27 - A familiaridade de um sentimento oculto

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[Música do capítulo: Hurts - Illuminated]

Daryl Ulric

O jantar aquela noite havia sido agradável. A toda hora um sorriso novo e bobo surgia na face iluminada da ratinha e todas as vezes que meus olhos viam aquela cena, eu sentia meu coração falhar nas batidas.

Ela era doce, amável e atenciosa com todos, principalmente com a pequena garota de cabelos loiros e encaracolados. A despedida foi cheia de abraços apertados e beijos na bochecha estalados. Eu realmente gostaria de emoldurar essa cena em família.

— E então, é bom retornar a sua casa? — perguntei já no carro, meio receoso da resposta.

— Sim, é maravilhoso saber que tenho um lugar assim. — ela diz olhando para as mãos — Obrigada novamente, você tem se mostrado maravilhoso comigo. — e então ela me encara tímida.

— Não por isso... — digo sorrindo.

O espaçoso quarto de hotel parecia pequeno com aquele ar tenso e carregado. Não tenso como um clima ruim, mas sim, com a certeza que nossos corpos sentiriam se encostassem um no outro.

— Tá meio abafado né? — ela diz coçando a nuca e indo em direção a sacada. 

O céu não permitia mostrar toda a magnificência daquela noite. A lua crescente e branca decorada com estrelas estavam encobertas pela cortina de nuvens que flutuavam pelo céu.

Já se passavam das onze horas, a ratinha em seu pijama com uma xícara de café encostada na parede encarando o horizonte era algo admirável de se ver. O jeito que seu peito subia e descia causado pela sua respiração calma e tranquila era como uma dança hipnotizante para meus olhos. Seu pequeno corpo apoiado na parede com a cabeça levemente tombada para trás me causava uma sensação de angustia por não poder tocá-la.

— Eu posso ver você se transformando daqui. — ela disse se virando para mim — Pele pálida e veias negras não me assustam mais. 

Ela havia mudado. Mesmo não apresentando tanto medo de criaturas como nós, e mesmo em sua posição como portadora de um dom, Amelie tinha amadurecido.

— Me desculpe. — eu digo tentando controlar meus pensamentos e tentando me acalmar.

— Eu irei dormir. — disse e então se foi.

Eu fiquei ali encarando a janela e a vista dos altos prédios iluminados que ela oferecia. Meu coração estava apertado e ansioso como há alguns séculos atrás.

Senti-me no pequeno sofá que tinha na varanda, e ali, deixei- me levar de qualquer preocupação, dor, lembrança e dúvida.

★★★

Meus sentidos podiam sentir uma movimentação no interior do quarto. Logo agucei a audição para tentar entender. Um aroma doce inundou meus sentidos me embreagando e eu já sabia da onde vinha aquilo. Um cantarolar doce podia ser ouvido e o barulho da roupa se ajustando ao seu pequeno corpo era claramente audível.

— Já acordada a essa hora? — perguntei me virando para uma garota de vestido florido e botas cor caramelo.

— Você quem acordou tarde, não acha? Já são quase dez da manhã. Bom, eu vou para casa. Qualquer coisa me liga. — disse ajustando os brincos e saindo pela porta.

Tudo ficou monótono rapidamente sem ela ali. Monótono e quieto.

Eu decidi que teria preguiça de a seguir hoje, e eu mesmo faria meu próprio passeio por Los Angeles.

Trajando uma camisa fina de manga longa azul pálido, e uma skinner confortável escura, parti a vagar sem rumo até a hora que ela voltasse.

Toneladas de lojas eram despejadas em meus olhos, e todo o tipo de produto era comercializado. Vi uma singela joalheria que alegava vender antiguidades. Me direcionei a ela e logo o pequeno sino pendurado em cima da porta antiga de madeira escura denunciou minha presença.

— Em que posso ajudá-lo? — uma senhorinha de olhos verdes e pele pálida me olhou. Um brilho estranho tomou seu olhar. Sua feição que era tranquila logo ficou densa. Ela estava mais pálida que o normal e seus lábios finos logo perderam a cor.

— Você... — disse com certa dificuldade.

Eu não sabia do que se tratava aquela reação, mas ela me lembrava algo, ou alguém.

— Gostaria de ver seus colares, por favor. — ignorei a estranha sensação de familiaridade.

Pigarreando ela apontou para o balcão de vidro me mostrando o que tinha ali. Pedrarias grandes e pequenas, todas aparentemente bem cuidadas.

— O que procura?

— Algo delicado.

Ela andou um pouco para a direita e voltou trazendo uma caixa azul escuro de veludo. Um pingente esculpido como  floco de neve cravejado de pedras nobres tomou a atenção do meu olhar. — Eu o levarei. — disse por fim.

Ela colocou em uma pequena sacola e me entregou. Fiz o pagamento e então fui embora.

Eu podia sentir seu olhar queimar minha nuca, mas, resolvi ignorar saindo pela porta.

Essa noite eu o daria a ela, um pedaço do céu cravejado com gemas brilhantes.

⚜️⚜️⚜️

Advinha quem voltou? Pois bem, eu mesma <3 me desculpem pela pouca vergonha kkkk. Gent, caso vejam alguns erros no capítulo, me perdoem. A chuva que teve aqui no lugar aonde moro, molhou tudo, além do meu finado notebook. Vcs sabem como é tenso escrever pelo celular, eu irei me esforçar 😂😂
Bem, esse foi um capítulo maroto só pra voltar a rotina mesmo. Quem será essa velhinha misteriosa? Não esqueçam de deixar seu voto para incentivo da minha pessoa. Bjusss de luz ❣️




Casada com um Vampiro - Livro 01 (Série Universo Ulric) [HIATUS]Where stories live. Discover now