Capítulo 15 - O início

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Entrei no hotel com Claude e deixei os rapazes ficarem no bar para terem uma noite de diversão. Na manhã seguinte depois do pequeno almoço decidi que estava na hora de visitar a antiga casa. Estacionei na estrada e olhei para Claude antes de sair do carro, a última vez que estive nesta casa foi no ano em que os meus pais foram assassinados, passámos as férias de verão aqui os quatro. A casa era pequena com um jardim todo á volta que outrora foi florido mas agora está repleto de ervas daninhas da altura dos meus joelhos , eu e Claude estamos parados do pequeno portão de acesso á casa e trocamos um olhar de mágoa, como deixámos a casa ficar assim tão abandonada? Dói vir aqui e relembrar tudo mas dói ainda mais saber como os nossos pais ficariam desiludidos com a nossa negligência perante a casa que eles tanto amavam...

— Deveríamos contratar alguém para vir aqui de vez em quando cuidar da casa e do jardim.

— Consigo imagina-los aqui do nosso lado tristes com este cenário - o meu irmão estica a mão para que o siga.

— Agora vamos entrar!

Ele vai andando na minha frente, tira a chave do bolso e gira-a na fechadura e o cheiro a pó faz-nos expirar como nunca. Abrimos todas as janelas e começamos a virar a casa do avesso, passo os dedos nas molduras para limpar as nossas fotos, imagens de nós quatro felizes. Vou até ao quarto dos meus pais e depois ao nosso enquanto Claude revira a cozinha e sala, a casa tem muitos poucos moveis ou decorações então torna mais rápida a procura, vou até a sala...

— Não encontrei nada e tu?

— Também não, só nos falta procurar em um lugar! - dizemos ao mesmo tempo - A cave!

— Achas mesmo que encontraremos alguma coisa aqui?

— O pai passava todo seu o tempo aqui fechado. - Ele acende a luz e descemos as escadas - Procura naquele armário eu vou ver aqui!

Estava a começar a ficar frustrada, eu tinha apostado a minha sorte num palpite que se estivesse errado me levaria de novo para a estaca zero...

— Nada! - Bato na porta do armário desesperada.

— Se existe algo nesta casa temos de encontrar agora ou nunca mais o faremos!

Encosto-me na parede e fico de frente para o painel onde o meu pai tem as ferramentas muito bem arrumadas e alinhadas...

— Claude? - ele está distraído com a mesa de trabalho do meu pai.

— Sim?

— Lembras-te do pai não nos deixar tocar naquelas ferramentas expostas na parede?

— Claro que sim uma vez fiquei de castigo por mexer nelas. - Ele fica do meu lado a olhar para a parede oposta.

— Não achas estranho, quer dizer ele nunca tocava nesses objetos eram quase que para exposição e ele não usava nenhuma.

— Vamos ver se temos alguma sorte desta vez! - Ele aproxima-se e começa a tirar as ferramentas uma por uma. Eu ajudo e ao pegar o martelo maior um barulho faz-nos afastar. - Parece que o pai tem uma parede secreta.

O painel começa a deslizar para a direita e um cofre dentro da parede com teclado digital é exposto...

— Raios qual será o código?

— Vamos tentar as datas de aniversário! - Depois das quatro datas inseridas nada acontece.

— Temos de rebentar a parede Sophie!

- Não isso pode fazer a casa desmoronar, temos de encontrar uma solução, tenta o aniversário de casamento, tenho certeza que o pai escondeu este cofre antes de o nosso nascimento.

— Última tentativa!

A luz verde indica que a porta foi destrancada e nós trocamos olhares sorridentes, o cofre tinha algumas pastas com documentos, joias da minha mãe e uma caixa de madeira que Claude faz intensão de me dar para eu abrir, algo me dizia que a resposta ás minhas duvidas estava ali nas minhas mãos eu só não sabia o quanto isso era mortalmente importante. Abro a tampa e dentro do interior de veludo estava um colar com um medalhão, Claude pega nele para o analisar....

— Claude ele parece um daqueles medalhões da máfia como o dos Sartorelli ou os Costa Nostra!

— Ele é o símbolo de uma máfia desconhecida só não sei qual é e o que faz no cofre do pai.

— Isso eu posso explicar crianças! - Na porta estava uma senhora bem idosa que por instinto faz com que eu e Claude lhe apoitássemos uma arma.

— Desculpe! - voltámos a guardar as armas mas ela não me parece abalada com o nosso gesto.

— Quem é a senhora?

— Alguém que espera por vocês há muitos anos! Agora se não se importam vamos subir e falar num lugar menos empoeirado. - Eu ajudo-a a subir, Claude paga nas coisas que estão no cofre e coloca dentro de uma bolsa.

Quando abro a porta da rua dou um passo para ficar na frente da senhora em sua proteção pois o jardim parecia um campo de batalha, a minha equipa estava de armas em punho e um grupo de homens com fatos negros também faziam o mesmo, que raio...

— Baixem as armas!- A voz firme saiu da boca da pequena mulher que saiu da minha guarda e que pelos vistos era a chefe do grupo. - Sophie poderia pedir aos seus homens para fazer o mesmo?

— Baixem as armas, está tudo bem! - viro-me de frente para ela curiosa - Quem é a senhora?

— Eu sou Lilian Lycan a vossa avó paterna!

— Nossa o quê? - Claude pergunta incrédulo.

— Vocês ouviram bem, vamos até á minha casa para nos sentarmos tranquilamente a beber algo fresco enquanto eu vos conto tudo. - Ela aponta na direção da mansão em frente.

-— Isso é uma brincadeira certo!

— Parece que estou a brincar menina? Achas isso porque passas-te todas as férias de verão a brincar no meu jardim ou porque o teu pai me ignorou?

— Eu e a minha irmã passámos horas a brincar naquele jardim a sonhar de quem seria e agora você diz que todo este tempo esteve aqui?

A mulher de cabelo cinza com roupas de marca e de baixa estatura parece ser alguém amargurado pela vida e mesmo com seus cerca de oitenta anos parece ser osso duro de roer, se olharmos com atenção vejo que tem algumas parecenças com o meu pai mas então eu não percebo porque nunca falou comnosco se estava tão perto de nós.

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