01 - Um início

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[Música do capítulo: Fleurie - Breathe]

★Amelie Cooper★

Lá estava eu: Com um vestido longo e branco andando sobre um tapete vermelho onde o mesmo estava coberto por pétalas brancas jogadas por minha sobrinha Sofie. Estava indo em direção a minha ruína, poderia até mesmo chamar de minha desgraça!

Internamente, eu me contorcia de ódio. Não era assim que eu imaginava o dia que era para ser o mais feliz de minha vida. Meu pai sorria forçadamente, sabia também que este casamento era desgostoso para ele, afinal, a filha que ele tanto ama é um pagamento de dívidas. Taylor, meu irmão, está de punhos cerrados, nem se importa em forçar uma expressão alegre. Tudo o que ele quer é avançar em cima do noivo e disparar murros e chutes em cima do mesmo. A única realmente feliz é Sofie, afinal ela não sabe o que se passa. Para uma criança de cinco anos aquilo é uma linda e maravilhosa festa.

Finalmente, chego ao odioso altar, onde eu seria entregue a este desconhecido.

Ele toca minha mão e eu estremeço ao saber que é fria. Fria como a morte.

- Daryl Ulric e Amelie Cooper vieram aqui para celebrar o vosso Matrimônio. É de vossa livre vontade e de todo o coração que pretendeis fazê-lo?

Ambos acenamos sim com a cabeça.

- Daryl Ulric, você aceita Amelie Cooper como sua esposa e promete amá-la e respeitá-la até o fim de seus dias? - Eu pedia internamente que ele disse não.

- Sim, eu aceito. - Sua voz é grave como trovão, e me encolho.

Logo o padre vira-se para mim e faz a mesma pergunta.

- Amelie Cooper, você aceita Daryl Ulric como seu esposo e promete amá-lo e respeitá-lo até o fim de seus dias?

Eu quero negar aquilo e sair correndo da igreja. Mas como eu disse: Sou um pagamento, não tenho vontade e nem voz para negar isso. Sou maleável nas mãos dos meus novos donos que meu pai mascara como nova família.

- Sim. - Falo baixinho.

O padre concede a benção e fala: - O noivo pode beijar a noiva.

Novamente me encolho e meu noivo, Daryl, que eu vim saber seu nome agora, retira meu véu e toca meu rosto. Frio como morte, é como ele é. Ele lentamente se aproxima e dá um frio e asqueroso beijo, sem emoção alguma.

Viramo-nos para os convidados, e percebo que pela parte da família dele, não conheço uma só pessoa. Andamos de braços dados e eu sentia meu estômago revirar. Daryl se aproxima do meu ouvido: - Segure a ânsia ratinha, e coloque um belo sorriso no rosto, ambos temos que parecer felizes para esses coitados e temos que parecer felizes para Deus também.

A parte do Deus ele fala com muito escárnio.

Engulo seco e forço a tal expressão.

Saímos da igreja e logo me meto dentro do carro. Daryl me olha com reprovação e eu não me importo. Quero sair daqui e trancar-me em algum lugar e chorar. Somente.

- Pelo visto não queres ir a festa não é mesmo? - Ele entra atrás de mim.

- N-não, por favor, me leve a outro lugar, mas eu não quero ir para lá. - Eu falo baixo e custa para ele me ouvir.

- Sorte sua que eu também não estou com saco para isso. - Ele retira o celular do bolso e liga para alguém avisando que iremos direto para o aeroporto.

- Aonde nós vamos?

- Para sua nova casa, ratinha.

Aquele apelido me incomodava, mas antes de reclamar, precisava conhecer onde estava me metendo. Afinal eu não conhecia nada sobre o homem com que havia me casado.

Casada com um Vampiro - Livro 01 (Série Universo Ulric) [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora