XII-Anjo da guarda

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-Nota inicial-

POR FAVOR LEIAM A NOTA FINAL QUANDO ACABAREM O CAPÍTULO. Contém um esclarecimento muito importante sobre a história, mais precisamente sobre o primeiro POV.

Ai desculpem-me que o capítulo está GIGANTE xD Eu sei que prometo sempre que vou tentar escrever caps mais pequenos para atualizar mais regularmente, but I can't help it então fiquem aí com as vossas 12000 palavras :')

Música nova de Panic na capa he

Boa leitura ;)

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-Ponto de vista da Blue-

A minha mãe dizia-me que "amor" era uma palavra forte. Bem, eu não sei onde ela está agora. Eu também não sei onde eu estou. Sei que não estou na terra, mas abaixo do meu olhar, consigo ver uma floresta enevoada, e um monte de flores perto de um rio. Não estou aqui há muito tempo, na realidade.

Se "amor" é uma palavra forte...Então eu acho...eu acho que o amo. Eu sei que é errado para uma menina amar um homem mais velho, contudo, eu não posso negar o que sinto. Ou sentia.

Aproximei-me da floresta e do monte de flores, voando. Voando? Eu não era capaz de entender. Havia uma parte descoberta, sem flores, onde se via um pouco de pele. Por isso, comecei a destapar o resto das flores.

Era um corpo, mas não era um corpo qualquer. Era o meu corpo. E...e estava desfeito... Em decomposição. Chorei, lágrimas de fantasma, suponho. Mas continuava a arder, a arder tanto como se ainda estivesse viva.

Porém, algo deu-me esperança. Axl. Axl estava vivo. Só podia ser ele. Mais ninguém teria feito isto, certo? Eu precisava de o encontrar. Ele foi a única pessoa que alguma vez se importou realmente comigo. Não foram os meus pais, ou os amigos que nunca tive. Foi Axl. Não é correto. Não era suposto isto ter acontecido, mas eu amava-o.

E se alguém perguntar porque é que eu morri, não foi por culpa da doença ou da fome. Foi porque eu vi tudo. Eu vi-o a ser levado para aquele carro. Eu ouvi tudo, e percebi como ele estava a sofrer por mim, porque me queria proteger.

Foi horrível. Eu nunca senti uma dor maior na minha vida. Chorava silenciosamente, desviando o olhar porque eu não suportava mais. Nós nunca iríamos sair dali, íamos morrer os dois de fome ou de frio, mas, pelo menos, eu queria os braços de Axl a aconchegarem-me como ele costumava fazer quando isso acontecesse. Eu não o queria ver a sofrer, porque eu sabia que ele o estava a fazer por mim, e custava-me o dobro no coração.

Chamei por ele enquanto chorava, rezando desesperadamente para que ele estivesse bem, para que me afastasse do meio de toda aquela miséria. Eu não percebia o que aquele homem lhe estava a fazer, eu apenas sabia que lhe estava a fazer mal, porque eu conseguia ouvir o choro abafado de Axl e o carro a abanar constantemente. Estavam a magoar o meu amigo, o meu Axl. E ele deixava, somente por ter a esperança de me conseguir salvar.

Eu nunca quis mais dele, só queria que ele me tirasse dali e que me dissesse que estaria tudo bem, que me levasse com ele, que me desse uma cama, comida e o carinho que sempre me prometeu.

Tapei os ouvidos à medida que os sons se foram tornando mais intensos, já incapaz de ouvir, e fechei os olhos com força, deixando as lágrimas escorrem pelas minhas bochechas, soluçando desoladamente. O frio chegava-me aos ossos, e a fome apertava-me a barriga. A febre não me deixava pensar, e a dor cegava-me o olhar e apertava-me o coração.

Foi a dor que me levou.

Eu sentia-a na última lágrima que verti, no meu último suspiro, como álcool numa ferida aberta.

Ilusão (Fanfic de Guns N' Roses- Slaxl/Izzaxl)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora