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[...]

Vivi: Thur, to precisando falar contigo.
-Disse e ele tirou o David do colo e colou em cima da motinha elétrica, presente dele mesmo.
Arthur: Fala.
Vivi: Vc sabe que eu to querendo ir pra casa da minha mãe né?
-Ele me olhou com a mesma cara de cu que ele sempre faz quando é esse o assunto.
Arthur: To ciente.
Vivi: Então, será que a gente podia ir no sábado? Chegaríamos lá no domingo cedinho.
Arthur: Carro tá com o documento atrasado, não vai rolar não.
-Mentiu na cara dura.
Vivi: Thur, eu e você sabemos que não está, para de olhar no meu olho e mentir cara.
Arthur: Vou discutir contigo não Viviane.
Vivi: Ok Arthur, você sempre foge dos assuntos quando eles não te agradam.
-Ele me olhou com cara de tédio.
Arthur: Quer o que? Que eu fique debatendo contigo porra? Se eu fujo desses assuntos é porque não quero caô contigo porra.
Vivi: Olhe as palavras que você usa perto do meu filho, e abaixa o tom de voz que eu não sua pariceira.
Arthur: Quer discutir, discuta sozinha. Não vou entrar em debate não.
-Se levantou da calçada.
Vivi: Seu problema não é o Rio de Janeiro, não é o Morro do Alemão e muito menos minha mãe. Seu problema é o meu passado né Arthur! Tu que sabe, tem até amanhã pra decidir... ou vai comigo ou fica! Porque eu vou, e tu sabe que quando eu falo eu faço.
-Peguei o David pelo braço e arrastei a motoca dele pra dentro do quintal, olhei de relance e o Arthur me olhava com sangue nos olhos, primeira e única vez que eu o vi assim foi quando eu falei de contar pro Bernardo sobre a paternidade do David Gabriel.

Fechei a porta de casa e já arrastei meu baby boy pro banheiro, liguei o chuveiro enchendo a banheira enquanto ele jogava shampoo na água pra fazer bolhas. Eu amo esse pretinho.
Depois de dar banho nele e tomar o meu, fiz um miojo pra ele enquanto ele via a "pintadinha" junto com a Laís. Eu já tinha comentando sobre minha discussão com o Arthur e ela se posicionou sobre.

Lais: As férias já estão aí, se ela não for contigo eu vou.
-Essa daí é doida pra conhecer lá.
Vivi: To pensando em ir sábado, mas vou ficar no máximo três dias.
Laís: Ah não Vivi, se a gente for... a gente vai quinta pra pegar o final de semana lá.
Vivi: Mas hoje já é terça maluca!
Laís: Foda-se, quinta ou nada!
Vivi: Tá bom fofa, mas precisamos receber o pagode pra ir né. Porque o Arthur não vai dar dinheiro nem pro crédito do celular.
-Eu ri e ela também, a janta ficou pronta e nós fomos pra sala.

OLHAR DO TRÁFICO - LIVRO 1 (F)Onde histórias criam vida. Descubra agora