Capítulo 20 - O que estás a fazer?

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Ela está muito enganada se pensa ir vou matar algum deles, essa mulher é pior que veneno mas eu sou teimosa...

— Eu disse que não e se alguém ousar tocar em algum deles vai sofrer as consequências.

— Isso mesmo mostra o quanto és forte e líder, está no sangue meu amor mas não podes pensar com o coração e sim com o cérebro.

Ela levanta a mão e faz um sinal, um dos soldados vem ter comigo, ele tenta apanhar-me, ele é enorme e a única que coisa que vem à mente é tirar a faca que ele tem no tornozelo para me defender...

— Será uma longa noite senhores!

O grandalhão aproxima-se e eu consigo tirar a faca e passar por ele deixando um corte profundo no seu braço, ele olha para o corte e depois para mim novamente. O homem estava furioso, os seus olhos mostravam raiva, então ele volta a aproximar-se e consegue fazer a faca cair, por muito que tente eu sei que numa luta corpo a corpo é impossível eu ganhar mas desistir nunca. Depois de alguma troca de socos e pontapés sinto uma dor muito forte na lateral do meu corpo, sei que alguns ossos devem estar partidos e caio de joelhos no chão. Ele vem por trás de mim e puxa o meu cabelo para que olhe para o seu rosto, com a mão livre ele encosta uma lâmina no meu pescoço e desta vez não tenho forças para lutar.

— Estou orgulhosa da minha neta, nenhuma outra mulher enfrentaria um homem com um porte tão assustador.

Tento respirar mas as dores são cada vez mais fortes.

— Eu faço o quiser mas solte eles agora. - Digo com muitas dores.

— A sério? - Ela ri e bate palmas fazendo teatro - Tu farás o que eu quero de qualquer forma Sophie.

— Não mesmo!

Ela faz um gesto e o seu soldado bate no meu rosto com tanta força que que quase perco os sentidos. Sinto alguma agitação entre os homens que assistem ao "espetáculo" mas ninguém faz nada e isso é frustrante no mínimo. Os dois soldados aproximam-se e eu só penso que se não fizer nada vou sair daqui num caixão, finjo estar sem forças e quando estou levantada apoiada nos dois homens pego a arma de um deles, sem pensar eu disparo e os dois caem no chão, aquela mulher continua com o seu ar superior mesmo quando eu estou com uma arma apontada na sua direção...

— A tua camisola tem umas bolas bonitas minha querida, olha só! - Olho para baixo e vejo que tenho três pontos vermelhos na minha blusa, estava a ser mirada por snipers que nem eu consigo ver.

— Solte eles eu disse!

— Largue essa arma Sophie! - A voz de capo Filippo ecoa como o rugido de um leão.

— Não posso! - Não me atrevo a baixar a arma.

— Sophie baixa essa arma agora! - Agora era Damon, seria uma manobra para me distrair?

Ela caminhou até Claude, tirou um pequeno objecto debaixo da cadeira e cortou as cordas. Olho agora para os homens que caminham até mim, os Costa Nostra e os Sartorelli estavam entre os homens que viam tudo...

— Sophie ouve-me... - Damon mexe os lábios mas não entendo o que está a dizer.

— Eu não consigo...

Era verdade eu não conseguia ouvir nada, bastou Damon tocar em mim para algo fazer curto circuito no meu sistema e eu apenas fechei os olhos e deixei-me cair nos braços de quem tanto amo. Estava esgotada, sem abrir os olhos oiço as vozes de Damon e Filippo, pelo tom de voz as coisas estão complicadas isto para ser simpática...

— A que devo a honra de ter os dois capos mais mortiferos da Itália no meu quarto? - Sorrio ao imaginar a cara dos dois pela brincadeira sem graça.

— Finalmente Cuore! -  Abro lentamente os olhos para ver Damon com uma barba enorme.

— Vou deixar-vos a sós! - Fillipo sai do quarto e Damon beija as minhas mãos depois de se sentar ao meu lado.

— Que barba é essa Damon Sartorelli? Há quanto tempo estou nesta cama? - o seu ar era deplorável.

— Quase uma semana?

— Uma semana a dormir? - Olho em volta e reconheço o quarto da casa de Lilian.

— Era o tempo de te manter imobilizada para as costelas cicatrizarem mais rápido.

— Eu quero sair daqui agora, aquela mulher é perigosa. - Damon fica novamente de pé, sei que está a esconder algo ou caso contrário já estaria longe daqui - O que é que se passa?

— As coisas não estão fáceis Sophie! Amanhã será o jantar de apresentação dos netos de Lilian Lycan perante as Máfias.

— Eu não vou a essa merda de jantar, não quero estar ligada a uma mulher tão podre por dentro. - Eu não vou fazer isso nem morta.

— Ela é tua avó, vocês são do mesmo sangue  e isso eu não posso mudar mesmo que isso seja o meu maior desejo no momento. - Levanto da cama com o corpo dorido para ficar perto dele.

— Eu matei homens inocentes por causa de um estúpido teste, ela mandou bater na própria neta, que avó é esta? Por favor faz alguma coisa Italiano. - As minhas lágrimas começam a cair como cascatas.

— O Fillipo está a tentar ajudar mas qui na América é os Lycan quem tem mais poder. - Ele fica perto e limpa o meu rosto.

— E se eu doar tudo a ti ou ao Filippo?

— Não é simples assim, quanto ao jantar eu não posso fazer nada e depois veremos o resto. - Sinto o seu abraço e enterro a cara no seu peito, preciso de ajuda.

— E a Raissa?

— Ângelo é Liam estão a tratar disso, amanhã Annie e Ester vêem ajudar-te a preparar-te.

— Tenho 36 anos não preciso de ajuda de ninguém para ir a um jantar. - Afasto-me dele com raiva.

— Annie ficou preocupada contigo e quis vir ao jantar tal como as mulheres dos outros capos.

— Desculpa eu também adoro a Annie mas estou com raiva,

— Eu sei minha mafiosa! - Ele tranca a porta e volta para perto de mim.

— O que estás a fazer?

— Faz algum tempo que não estou com a minha mulher...

Os Sartorelli - A Mafiosa (Completo Amazon)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt