— Vem? — ela pede.
— Não. — solto um pequeno sorriso. Ela se aproxima mais um pouco e eu me afasto mais.
— Não pode me deixar de escanteio assim. — ela diz num tom que só eu posso ouvir.
— Ah é? Já você pode? — jogo na cara e ela balança a cabeça.
— Foram problemas Kia. — ela suspira.
— Sempre problemas, será que nunca pode me avisar? Sei que não temos nada demais, e talvez estejamos começando, mas até agora não está me provando nada que disse, quero atos Hauana. — digo olhando nos seus olhos e ela abaixa a cabeça.
— Podemos continuar essa porra longe das pessoas, preciso que ouça a porcaria toda. — ela pede mais uma vez, sei que a Hauana odeia qualquer tipo de intimidade em público, isso é óbvio.
— Bom dia. — a Luma diz pra Hauana.
— Kia, vem. — ela fala alto o suficiente para todas as garotas ao redor escutarem, e aposto que foi pra atingir a Luma.
— A Kia está com a gente. — a Ju diz.
— Senta com a gente Hauana. — a Luma provoca e a Hauana soca a mesa com força deixando todas as garotas assustadas.
— Não brinca com o meu temperamento porra. — ela diz encarando a Luma.
— E se não vai vim comigo vai pro inferno. — ela me diz totalmente alterada.
— Não me mande pro inferno. — grito e ela fecha as mãos.
— Vai pro inferno. — ela diz alto suficiente e lanço um copo de suco em sua cara, a vontade que me dá é de matar a Hauana.
— Epa meu suco. Vou querer outro, se vire Hauana. — a Luma continua sorrindo.
— É melhor dar um jeito na boca da sua nova amiguinha, se não quem vai dar sou eu. — a Hauana me avisa e remove a camisa para enxugar o corpo.
— Não quero te beijar não Hauana. — a Luma se arrisca em ficar brincando com fogo.
— Mas quer beijar a boca que eu beijo. — a Hauana sabe que se ela bater na Luma eu não olho para ela tão cedo.
— Casal agitado. — a Natalie comenta.
— Não tem casal nenhum aqui. — a Hauana diz sem olhar pro lado.
— Some antes que eu lance o copo. — ameaço e ela continua em pé na minha frente, prefiro me retirar, é melhor do que alimentar essa vontade de brigar.
Hauana
Você some por 24 horas e quer que tudo se resolva? Não né caralho, a Kia não é qualquer garota, ela não vai aceitar essa porra de comportamento, eu só não estou acostumada a ter alguém se preocupando com minha existência.
Ela lançou suco na minha cara na frente daquela vadia loira, inferno. Não era para tomar essa dimensão, nem mesmo para ninguém saber o quanto essa mulher me fragiliza.
Vejo ela se retirar mas prefiro não ir atrás, tenho que me manter firme e resolver tudo isso num local reservado.
Essa Luma não perde a chance de rondar a Kia, e estou segurando meus cachorros para não me embolar com ela.
Kiara
Saio da aula e vou direto pra casa, estou de pernas pro ar com toda essa situação, estou me sentindo tonta, não tomei café e a cólica está me matando.
Desço do carro e subo as escadas devagar, minha cabeça está girando, entro no quarto e tranco a porta, me encosto nela e respiro para tentar me recuperar, estou totalmente sem forças, olho para frente e vejo a Hauana na minha cama sentada.
— Não acredito.. — digo e ela corre para perto de mim.
— Merda Kia, você está pálida porra. — ela diz segurando meu corpo.
— Não me leva pro hospital.. — peço baixinho com a cabeça em seu ombro.
— Advinha. — ela diz me pegando no colo e abrindo a porta. Ela desce as escadas correndo e passa pela porta da frente indo até a casa da Ohana.
— Mãe a Kia vai morrer! — ouço ela dizer desesperada enquanto me coloca no sofá, estou totalmente sem forças.
— Meu Deus filha o que aconteceu com ela? Ale, trás um pano molhado. — ouço a Ohana dizer.
— Kia, fala comigo porra, tomou café hoje? Em? Diz! — a Hauana pergunta me balançando.
Faço um "não" com a cabeça.
— Tá vendo Ohana? Ela não comeu nada! Alexandre seu velho dos infernos, se essa garota morrer por conta da anemia eu te mato. — ouço a Hauana dizer e sorrio internamente mesmo estando morta de dor.
— Filha! Ela saiu antes de eu acordar hoje, acha que não tento monitorar essa menina? Ela vive dizendo que já comeu. — meu pai diz uma verdade. Sempre ponho ele no bolso.
— Ela vai morar comigo. — ouço a voz da Hauana e meu coração salta, mas ainda quero matar ela.
— Não mesmo, ela vai pro hospital agora e depois vai voltar pra casa do pai. — meu pai diz.
— Qual é a sua casa mesmo? Por que toda vez que venho você está aqui paparicando a Ohana, agora vamos levar ela pro hospital rápido. — a Hauana me pega no colo novamente.
Hauana
A Kia desacordada tomando soro por descuido, era pra eu ter chegado mais cedo e ter feito ela tomar café, ela tá menstruada e cheia de dores.
— Essa situação pode se agravar, se é que me entende.. — o médico diz e sinto uma pontada no peito.
— Como assim? — pergunto com medo da resposta.
— Anemia é um ponto que leva a outros pontos agravantes. — ele comenta e olhamos o pequeno corpo. Puxo todo oxigênio possível e fecho as mãos com força.
— Tudo isso pode ser impedido. — eu digo com esperança.
— Caso contrário, é um circuito sem volta, cuida dessa garota. — ele diz se retirando da sala e eu me aproximo dela.
— Quantas vezes eu vou precisar te trazer aqui em porra? Não faz isso comigo. — aliso seu cabelo.
— O médico disse que só no final da tarde, minha garota precisa de cuidados.. — o Alexandre e a Ohana aparecem logo atrás com um copo de água que eu pedi.
— Vai ficar tudo bem meu amor! — minha mãe alisa minhas costas enquanto viro o copo.
— Eu tou ferrada Ohana. — comento e minha mãe solta um sorriso.
— Estava um dia, agora creio que não mais. Foi laçada meu amor.
— Essa malandra que laçou minha filha. — o Alexandre provoca e minha mãe sorri. Ah é?
— E você está tentando repetir o ato com minha mãe né seu vagabundo? — xingo e ele me olha com a carinha debochada dos infernos.
— Kiara. — o Alexandre diz e da um beijo na testa da Kia. — Essa garota é um pedaço meu. — uma lágrima desce em seu rosto e ele se agacha ao lado dela.
— Vai ficar tudo bem. Vamos pegar no pé dessa mocinha, agora são três. — a Ohana diz abraçando o Alexandre e eu tento ignorar a cena.
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Quando mundos colidem |ACASOS|
Romance(Plágio é crime) "As pessoas se adaptam, mas sua natureza nunca muda; o destino é uma conversa mole que te leva a crer no improvável; a paixão é uma dependência da qual eu nunca vou provar." Essa sou eu, Hauana, e meus paradigmas nunca são quebrados...