Cap. 71

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Hauana

Essa moto precisava mesmo ver a água, não posso esquecer de cuidar da minha filha que sem dúvidas é um pedaço de mim.

Terapia é sair por aí em alta velocidade sem se importar com a vida e é exatamente isso que irei fazer agora, talvez não seja a melhor escolha numa tarde de uma sexta nublada, e está quase escurecendo também, mas eu preciso mesmo dar uma passeada, trabalhei pra caramba e ainda tenho a Kia que ocupa um espaço enorme na minha cabeça.

Acho que vou visitar ela antes, ao menos para dar um beijo naquela boca e ouvir aquela voz, me enterrar naquele abraço filho da puta de bom antes de sair por aí feito uma maluca.

Kiara

Finalmente sexta, essa semana foi exaustiva, ao menos estive ao lado da Hauana em maior parte dela, estamos indo eu acho, rola os desentendimentos mas isso é normal assim acredito e sinto que estamos nos ajustando para evitar qualquer pé de briga.

Uma parte de mim presta atenção na televisão e a outra me puxa até ela, a saudade é mais forte que a vontade de assistir e eu me distraio por longos segundos.

Estou só em casa e nem um pouco afim de sair, de pijama e cabelo preso, estirada e colada no sofá pequeno, mas que cabe meu corpo perfeitamente.

Alguém abre a porta e me sento no sofá para ver quem entrou, e para minha felicidade é ela, o lado bom é que a Hauana sempre aparece de alguma forma quando eu menos espero, ela sempre vem.

Ela está de casaco com as mangas encolhidas até o braço, calça folgada com o capacete em uma das mãos e o cabelo amarrado, seus olhos avermelhados que me buscam assim que ela fecha a porta.

Assisto em silêncio ela colocar o capacete e as chaves na pequena estante e tirar as botas, encostando num canto.

Espero inquieta por esse corpo aqui comigo, ela vem andando e um sorriso seguro se forma em seu rosto, bem contido e convencido de que eu estava ansiosa por ela assim como ela por mim.

"Hey." ela senta ao meu lado no sofá e me põe em seu colo, envolvendo os braços em minha cintura.

"Estava pensando em você.." me viro pra ela sem sair do seu colo e ela me assiste.

"Queria ter a escolha de não pensar Kia." ela brinca com o bico do meu peito com uma das mãos.

"Estamos na mesma." sorrio e a tentativa de conter os arrepios da brincadeira da Hauana com meus peitos é um fracasso, ela continua claro.

"Poxa Kia.. às vezes essa desgraça me pega a ponto de querer te espremer até você virar um suco e eu beber tudo depois, puta que pariu, eu preciso do seu beijo.." ela me puxa para ela e busca meus lábios, nos beijamos por que preciso do mesmo, ela se empolga com as mãos inquietas pelo meu corpo já querendo me deixar nua.

"Lembra.. do nosso acordo?" a Hauana não vai mesmo querer ouvir nada além dos meus gemidos agora.

"Hauana.." afasto seu corpo e ela me agarra novamente.

"Na sala não, não mesmo." opto por evitar, não vou me arriscar novamente e ela sabe disso.

"Eu não fiz nada." suas mãos levantam em defesa.

Quando mundos colidem |ACASOS|Onde as histórias ganham vida. Descobre agora