17 - Meias verdades e uma decisão

263 22 0
                                    

Amelie Cooper

"Isso isso isso, finalmente caiu em si. Ele irá desmentir, mas não acredite nesse desgraçado, acredite em mim!"

A voz desgraçada estava lá. Eu pensei que tinha acabado com ela, mas, não parece que foi bem assim.

Eu me sentia tonta e fraca, como se tivesse corrido uma maratona por um dia inteiro. Meu coração pulsava forte contra o meu peito e minhas têmporas latejavam de forma extremamente exagerada.

Tudo o que eu queria fazer era me desligar, virar-me ao lado oposto do Daryl, fechar os olhos e dormir, mas, aquela pergunta não saiu por nenhum momento da minha mente quando eu estava fazendo aquilo.

Eu conseguia mover as coisas com a mente. Eu quero uma explicação para isso.

Ele me encarava com uma expressão assustada e desolada no rosto como se tivesse descoberto o seu maior segredo.

— Me responda de uma vez. Você é um vampiro?

"Eu já disse que ele é droga! Confia em mim."

A voz daquela velha continuava a me irritar, e, como em um pico de adrenalina em conjunto a uma extrema raiva, todos os vidros do quarto se partiram.

Eu olhei assustada assim como o Daryl.

— Eu fiz isso? — ainda não podia acreditar.

— Amelie se acalma. — ele me chamar pelo nome fez-me voltar toda a atenção que eu tinha para o mesmo — Você precisa descansar, mais tarde conversamos.

Ele insinuou se levantar, mas, pela primeira vez eu o puxei deliberadamente. Agarrei a sua mão e ele me encarou confuso.

— Não Daryl, iremos conversar agora!

— Você está louca mulher, você vê coisas. Satisfeita? Agora me solta.

E eu o soltei. Soltei e me abaixei para pegar um caco de vidro enquanto ele me observava. Um pequeno corte em um dos dedos era o suficiente. Respirei fundo e finalmente pude o encarar, encarar o que ele guardava embaixo daquela carapaça perfeita e bem esculpida cheia de detalhes.

— Eu vejo você e isso agora não me assusta mais. Tudo faz sentindo Daryl Ulric. Você me morder, sua super velocidade e força, o jeito que você me trata, esse castelo sem vida, você enfrentar os lobos sozinhos sem ter nenhum arranhão e você me salvar naquele penhasco. Foi você não foi? Espera! O sangue do maldito também é seu? Eu estou assim por sua causa? Parece que o terrível Daryl Ulric tem piedade. — solto uma risada debochada e ele se levanta irritado.

Mesmo me sentindo fraca eu o sigo, pisando em todos os cacos que estavam no meu caminho e a cada corte aberto ele se transformava.

Eu toquei suas costas e com uma mão livre deslizei pelo seu ante-braço desnudo sentindo a textura imperfeita daquela criatura.

A voz em minha cabeça comemorava como se ganhasse na loteria, mas ao ver o meu comportamento, acho que não se agradou muito disso.

"NÃO NÃO NÃO. Não é para dar carinho a ele sua burra!"

Eu a ignorei e ele se virou.

O mesmo monstro com um semblante triste.

Enquanto segurava uma de suas mãos, eu direcionei minha mão livre para o seu rosto o tocando levemente. Eu sentia as rachaduras em sua pele, e conseguia sentir as veias escuras que corriam por todo o seu corpo.

Ele me encarava triste e eu o encarava com pena.

— O que você quer de mim? — ele me pergunta.

— Uma explicação. Quero saber tudo sobre o Daryl Ulric, tudo sobre o seu mundo e onde eu me encaixo nele.

— Eu... Me desculpe.

Daryl Ulric

Eu estava extremamente fodido e a ponto de contar tudo. E então ela desmaiou. Eu a deitei na cama enquanto observava todos os cortes cicatrizando. Eu não entendia como aquilo acontecia, afinal a regeneração rápida é somente para vampiros.

Eu desejei muito o sangue dela, mas, ao ouvir aquela pergunta sobre mim me fez sentir medo e pavor.

Ela me lembra a Nina, mas ao mesmo tempo é completamente diferente.

A Nina sempre foi uma lembrança sofrida, o significado da traição e de um ódio que eu nunca consegui entender.

"Eu te amo Daryl. Tudo foi uma mentira Daryl." A mesma voz, o mesmo tom, mas com significados controversos.

A ratinha era como se fosse uma pintura da Nina, da boa Nina. Pura, doce e gentil, mas, depois daquele dia, tudo isso se partiu. Tudo o que eu pensava ser verdade ruiu ao chão, e a única coisa que eu podia me apegar se transformou em dor e ódio.

No que foi que eu me transformei?

Desde a primeira vez que eu vi a ratinha eu fui procurando semelhanças da Nina boa e por talvez as comparar eu a maltratei.

Eu não posso dar meu coração a essa garota, já que é algo que não me pertence mais. Ele ficou naquela floresta com aquele corpo caído no chão devorado pelas feras da noite logo após de se transformar.

— Me desculpe Amelie, mas eu não posso dar essa resposta a você. Não posso amar você e nem te proteger. — no mesmo momento Enrique entra no quarto — Mas eu conheço um alguém que pode receber o seu coração, pode ser melhor para você.

Ajeitei seus cabelos ruivos e me abaixei depositando um beijo em sua testa.

Sai daquele quarto despedaçado. A partir desse dia em diante eu me tornaria algo muito pior do que ela conheceu. Eu seria seu pior pesadelo e maior inimigo, eu a faria me odiar e daria todas as oportunidades ao idiota do Enrique.

A faça feliz. — eu disse a ele mentalmente.

— Eu a farei irmão.

Casada com um Vampiro - Livro 01 (Série Universo Ulric) [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora