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Maratona 3/10.

Tega narrando.

A Viviane na mesa da frente cantava, beijava o cuzão do mano lá e a Bia tava de cara amarrada, de face a face comigo.

Tava nem vendo, hoje eu só queria matar a saudades da Vivi mesmo que de longe e parece que até o grupo de pagode sabia disso, era uma pancada atrás da outra, só as selecionadas mesmo.

Me levantei e fui pedir uma música, mas a patroa já multou.

Bia: Vai aonde?
Tega: Pegar uma cerveja porra.
-Sai da mesa, passei o balcão do bar da coroa e escrevi num papel a música, entreguei pro mano que tocava um tamborzinho lá... peguei a cerveja e voltei pra mesa, o canil da Vanessa tava lá. Parei um pouco antes de chegar.
Tega: Oh putada.
-Elas me olharam.- Osso e resto de comida é só amanhã, vaza de perto da minha mesa.
Vanessa: Credo Tega.
-Ela bufou e fez sinal pras outras mandadas irem atrás dela, saiu rebolando aquela bunda caída.
Vi o mano da Vivi entrar no banheiro e a Vanessa se assanhar quando ele passou, tomara que ele caía em tentação. Pensei comigo e acabei rindo.

Bia: Tá rindo do que?
Tega: Porra, tomar no meu cu! Hoje tu tá que tá! Não tá gostando daqui, volta pro barraco caralho.
-Falei baixo, controlando a raiva.
Logo a Vivi veio toda acelerada pra reta do banheiro, e puta que pariu vidrei demais nela e a Bia percebeu e se levantou da mesa.
Bia: Não vem atrás de mim, fica com ela idiota.
-Ela revirou os olhos e saiu bufando de raiva, me levantei e tive o trabalho de pegar ela pelo braço, segurei firme neles e olhei nos olhos dela.
Tega: Tu vai sentar o cu naquele caralho de cadeira e só vai levantar quando eu mandar. Você não quer que eu volte ser o cara de antes né?
-Ela negou com a cabeça.- Então me obedece.
-Senti um esbarrão em mim e a Vivi passou pra fora do bar amarrando o cabelo, o mano lá  foi atrás correndo e a Thais já se levantou da mesa com a outra mina que eu não conhecia, só sei que era gostosa pra cacete.

As piranhas do morro vieram logo atrás e eu ouvi a Vanessa falar "ela acha que tá ameaçando essas pirralhas, vou mostrar pra ela o caminho de volta pra casa, nunca devia ter voltado."

Saiu amarrando o cabelo também e tirando os brinco, porra... entendi tudo, elas iam se comer na porrada.

Tega: Vou pegar uma cerveja.
-Disse e me levantei.
Bia: Essa tá cheia Bernardo.
Tega: Num fode, cassete.
Bia: Então eu vou contigo.
-Se levantou e indireitou o vestido.

Vivi narrando.

Cheguei na porta daquele banheiro e as outras putianes que estavam com a Vanessa ficaram rindo, mas não falaram um "A". Arthur estava de costas e aquela piranha toda distraída passando as patinhas no peito dele.

Vanessa: Ela não precisa saber, é um só um perdido.
Arthur: Eu só quero usar o banheiro, sai daqui antes que eu não responda por mim.
-Pela voz dele ele já tava perdendo a pouca paciência que ele tem, ele foi passar e ela entrou na frente enrolando uma mecha daquele cabelo seboso.
Arthur: Sai fora caralho, tenho mulher porra.
-Ela empurrou ela e aí ela me viu, deu uma risadinha falsa e o Arthur se virou pra mim.
Arthur: Vivi, não é nada disso...
-Eu o interrompi.
Vivi: Sua biscate, não pode ver um piru diferente né... não muda.
Vanessa: Iiih, quanto tempo hein fofinha, aliás seu bofe é uma delícia.
-Veio rebolando pra minha reta e eu segurei o braço dela.
Vivi: Fala isso pra mim lá fora pra ver se eu não te meto a porrada.
Arthur: Vivi, chega. Vamos.
-Disse segurando minha mão desocupada.
Vanessa: Não tenho medo de você.
-Jogou os ombros com força em mim e saiu, eu não ia cair pra treta no bar da tia Júlia né.
Vivi: Sai aqui fora então, pode vir esse canil que tu chama de amiga também.
-Sai daquele banheiro me retorcendo de tanta raiva, única coisa que eu tenho de importante piranha não toca.

Enrolei meu cabelo num coque dando um nó e sai no meio da rua, a calçada estava lotada.
Laís, Thaís, Magrinho, Júlia e um bloco vieram ver o que aconteceu, Arthur tentava me arrastar embora.

Arthur: Vivi vamos embora, eu nem dei condição pra ela.
Vivi: Se desse confiança vcs estariam mortos.
Lais/Thais: O que aconteceu?
-Aquela voz de puta ecoou na rua.
Vanessa: To aqui fofinha, na hora que você quiser.
-Ah se ela soubesse que o Arthur me ensinou mma e defesa pessoal, não teria falado isso.
Vivi: Tu não se mete Arthur, se não vai sobrar pra você.
-Falei séria e o Magrinho riu, andei até ficar cara à cara com ela. Esse meu ódio por ela é de anos, muito tempo me provocando e eu nunca fiz nada.
Vanessa: Vai ficar só me olhando?! Tira uma foto que dura mais!

Peguei de duas mãos o cabelo dela de frente e abaixei, dei umas três joelhadas na cara dela. Ergui ela pra mim, com uma mão eu segurei o cabelo e a outra eu meti um murro no nariz dela. Nem deu tempo dela reagir, senti alguém puxar meu cabelo por trás, dei dois passos pra trás quase caindo, senti as mãos me soltarem e a Lais segurava a menina pelos cabelos, a Thais segurava os braços dela.

Vivi: Pensa bem antes de cruzar meu caminho, ela sendo a puta que era chorava no colo da amiguinha, Bia.
XxX: QUE PORRA É ESSA?
-Depois disso um tiro, olhei pros lados e a Lais veio correndo em minha direção e me abraçando forte, afundando sua cabeça no meu peito.

OLHAR DO TRÁFICO - LIVRO 1 (F)Where stories live. Discover now