintos e entrando no porão, os degraus da escada estavam rugindo e fazendo barulhos esquisitos. Senti a presença de alguém atrás de mim e olhei para trás vendo uma sombra batendo a porta. 

— O que? — Tentei subir mas puxaram o meu pé e fui arremessado contra a madeira que ficava abaixo de mim. 

Levantei com os punhos cerrados e atento ao que estava a minha volta — ou seja, a escuridão. O vento intruso, adentrou pelas frestas e me perguntei o que estava acontecendo. Andei mais alguns passos até um lado qualquer, quando paro vendo que tinha uma figura parada me encarando embaixo da escada. 

— Lou? — perguntei, indo de vagar até os olhos que me encaravam. 

Quando mais próximo eu ia ficando, ouço o barulho de algo quebrando. Dei um pulo olhando para trás mas não havia nada, voltando para frente os pares de olhos sumiram. Corri para debaixo de escada mas tudo o que encontrei foram ratos fugindo para o buraco do tamanho deles. 

Uma respiração pesada pela nuca e tive a sensação de estar sendo observado, alguém estava fazendo um jogo comigo e isso estava me deixando puto. Rosnei cerrando os punhos em um dos degraus da escada e vi o ser com os olhos vidrados em mim, bem de perto. Dei um passo para trás, vendo que ele sorria diabolicamente. 

— Quem é você? — tentei mais uma vez, comunicação. 

O estalo de osso sendo quebrados veio atrás de mim, mas não desviei para ele, não ia perder de vista aquele ser, sendo que ele poderia ser o Louis. Eu precisava de Louis. 

“Preciso de você, ouviu bem?” 

“Lute contra esse demônio, eu sei que você pode” 

Tentava contato telepático com a coisa mas era em vão. Ela apontou para trás mas me neguei a olhar e assim deu-se uma risada estridente, de modo tão macabro que quando tentei me aproximar fui acertando nas costas por um metal que me fez cair de joelhos no chão e cuspir todo o sangue dentro de mim. A coisa havia sumido junto com aquilo que me acertou. A porta do porão se abriu e Ian veio na minha direção com os olhos arregalados. 

— Mas que porra que aconteceu aqui? — perguntou olhando para mim. 

— Achei que tivesse visto ele, algo me acertou com essa porra! — Apontei para o ferro nas minhas costas e atravessava o meu corpo.