Cap. 2

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O dia foi cansativo, mas meu corpo parece nunca parar, tem algo em mim que sempre pede mais, uma adrenalina sem fim, minha mãe dizia ser demônios quando eu chegava às 8 da festa e ia para a praia em seguida.

Preciso de um banho gelado e minha ansiedade implora por um cigarro, o quarto está tão impecável quanto antes, desconfio.

Merda, minha tia arrumou minhas coisas no armário, e só consigo pensar nos meus cigarrinhos.

Reviro tudo e encontro na estante um maço vazio com uma mensagem dentro "Titia só quer o seu bem, beijos!" merda! Ela não quer o meu bem, meu bem são os meus cigarros e eu quero eles de volta. Cacete. O que vai ser de mim? Ok, sem drama. Não vai ser tão difícil, não sou apegada a nada nem mesmo a um vício qualquer, beleza? Socorro quero meus cigarros! Eu tenho que arranjar um lugar pra ficar urgente.

Entro no banho na tentativa de esquecer um pouco o cigarro, fecho meus olhos e deixo a água acalmar meus pensamentos.

As duas patricinhas aparecem no "meu" quarto sorrindo e segurando uma coberta enorme que cobre duas camas dessas numa boa. Ainda de toalha vou em direção ao armário e me enfio numa calça e numa blusa qualquer.

"Acho que alguém errou a porta do quarto." solto num tom seguro e elas riem.

"Não mesmo." as garotas se jogam na cama com uma camisola altamente perigosa.

Pego as almofadas do sofazinho e lanço com força nas costas de cada uma, e assim que a guerra é declarada, sou atingida com uma sequência de almofadas.

"Me rendo me rendo." imploro quase morrendo, jogada no chão com a Nat encima de mim fazendo cócegas e Taina grudada em meu pescoço. Haja ânimo para estar fazendo isso.

"Quem é a maioral daqui?" Tainá pergunta enquanto aperta o meu pescoço.

"Hauana, a delícia." eu pronuncio quase sem voz, provocando. E ela aperta ainda mais. Enquanto Nat cai na risada.

"Você gosta mesmo de ser torturada não é? Vamos, quem é a dona do pedaço? " Taina fala tentando me assustar e soa muito engraçado, só consigo rir, ela me solta quando já estou vermelha e sem ar.

"Você morre mas não admite." eu acostumada a levar garrafada vou me lamentar com isso?

"Você que não aceita os fatos." dou língua.

"Acabou crianças.. Que tal um verdade ou desafio?" Natalie sugere e a maldade corre por mim.

"Ótimo! Vou pegar uma garrafa qualquer na cozinha e já volto" a mais nova desce empolgada.

Ela se retira e fico frente a frente com a garota que está jogando comigo desde cedo. Faço tudo para manter o controle e não perder a linha, ela está com um camisola que desenha cada curva, seria uma baita sacanagem pegar a filha do meu tio, ele ficaria puto comigo se soubesse. Se soubesse.

"Você não disse nada ainda, parece estar com medo." ela provoca e se aproxima. "tem algo que não quer revelar?"

"Nada a esconder, responderei todas as perguntas que me fizerem..." sorrio e finjo o controle que ainda me resta.

Ela sorri de volta e ficamos ali se olhando, não posso me render agora, afinal eu não sei qual é a dela, se ela está mesmo afim ou se só quer saber sobre meus gostos pessoais. Hétero sempre com seus joguinhos.

Suspiro quando ela se inclina mostrando o seu decote e para a minha salvação Tainá chega com uma garrafa de cerveja vazia, o que me deixa triste pois queria esvaziar uma dessas agora.

"Aqui estou." a garota vem empolgada quebrando o clima.

"Demorou em." a Natalie provoca.

"Tive que esvaziar a garrafa uai." ela fala meio alterada e eu caio na risada, essa porra bebeu uma garrafa e já está assim viajando.

Quando mundos colidem |ACASOS|Onde as histórias ganham vida. Descobre agora