Capítulo 10 - Fantasma

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Como ele sabe o meu nome? Os soldados agarram os seus braços para mantê-lo de pé...

— Quem é você e o que fazia na minha casa em Londres?

— Procurava algo que ainda não encontrei. - Porque é que ele sorri?

— Mas você estava morto, eu vi os corpos. - As imagens do que se passou na noite que fui para Itália vêm à minha cabeça.

— Eu levei um tiro mas sobrevivi a isso e à prisão, fui condenado por assalto.

— O que procuravam? - Chego perto dele com a arma na mão para o intimidar.

— Algo que o seu pai escondeu de todos. - Do que é que ele está a falar?

— O meu pai? O que é que ele poderia esconder?

— Então você ainda não sabe quem era o verdadeiro Leonardo Andrade.

— E o que seria suposto eu saber?

Claude entra na casa com Ângelo, merda eu estou sem máscara, a cara de espanto de Ângelo deixa-me constrangida, não é muito bonito esconder algo assim se um amigo...

— Benvindo à festa Claude! - Ele conhece-nos?

— Quem é? - Pergunta ao meu irmão ao qual respondo com um encolher de ombros.

— Um amigo de um amigo chamado Fantasma.

— Quem é esse? - Merda não estou a entender nada.

— Ele ficaria ofendido se soubesse que se esqueceram dele.

— Não entendo! - Claude parece menos perdido que eu.

— Nem nós, o seu pai sempre disse que parte do nosso coração ficava sempre guardado em casa mas nós vasculhamos tudo e não encontramos portanto onde está?

— Onde está o quê? - Claude grita depois de deferir um soco no homem.

— Claude não brinques comigo, ambos sabemos que tu sabes... - Claude dipara dois tiros no peito do homem.

— Porque o mataste?

— Porque ele não passa de um louco que...

- Não tu mataste-o para o calar não foi? - empurro o seu peito com raiva - Estás a esconder-me algo sobre a nossa família!

- Tenham calma por favor vocês estão de cabeça quente. - Ângelo separa-nos e eu não consigo tirar os olhos de Claude.

— Ângelo trata do corpo com os outros eu preciso falar com a minha irmã.

Ele sai da casa e para perto do carro, sigo-o na expectativa do que virá por aí, ele parece nem saber por onde começar...

— Nunca aceitei a morte dos nossos pais, não podia ter sido um acidente e naquela noite em que ligaste para me pedir ajuda por estarem a tentar entrar na nossa casa, nesse momento tive certeza.

— E o que descobriste?

— Antes de matarem todos ou quase todos os assaltantes um deles disse que tinha sido mandado por um tal " Fantasma". Eu pesquisei, vasculhar tudo e um dia descobri que esse tal fantasma é um assassino mas não um qualquer, ele só tem interesse em matar pessoas poderosas.

— Nossos pais estavam longe de ser poderosos, a mãe era professora e o pai em ex militar que tinha aptidões com a electrónica. - Nós eramos uma família normal, não faz sentido.

— Isso era o achava mas eu mesmo vi os documentos do seu escritório, todos em Português e os ficheiros do computador encriptados, para quê tanto segredo?

— Era um engenheiro electrónico talvez tenha inventado algo que interessasse às pessoas erradas.

— Não, há algo maior, eu ainda não descobri o quê mas sei que há uma caixa de Pandora por abrir. - Ele parece bem seguro do que diz e eu acredito que ele sabe mais do que me está a contar.

— Porque teimam em esconder as coisas de mim?

— Não contei a ninguém, nem aos Sartorelli! - Ele massageia as têmporas demonstrando cansaço.

— Então não entendo porque o mataste!

— Porque ele não iria dizer mais nada. Já apanhei outros homens que trabalham para esse assassino mas eles começam a enrolar a conversa de uma forma que te deixará com mais dúvidas se o que já sabes é verdade ou não, um jogo psicológico que todos são treinados para fazer. - Mais um louco na minha vida.

Espero pelo grupo encostada à moto e relembro o meu passado, os meus pais amavam-nos muito e a nossa vida era modesta, não havia luxos. O meu pai estece no serviço militar e quando casou com a minha mãe passava grande parte do tempo no escritório em frente de um computador a criar projectos e a minha era professora primária que amava cozinhar. Não tivemos nada de mão beijada, nem frequentámos colégios privados ou fizemos viagens pelo mundo. Eu tinha uma família normal...

— Devias voltar para casa, isto é perigoso. - Abraço Angelo.

— Tão perigoso como confuso Ângelo, ouviste o que aquele homem disse?

— Sim mas me vou meter num assunto que te pertence a ti e ao teu irmão, prefiro concentrar-me na Raissa.

— Poderias não contar nada a ninguém sobre mim?

— Acho difícil Damon não ter descoberto ainda mas tudo bem.

— Tudo se resume a pormenores e nisso eu sou boa, aprendi com o melhor. Claude sempre me ensinou a estar atenta e tu também não desconfiaste de nada certo?

— Esperemos que isso chegue para enganar alguém como Damon e logo agora que ele voltou a ser um capo.

— Chega de conversa e vamos para casa estou morto de fome.

Cheguei a casa e jantei com os rapazes mas a minha cabeça estava na lua, preciso descobrir quem é esse fantasma...

— Arim preciso que pesquise sobre esse tal fantasma!

— A senhora tem certeza que... quer dizer Claude foi claro quanto a esse assunto, a prioridade é Raissa.

— Já dei uma boa pista, o Joshua e Damon tem muitos homens a ajuda-lo por isso vamos concentrar-nos no meu problema nos tempos mortos.

— Já ouvi falar desse tal Fantasma, o capo Filippo já teve alguns contratempos por sua causa.

— Poderia pedir a ele que lhe desse algumas informações?

— Vou fazer isso agora porque não vai descansar?

— Eu vou sim, tenham uma boa noite rapazes.

Tomo um duche e deito na cama e antes de adormecer procuro na minha memória alguma pista mas não me lembro de nada que ajude. Gostaria tanto de saber como estão as crianças, fecho os olhos e vejo o meu smartwatch piscar em sinal de mensagem...

Damon : Tenho saudades vossas, beijos!

Adormeço então feliz por saber que ele pensa em mim, se ele imaginasse o quanto queria estar na sua cama neste momento.

Capítulo dedicado às leitoras que tanto votam, comentam e pedem sempre mais capítulos. Beijos

Os Sartorelli - A Mafiosa (Completo Amazon)Where stories live. Discover now