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Vivi narrando.

[...]

Tega: Toma aqui. -Jogou um plaque das de cem em cima da cama, enquanto eu secava meu cabelo com a toalha.
Vivi: Sou piranha não Bernardo. -Juntei todo aquele dinheiro e joguei em cima dele, coloquei um vestido de dormir, e fui pra cozinha, deixando ele sozinho no quarto, que logo veio na minha reta, tiração!
Tega: Oloco morena, eu curto te dar uma atenção porra.
-Cheirou meu pescoço me fazendo arrepiar.
Vivi: Tá Bernardo, não começa não! Eu vou fazer um rango pra tu, se senta lá no sofá.

Ele saiu com um bico, e eu fiz, uma salada, fritei bife, e esquentei o arroz e o feijão.
Fiz a serra que ele come, e levei na sala, com o copo de suco que cabe um litro, que ele tem aqui. O Bernardo não come sem suco, então aqui não falta.
Enquanto o Bernardo se afundava no prato de comida, eu fiquei olhando pra ele, e lembrando de tudo que a gente já viveu. Passamos por muito perrecos até chegar aqui, eu sofri muito quando o meu Bernardo entrou pra essa vida, mas a Dona Julia e a Thais sofreram muito mais, agora é tarde, ele já abraçou o crime, e é só orar pra que nada aconteça com ele, mas oração é o que não falta.

Tega: Tá pensando no que ai morena?
-Me olhou sorrindo, com o mesmo sorriso que eu me apaixonei a dois anos atrás.
Vivi: Em que dia você vai honrar o que tem no meio das pernas e me assumir pra geral.
-Falei sem pensar, geral da quebrada sabia da gente, mas o Bernardo nunca me assumiu como fiel, e é isso que vale aqui.
Tega: Vixe, corta minha brisa não.
-Jogou o prato vazio no canto do sofá, se levantou e passou o fuzil no pescoço, deixando solto sobre o seu peitoral trincado.
Vivi: Vai aonde?!
Tega: Pra casa. -Encaixou o rádio no cós da bermuda e saiu.
Vivi: VOCÊ SEMPRE FOGE DO ASSUNTO MESMO! -Gritei, mesmo sabendo que ele não me ouviria.

OLHAR DO TRÁFICO - LIVRO 1 (F)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant