Capítulo 17 - Armadilha

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Acordo com alguém a bater na porta, saio da cama meio ensonada e dou de caras com Rigs que tem um presente nas mãos...

— Desculpe incomodar mas chegou este embrulho da Sra Lycan.

— O que ela quer agora?

— Recebemos todos um caixa dessas com smokings. - Faço uma careta e fecho a porta.

Abro a caixa e vejo um vestido branco cheio de rendas e brilhantes, um exagero para um jantar de família, na verdade seria um exagero até para ir à gala da entrega dos oscares. Volto a guarda-lo na caixa sem lhe dar muita importância e vou para o duche já que estou acordada e desço até ao restaurante do hotel para comer com os rapazes, acho que já todos perceberam o meu mau humor e é por isso que se mantém calados. Deveria ligar a Damon ou deixar ver o que acontece neste jantar?Volto ao quarto para fazer a mala e ligo para Annie Costa Nostra, preciso de saber como estão os meus amores, fico surpresa quando ela me confessou que Gabriel revelou - se um bom pescador mas apesar das saudades estão todos bem. É tão duro estar longe deles mesmo que seja para o bem de todos, assim que desligo o telemóvel não consigo conter as lágrimas. Claude vem chamar-me e depois de pagar o hotel e entregar as viaturas alugadas entramos avião provado dos Lycan rumo a Los Angeles, estou sentada num luxuoso avião privado deveria estar ao rubro mas não estou, no passado eu era apenas a Sophie que vivia sózinha e trabalhava como uma doida, tenho saudades desses tempos em que os meus problemas se resumiam a trabalho e conseguir dinheiro para comprar um carro mesmo que velho agora os meus problemas são bem mais sérios. Amo o meu marido e os meus filhos, são tudo para mim mas pergunto- me se seria mais feliz continuando a minha vida anterior, o dinheiro ajuda bastante mas eu já paguei bem alto por tudo o que tenho hoje. Se pudesse largava tudo e ia viver para uma ilha só com a minha família, não preciso de jactos privados, motoristas com treino militar ou festas na beira da piscina mas também duvido que Damon fosse Feliz tendo uma vida normal. Todo este tempo que ele esteve afastado da máfia eu sentia que lhe fazia falto algo, não seu se adrenalina das missões ou talvez o poder de comandar, seja o que for eu vejo que ele é mais completo como capo, frio e implacável fora de casa e um super marido misturado com pai orgulhoso dentro do nosso lar. Um quarentão sexy como o inferno que me dá suores frios só de imaginar...

— Estamos a aterrar, estás preparada?

— Não, tenho um mau pressentimento. - Fecho o cinto de segurança e sinto a mão do meu irmão na minha.

— Eu também foi por isso que preveni Liam e Ângelo caso algo aconteça.

— Fizeste bem esta mulher é estranha.

— Mantém-te perto e de olhos abertos. - Rigs e R.J  estão sentados na minha frente a acenam em sinal de concordância.

Deus nos proteja porque todos nós estamos a arriscar a nossa pele. Tal como se previa Lilian mandou uma limosine para nos buscar ao aeroporto, podia ser mais chamativa a nossa chegada? As ruas estavam cheias, devido ao fuso horário chegámos aqui ainda antes da hora de almoço e eu nem tenho fome, a viagem foi curta entrámos num condomínio de prédios privado, eram quatro blocos de apartamentos juntos. Estranho, Lilian não tem cara de alguém que mora num sitio destes, entrámos no parque de estacionamento subterrâneo e vejo ao longe ela andar na nossa direção com os seus guarda costas, oito no total, ela pensa que é a rainha de Inglaterra?

— Bemvindos meus queridos!

— Pode dizer-nos que sitio é este?

— Quatro prédios de apartamentos interligados entre sí, tudo em exclusivo para uma Lycan! - ela sorri triunfante - Vamos entrar.

Para que raio é que ela quer todo este espaço? Entramos num dos elevadores deixando o resto da equipa entrar no outro, não me sinto confortável com essa ideia e busco conforto perto de Claude, fico encostada nele e basta uma troca de olhares para perceber que ele está tão inseguro quanto eu. As nossas malas são levadas para os respetivos quartos e nós fomos conduzidos até á sala para almoçar, a equipa foi direcionada a outra ala para nos darem privacidade, passámos a refeição a ouvir as histórias do meu pai em pequeno mas diga-se de passagem que o seu tom não é de saudade, Lilian parece ser uma mulher fria e incapaz de dar um abraço de conforto a qualquer criança. Bebemos e começos e fomos até ao quarto para descansar um pouco, a primeira coisa que vejo ao entrar é uma moldura com a foto de meu pai na praia, ele tem a mão dada a Claude com os seus oito anos e eu no seu colo com um gelado na mão. Pego na moldura e sento-me na cama, sinto um cansaço repentino e aconchego-me na cama, talvez seja da viagem ou do fuso horário.

Acordo com um sabor estranho na boca e suada, vejo que passei horas a dormir, tomo um duche e visto algo confortável. Saio do quarto e decido bater na porta do quarto de Claude, assim que abro a porta ele aparece com uma toalha enrolada na cintura...

— Por onde andaste estas horas? - Ele tem um ar cansado, estranho.

— A dormir e tu?

— Eu também, acordei suado e atordoado.

— Tu também? - Ele levanta a sobrancelha.

— Isto não é uma coincidência Sophie, enquanto eu me visto tira a minha arma da gaveta!

Abro todas as gavetas do quarto e nada, acabei por revirar o quarto sem resultado...

— Não a encontro em lado nenhum!

— Merda! - ele passa a mão na cabeça exasperado - É uma armadilha

— O que está a fazer? - enquanto ele se calça enrolo uma toalha na mão e parto um dos vidros da janela.

— Temos de ter uma arma, não vou andar por aí sem nos podermos defender. - pego num pedaço de vidro.

— Tens razão. - Ele procura algo e começa a refilar - Também não encontro o meu telemóvel.

— Temos de sair daqui rápido! - Olho pela janela e fico sem ar - Devemos estar no décimo andar, vai ser uma fuga atribulada no mínimo.

— Então não há tempo a perder!

Abrimos a porta do quarto em silêncio para começar a nossa fuga...

Os Sartorelli - A Mafiosa (Completo Amazon)Where stories live. Discover now