10 - Parceiros? Parceiros!

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[Música do capítulo: Fleurie: Hurts like hell]

Amelie Cooper

Erick me deixou em meu destino: o castelo dos Ulric's. Eu estava tremendo de medo, confesso. Não queria que a Midora e nem o Philipi soubessem do que realmente aconteceu.

Eu fiquei aliviada quando o Erick disse que por agora eu não precisava explicar nada, mas que em breve, quando eu estivesse mais calma, ele queria estar a par de tudo. Estranhamente eu não neguei o pedido, afinal eu o sentia como um amigo íntimo.

Olhei para as minhas roupas e suspirei fundo: que desculpa eu daria para a Midora quando eu entrasse procurando pelo Enrique? Francamente eu não sei.

Os grandes portões de ferro pintados de preto se abriram, e eu ultrapassei os limites para dentro da propriedade.

Na porta, Midora já me encarava com uma expressão preocupada, ela já sentia que algo havia acontecido.

Parei em frente a escadaria que dava para a porta enorme para adentrar aquele castelo medieval e foi então que ela veio ao meu encontro.

— Amy o que aconteceu? — ela me olhava preocupada e percorreu com o olhar por todo o meu corpo para saber se eu estava inteira.

— Nós brigamos. Por favor, me deixe passar a noite aqui, o Enrique disse que me acolheriam caso acontecesse alguma coisa. — eu disse já com lágrimas nos olhos.

A verdade é que meu corpo inteiro estava como dilacerado, eu ainda sentia o sangue escorrer, e a cada minuto eu passava minha mão por cima da roupa para que não escorresse de uma maneira visível.

— Claro filha, entre por favor. — ela me encarava estranhamente. Não sei se foi por causa da compaixão de Enrique ou porque desconfiava que eu estava machucada.

Subimos as escadarias e finalmente adentramos para a grande sala com todo o seu glamour e luxo.

Philipi assistia a TV, que por sinal era gigante. Acho que era uma das poucas peças do mundo atual que tinha ali. Larisa pintava as unhas das mãos e foi então que todos deram atenção a mim como se sentissem a presença de um fantasma.

— Amelie o que aconteceu? — Larisa veio ao meu encontro com suas unhas recém pintadas de renda.

Eu já estava pronta para responder quando Philipi toma a vez.

— Você ainda pergunta? Foi o Daryl! Eu sabia que ele perderia o resto do controle.

E foi assim que comecei a chorar feito criança. Eles me olharam sem reação e a única coisa que pude falar foi "me deixem ver o Enrique por favor" e então eles me encararam preocupados.

Eu sabia que estava criando uma situação ali, uma situação constrangedora com direito a desconfiança e a do tipo "ela está pegando o cunhado" e foi então que Midora tomou a frente.

— Creio eu que aquele idiota foi lá e encontrou os dois brigando, e por algum motivo ele disse para ela vir aqui caso precisasse de abrigo. Eu vou levá-la ao quarto dele, mas se ele tentar alguma gracinha eu acabo com aquele moleque.

Todos se calaram e eu segui a Midora. Eu estava pensando sobre o "tentar alguma gracinha". O que o Enrique tentaria?

Depois de quase me rastejar pelas escadas, paramos em frente a uma porta dupla.

— Este é o quarto minha filha. Qualquer coisa grite por ajuda. — ela depositou um beijo carinhoso em minha testa e logo então se foi.

Bati duas vezes na porta e finalmente a porta abriu revelando um Enrique com o peito desnudo. Esse povo descende de deuses gregos?

Ele arqueou as sobrancelhas como se perguntasse "tá esperando o quê?" e foi então que me toquei que estava babando pela visão dele seminu.

— E não é que você veio. — ele riu sem humor — Então, isso significa que viramos parceiros?

Ele estava de costas para mim. Não sei da onde tirei coragem e escondi a vergonha, eu retirei o moletom deixando exposto todo o estrago que o desgraçado havia feito em mim. Fechei os olhos e escutei o tecido grosso escorregar pelas minhas pernas e cair no chão e foi então que senti um toque em meu ombro.

— Eu quero acabar com aquele desgraçado, olhe só o que ele fez comigo. — e foi então que eu abri os olhos e vi de cara os olhos verde água mais claros que já vi na minha vida. — Eu faço o que for preciso. — completei.

Eu o senti atiçado, descontrolado, fora de órbita em minha frente, mas senti também ele encarando tudo, cada parte desnuda que dava para ver. Então ele encarou meu rosto.

— Você tem certeza? O preço pode ser alto, talvez você não aguente a verdade e talvez não consiga escapar da fúria dele como fez hoje.

— Eu tenho certeza. Ele é desumano, um monstro em corpo de homem. Eu farei o que for preciso para vê-lo sofrer, eu quero ver Daryl Ulric rastejando aos meus pés, e quero a mesma coisa para a vadia que anda com ele. — eu disse com ódio.

Enrique sorri gostoso deixando a mostra os dentre brancos e perfeitos.

— Seu desejo é uma ordem Amelie.

E foi então que senti meu corpo fraco cair. Enrique me segurou em seus braços ainda me encarando.

— Vamos cuidar desses ferimentos. — ele disse sorrindo para mim enquanto me carregava até a cama.

— Vai sujar os lençóis.

— Não tem problema. — ele disse pegando uma maleta de dentro da gaveta da cômoda, suponho eu que seja de primeiros-socorros.

— Você tem certeza? — perguntei quando o vi tirar agulha e linha em conjunto a gazes e álcool iodado de dentro da maleta.

— Sou formado em medicina, trabalhava fazendo autópsia, então minha especialidade é costurar. Não é o modo como costumamos fazer, mas irá dar jeito e talvez doa um pouco.

E realmente doeu. Me controlei para não berrar de dor e chamar atenção desnecessária para aquele quarto.

Ele costurou delicadamente cada buraco aberto feito por aquele monstro. Costurou com delicadeza usando suas frias mãos. E então desinfectou novamente e cobriu com as gazes.

— Daqui a duas semanas venha aqui para eu retirar os pontos e aí então conversaremos sobre o plano.— duas semanas? E como se ele tivesse lido minha mente ele respondeu — Eu sei que está ansiosa e cheia de rancor, mas do jeito que está só irá machucar mais ainda o seu corpo. Você voltará para casa amanhã pela manhã, com certeza mamãe vai querer uma explicação da parte do Daryl e irá colocar um de nós para ficar um tempo com você. Torça para que seja a Larisa. Ele não faria nada disso na frente dela, apesar dela saber muito bem o monstro que habita dentro do irmão. Se minha mãe me escolher ele irá se mostrar mais violento ainda e possessivo também, mas, poderei usar força bruta para proteger você.

Escuto tudo atentamente. Ele realmente conhece o Daryl, e com certeza sabe onde machucá-lo.

— Caso eu vá para lá, eu mesmo farei seus curativos, caso não for, terá que se virar ruivinha. — ele completou bagunçando meus cabelos.

Enrique me cobriu com o fino lençol branco e me disse para esperar que ele buscaria o jantar. Eu estava morta de fome, mas o cansaço era maior ainda. Por fim, o sono me venceu.

Casada com um Vampiro - Livro 01 (Série Universo Ulric) [HIATUS]Where stories live. Discover now